A presente dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado em Educação,  vinculada a linha de pesquisa Educação Diversidade e Currículo, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE\CEDU), da Universidade Federal de Alagoas, tendo como título: Currículos Afrocentrados em uma Escola Quilombola de Penedo/Alagoas: reafirmando identidades. Como objetivo geral busca-se: compreender como a escola quilombola situada na comunidade do Tabuleiro dos Negros está potencializando as identidades negras nos currículos escolares. Como objetivos específicos desenhou-se: a) Identificar sentidos atribuídos ao currículo na escola quilombola, como reconhecimento e produção de conhecimentos emancipatórios; b) Analisar os currículos das professoras que atuam na escola quilombola, observando se contribuem para o fortalecimento da identidade étnico racial dos/as estudantes/as; c) refletir qual a concepção de identidade a escola e seus educadores/as possuem. A provocação para o desvendar os currículos  nos levou para a seguinte problematização: Até que ponto a escola Nzinga está construindo currículos afrocentrados, com base na história da comunidade  em que está inserida? Para tanto, seguimos o caminho metodológico da Pesquisa Qualitativa, com ênfase na abordagem de Estudo de Caso (LAKATOS, 2010; YIN, 2016). Nos pautamos nos seguintes instrumentos de coleta de dados:  entrevistas semiestruturadas, sessões conversas e  observações das aulas. Para as análises documentais, têm-se como subsídios, fotos e vídeos realizados em pesquisa de campo, documentos legais, Resoluções, Pareceres, diários de classe, PPP, planos de aulas das professoras, trabalhos pedagógicos realizados na escola. A análise dos dados apontou que os currículos escolares vivenciados na escola investigada  trazem à tona desobediências epistêmicas e metodológicas, resistindo e assumindo o compromisso com a comunidade em questão. Dentro desse contexto entende-se que  há  dinâmicas pedagógicas, que extrapolam a prescritividade hegemônica. Já as vozes das educadoras que atuam na escola demonstram que possuem a consciência dos seus papéis, enquanto formadores sociais, seguindo na resistência,  desobedecendo as prescrições, principalmente a BNCC, arriscam portanto em perspectivas contra-hegemônicas, perspectivando novas possibilidades e práticas pedagógicas, prevalecendo nas salas de aula as lógicas ancestrais quilombolas, referencializadas a partir nos saberes, realidades e cultura da comunidade quilombola Tabuleiro do Negros.   

Num mundo de transformações constantes, a educação se redesenha e elenca novas perspectivas de aprendizagem, principalmente diante da evolução das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Os aprendizes, constantemente conectados, anseiam por espaços de aprendizagem mais dinâmicos, com recursos e estratégias aliados ao uso de TDIC, que facilitem o processo de aquisição de saberes, em um movimento de mediação docente que desperte um novo perfil de educando, mais ativo, autônomo e crítico. Diante disso, as Narrativas Digitais (ND) podem ser implementadas nos espaços educativos como propulsoras de uma aprendizagem significativa, principalmente no que concerne aos cursos de formação docente (inicial ou continuada), uma vez que o ato de narrar expressa a construção da realidade e da identidade dos sujeitos apresentando sua leitura de mundo e auxiliando o docente a perceber em que deve intervir para melhor construção de saberes que ali vai se tecendo. Os percursos metodológicos desse estudo seguem uma abordagem qualitativa, conduzida pela pesquisa-ação, e que objetiva analisar a aplicação de ND em uma disciplina relacionada às tecnologias digitais num curso de formação inicial docente, desenvolvendo contextos de aprendizagem com inserção das ND nas orientações pedagógicas e por meio da observação das interações, relatos de experiências e das produções de narrativas, analisando sua eficácia no processo de ensino-aprendizagem, seja para discentes ou docentes, tendo relevância para a compreensão de como atender às novas perspectivas de ensinagem na dialogicidade entre sujeitos, metodologias inovadoras e tecnologias digitais.

