OBTENÇÃO DE NANOLIGNINA A PARTIR DA CASCA E FIBRA DO COCO VERDE (Cocos sp.)
Coco verde, Lignina, Polpação acetossolv, Ultrassonicação
A lignina, segundo biopolímero mais abundante na natureza, desempenha papéis vitais nas plantas e possui propriedades atrativas para aplicações industriais. Diversos métodos de extração de lignina são mencionados, sendo a polpação acetossolv destacada por sua eficácia e sustentabilidade. Essa pesquisa teve como objetivo a obtenção de nanolignina a partir da lignina proveniente da casca e fibra do coco verde (Cocos nucifera) pelo método acetossolv. A pesquisa se iniciou com a coleta de resíduos de coco verde, comercializado nas imediações da Universidade Federal de Alagoas e sua preparação para a obtenção de farinha. A farinha foi então caracterizada quanto a extrativos totais, teor de cinzas, lignina, umidade, holocelulose, alfacelulose e hemicelulose. A polpação acetossolv foi realizada em duas etapas, variando condições de temperatura e presença ou não de extrativos. A lignina foi obtida por precipitação e posteriormente caracterizada através de análises químicas e morfológicas. O estudo abrangeu cinco etapas principais. A análise dos componentes primários da casca e fibra de coco demonstrou um teor de lignina de 40%, de celulose de 15,90% e hemicelulose de 15,86% situando-se dentro das faixas encontradas em outros estudos. A caracterização físico-química da farinha de coco verde revelou teores de extrativos entre 2,6 a 19,26%, umidade de 9,22 a 10,5%, cinzas de 0,98 a 5,12%, e proteínas entre 3,56 a 8,27%. Esses resultados indicam que a casca e fibra de coco verde são fontes ricas em lignina em comparação com outras biomassas lignocelulósicas. Ao avaliar os dados com referências anteriores, constatou-se que os resultados obtidos nesta dissertação se alinham com as tendências apresentadas em estudos anteriores sobre componentes primários e secundários do coco verde. Em seguida, a nanolignina foi produzida através de ultrassonicação. As características dos produtos obtidos foram analisadas, considerando a influência da temperatura e da presença de extrativos. Por fim, a nanolignina na melhor condição foi submetida a uma caracterização qualitativa e quantitativa abrangente. Os resultados revelaram um rendimento médio de 13,86%, com variações relacionadas à temperatura e tipo de biomassa. A pureza da lignina foi confirmada pelos teores de umidade, cinzas e lignina Klason, indicando valores consistentes. A análise termogravimétrica demonstrou estabilidade térmica da lignina, enquanto o FTIR revelou características típicas de lignina, como grupos cetona, estrutura aromática e metilação. A microscopia eletrônica de varredura destacou a formação de aglomerados e porosidades na lignina, sugerindo uma estrutura complexa. Esses resultados contribuem para uma compreensão abrangente da extração de lignina acetossolv e suas propriedades estruturais.