Considerando o trabalho realizado pelo professor de educação especial dentro da sala de recursos multifuncionais (SRM) e seu papel na mediação do acesso ao currículo pelos estudantes público-alvo do atendimento educacional especializado (AEE), levantamos o seguinte problema de pesquisa: Quais são as necessidades formativas percebidas pelos professores de educação especial da rede estadual de educação de Alagoas e em que medida eles estão familiarizados e aplicam as dimensões de acessibilidade em sua prática profissional? O professor de educação especial abordado nesta pesquisa, está localizá-lo dentro da estrutura organizacional do estado de Alagoas com a Lei n° 6.196 de 2000, Estatuto do Magistério Público de Alagoas. Para tal, esta pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, buscará investigar as necessidades formativas de professores de educação especial do estado de Alagoas numa perspectiva complexa. Objetivo geral é compreender as necessidades formativas dos professores de educação especial do estado de Alagoas sob a perspectiva da complexidade. Objetivos específicos são: compreender em que extensão os professores de educação especial estão familiarizados com as dimensões de acessibilidade e as incorporam em suas atividades pedagógicas diárias; entender quais são os desafios percebidos pelos professores de educação especial ao implementar práticas que abrangem as dimensões de acessibilidade; verificar diferenças significativas nas percepções e práticas relacionadas à acessibilidade entre os professores de educação especial com diferentes níveis de experiência . A análise de conteúdo, realizar-se à luz de Bardin (1977). Buscamos identificar a compreensão dos professores de educação especial sobre as dimensões de acessibilidade na sua prática profissional, bem como, as demandas relacionadas às necessidades formativas de professores de educação especial do estado de Alagoas sob a perspectiva da complexidade, por meio da aplicação de um questionário. Destacamos a epistemologia da complexidade como uma abordagem teórica que norteará as nossas pesquisas devido a sua relevância para as novas formas de se fazer a educação dentro da sociedade atual. Nesse sentido, destacamos as concepções que foram apresentadas nas obras do filósofo francês Edgar Morin nas obras Os sete saberes necessários à educação do futuro (2000), A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento (2003) e a obra Educar na era planetária o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na incerteza humana escrito em parceria com Emilio-Roger Ciurana e Raúl Domingo Motta (2003). Os resultados alcançados dizem respeito a falta de um programa de formação continuada específico para professores de educação especial, a existência barreiras pedagógicas, existência de barreiras atitudinais por parte de professores comuns, salas de recursos multifuncionais funcionando de forma improvisadas e a falta de recursos de acessibilidades nas escolas estaduais

A pandemia da Covid-19 afetou a todos os setores da sociedade em diferentes países, independentemente de suas riquezas ou regime político. Na educação, em virtude do isolamento social e fechamento das unidades escolares por tempo indeterminado, foi delegado às famílias a função de mediar o conhecimento para seus filhos em parceria com uma escola bem distante do que concebíamos até então. Já os professores, tiveram que revisitar suas práticas pedagógicas, “reaprendendo a ensinar”, motivados sobretudo pelos objetivos de alcançar,  engajar e manter o maior número possível de alunos em suas aulas online. O estudo visa responder a seguinte problemática: quais estratégias didáticas mediadas pelas TDIC foram usadas pelos professores no EOE em aulas de Matemática para turmas do Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Educação de Alagoas? E quais fatores contribuíram para o desenvolvimento dessas estratégias? A investigação tem como lócus unidades escolares da
Rede Pública Estadual de Alagoas, cujo o trabalho ocorreu de acordo com o Regime Especial de Atividades Escolares Não-Presenciais (REAENP), determinado na Portaria /SEDUC no 4.904/2020 que normatizou as atividades pedagógicas da rede ao longo do período de isolamento social. A pesquisa revela como as TDIC foram utilizadas para mediar os processos de ensino e de aprendizagem para alunos que estavam prestes a sair da Educação Básica, e enfrentar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e/ou o mercado de trabalho, sendo
necessário o domínio de habilidades que os permitam lograr êxito em suas escolhas – sejam elas acadêmicas e/ou profissionais. Os resultados trazem estratégias pedagógicas inovadoras e eficazes para um contexto do ensino online e/ou híbrido. Quando o professor melhora sua forma de ensinar, também concorre para a melhoria do aprendizado do aluno, aumentando as expectativas e perspectivas de desenvolvimento humano. Cidadãos competentes são capazes de intervir na realidade a qual estão inseridos, o que a médio e a longo prazo impacta nos setores social e econômico do estado e até mesmo do país. Os resultados poderão ser referenciais para
futuras pesquisas sobre estratégias didáticas que podem ser desenvolvidas, aprimoradas ou banidas em um contexto de ensino online mesmo após a pandemia do coronavírus.

Este estudo vinculado ao projeto “Tecnologias digitais, crenças e ensino: reflexões sobre formação continuada de professores/alfabetizadores do Programa Residência Pedagógica” teve o objetivo de analisar as percepções dos preceptores e residentes do subprojeto da área de Alfabetização vinculado ao Programa Residência Pedagógica (PRP) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), edição 2020-2022, em relação às práticas de alfabetização e aos usos das tecnologias digitais durante a pandemia da Covid-19. A fundamentação teórica desta pesquisa encontra-se alicerçada nos estudos de Soares (1985, 2001, 2003, 2004a, 2004b), Marinho (2010), Souza, Meniconi e Gomes (2022), Colello (2021), Gatti e Barreto (2009), Coscarelli (2016) e Ribeiro (2021), dentre outros. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa (YIN, 2016) que se insere na área da Educação na interface com a Linguística Aplicada voltada para formação de professores e que se utiliza dos seguintes instrumentos de coleta de dados: questionários, análise documental e entrevistas. A partir dos relatos dos participantes desta pesquisa identificou-se que foram vários os desafios relativos ao ensino remoto, tais quais: dificuldade de acesso à internet de qualidade, falta de posse dos recursos tecnológicos e de domínio em relação aos usos das tecnologias digitais. Essas dificuldades impactaram o desenvolvimento dos estágios dos residentes e o trabalho pedagógico dos preceptores, considerando as limitações das práticas de letramentos e do processo de alfabetização em contexto digital. Nas atividades de ensino não presenciais, a mediação pedagógica foi de algum modo, comprometida, seja por conta dos problemas de conexão de internet, seja pela falta de contato direto com as crianças ou pela dificuldade delas permanecerem frente às telas durante as atividades síncronas. As experiências de ensino remoto evidenciaram assim, a importância do processo interacional presencial e da medição do professor nas práticas de letramentos e na aprendizagem da língua escrita. Da análise e discussão dos dados, compreende-se que as tecnologias digitais e o uso da internet foram relevantes para a realização das atividades de ensino não presenciais, como também para a execução dos encontros formativos, das ações voltadas para a regência escolar e para a intervenção pedagógica no âmbito do PRP. Entretanto, as tecnologias digitais por si só não substituem a relevância da mediação do professor nas práticas de leitura e de escrita dos seus alunos. Por fim, reforça-se a importância do Programa Residência Pedagógica no processo formativo de residentes e preceptores tem vista proporcionar o diálogo entre a formação inicial e a formação continuada, ao passo que as experiências de estágios partem da relação entre o conhecimento teórico produzido na universidade e a prática pedagógica vivenciada no “chão” das escolas, no cotidiano da sala de aula.

Diante das especificidades impostas pela pandemia de Covid-19 à educação nos anos de 2020 e 2021, as Secretarias de Educação, ao desenharem suas estratégias de ensino e de aprendizagem, necessitaram propor caminhos para a formação dos professores, em especial a fim de garantir o exercício da profissão no formato que se impunha, de Ensino Online Emergencial (EOE). Diante deste cenário, a pesquisa tem por objetivo investigar qual a contribuição das iniciativas de formação de professores realizadas em 2020 e 2021 – os dois primeiros anos do contexto de pandemia de Covid-19 e diante da suspensão das aulas presenciais – para o desenvolvimento da cultura digital nas escolas, considerando o contexto presencial de aulas. De cunho qualitativo, o percurso metodológico da pesquisa está ancorado na metodologia de narrativas, colhidas por meio de entrevistas semiestruturadas com professores da Rede Estadual de Alagoas, com o recorte geográfico do município de Maceió, acerca de suas vivências formativas durante os anos de 2020 e 2021 e a repercussão para sua prática atual. Os dados foram interpretados pela análise de conteúdo na perspectiva de Bardin (1977) e elaborados em diálogo com os documentos oficiais publicados pela Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (SEDUC/AL) desde o princípio do estado pandêmico, até a retomada das aulas presenciais em definitivo. Como categorias de análise definiram-se as narrativas dos professores sobre a infraestrutura das escolas; suas crenças e atitudes frente às TDIC; as formações realizadas, suas contribuições e pontos de atenção; e a cultura digital de hoje, a partir de suas habilidades e relação com as TDIC. Os principais achados da pesquisa atestam que as formações realizadas contribuíram para o desenvolvimento atual da cultura digital nas escolas, porém, de forma limitada. Os repertórios docentes foram enriquecidos, permitindo que professores adotem TDIC em suas práticas pedagógicas, porém, sem mobilizar tão fortemente suas crenças e atitudes com relação ao papel e concepção metodológica e pedagógica das TDIC na Educação, uma vez que se perpetuou a concepção utilitarista e instrumental destas ao longo das formações realizadas, mantendo-se características como a transmissividade de conteúdos. Como outros achados da pesquisa, o estudo aprofunda-se neste e em outros aspectos da estratégia formativa da SEDUC/AL para o período de pandemia que podem ter contribuído para o resultado e levanta possibilidades para a qualificação de uma política de formação continuada voltada para TDIC na Educação.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado pelo DSM-V (2014) como um conjunto de dificuldades de comunicação e interação social, além de comportamentos disruptivos e interesses restritos. Recentemente, o número de alunos com Autismo matriculados na rede de ensino tem crescido de forma exponencial em todo o país. No entanto, ainda há uma carência de professores com formação adequada para identificar metodologias ativas que incluíram a inclusão de novas formas de ensinar habilidades de leitura e alfabetização aos estudantes autistas por meio de jogos digitais. É importante levar em consideração abordagens das tecnologias digitais que buscam promover a inclusão dos alunos na sala de aula. O objetivo deste trabalho é investigar se um treinamento para professores seria eficaz na seleção e aplicação de jogos com a finalidade de promover a alfabetização e estimular habilidades de leitura. Para isso, serão realizados dois estudos. O primeiro estudo consistiu em uma revisão sistemática da literatura sobre as contribuições dos jogos digitais para a alfabetização e o estímulo das habilidades de leitura em pessoas com Autismo. Foram encontrados sete estudos que provocaram uma eficácia significativa no uso de jogos digitais para alfabetização e desenvolvimento da leitura, além de outras áreas secundárias de desenvolvimento. O segundo estudo consiste em avaliar a efetividade de um programa de ensino online para professores baseado em vídeo-instrução e feedback. Até o momento, foi iniciada a construção do roteiro dos vídeos que serão apresentados no curso.

A Universidade Aberta do Brasil (UAB), sistema integrado por instituições públicas de ensino superior (IPES) para oferta de cursos superiores por meio do uso da educação a distância (EaD) foi instituída em 2006 com a oferta do Curso Piloto de Bacharelado em Administração a Distância. Este estudo investigou a implementação e interiorização da UAB na Universidade Federal de Alagoas através deste Curso, ofertado nos polos de Maceio, Santana do Ipanema e Porto Calvo. A problemática buscou responder: Quais as contribuições da UAB para a interiorização do ensino superior em Alagoas? Em que medida as ações da EaD provocaram mudanças perante a sociedade alagoana? Qual leitura social podemos fazer do Curso Piloto da UAB?. Os objetivos do estudo foram: resgatar o processo histórico da implementação e da interiorização da UAB em Alagoas; analisar as narrativas de gestores da UFAL que fizeram parte do processo de implementação do Curso Piloto, analisar a implantação de polos regionais e a formação dos sujeitos da EaD para oferta do Curso. O referencial teórico explora a EaD, enquanto política voltada para formação de administradores e professores; a democratização da formação a distancia através da interiorização do ensino superior pela UAB na UFAL, analisando-se as especificidades do Curso Piloto. A metodologia envolveu estudo de caso com pesquisa bibliográfica, documental e análise de entrevistas narrativas com gestores envolvidos na implantação da UAB e do Curso Piloto, disponíveis no banco de entrevistas do Projeto Memória da EaD na UFAL. As categorias trabalhadas nos dados foram: importância da EaD para a sociedade como Política Estratégica na UFAL; a democratização do acesso ao ensino superior; a inclusão social, fortalecimento da interiorização da EaD; o processo de planejamento e implementação do Curso Piloto; e a repercussão da formação no mesmo. As entrevistas narrativas permitiram a exploração aprofundada das percepções e reflexões dos gestores sobre os desafios, sucessos e aprendizados durante o processo de implementação do Curso Piloto, além da perspectiva multifacetada sobre os processos, desafios e avanços da EaD na UFAL, enriquecendo a compreensão do fenômeno estudado e sua influência no contexto educacional e institucional.

O estudo se propõe a pensar a sobre a formação continuada de professoras da educação infantil diante da ideia de luta contra a barbárie através de uma educação antirracista. O objetivo do estudo foi investigar a influência da formação continuada oferecida às professores dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) da 6ª Região Administrativa (RA) da Secretaria Municipal de Educação de Maceió-AL (Semed) na promoção de um conhecimento crítico sobre as relações étnico-raciais desde a primeira infância, analisando como essa formação impacta não apenas a prática docente, mas também a percepção e atitude das educadoras em relação ao tema em sala de aula. O estudo se concentra no bairro Benedito Bentes, em Maceió-AL, a escolha se deu pela concentração de Cmeis administrados pela Semed em um único bairro, por conta da sua extensão territorial, lá temos o quantitativo de 11 Cmeis, e também pelo infeliz índice de violência contra a população de jovens negros na região, o que indica forte presença da população negra no bairro. Para compor esse estudo elencamos algumas políticas públicas de ações afirmativas voltadas para educação, como a Lei nº 10.639/2003, como referência e direcionamos um questionário on-line para as professoras dos Cmeis com o objetivo de analisar a perspectiva das formações continuadas oferecidas pela Semed e a compreensão do ensino das relações étnico-raciais para crianças. O material foi analisado através da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2002).  A metodologia da pesquisa consiste em um estudo qualitativo (Yin, 2016) com uma abordagem teórico-crítica da sociedade para elaborar a trabalhar a noção de luta contra a barbárie a partir de uma educação antirracista. Por meio da Revisão Sistemática de Literatura (RSL) e da fundamentação teórica deste estudo, que se divide em quatro seções, a saber: Abordando a educação formal para crianças e infâncias (Cavalleiro, 2020; Gondra; Schueller, 2008; Kuhlmann, 1998; 2000); A continuação epistêmica: compreendendo a formação continuada de professores da Educação Infantil (Arroyo, 2014; Gomes, 2005); Trilhando o caminho até uma educação antirracista (Almeida, 2019; Cavalleiro, 2020; Gomes, 2017; hooks, 2017, 2019; Munanga, 2020; Souza, 2021); e, Barbárie e Racismo: dois maus que andam de mãos dadas (Adorno, 2010, 2012; hooks, 2017, 2019; Cavalleiro, 2020), foi organizada uma trilogia categorica para compor a técnica de análise de conteúdo e, por meio dela, inferir sobre as condições de produção dos materiais analisados com relação ao objetivo do trabalho. Nosso estudo identificou que as docentes reconhecem a necessidade de formação sobre o ensino das relações étnico-raciais, porém até o momento da pesquisa elas informaram que nem a Semed e nem os Cmeis haviam ofertado. Outro ponto importante que identificamos através das análises foi o resquício de uma cultura brasileira que ainda vangloria-se da falsa democracia racial no país e que acaba por respingar (chover) na educação. Por fim (ou pelo inicio), apresentamos pistas para se pensar uma formação continuada de professores da educação infantil a partir de uma educação antirracista, pois é válido que temos o fantasma do mito da democracia racial que reforça (e impoe) o racismo ainda ronda a sociedade e que somente a formação inicial não trás subsidios suficientes para as questões raciais que respaldam no dia a dia da sala de aula.

Esta tese foi desenvolvida no âmbito do Curso de Doutorado em Educação vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas. Tem como objetivo principal realizar um estudo de caso buscando compreender o discurso pedagógico atribuído à disciplina de Filosofia no processo de recontextualização do Referencial de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas no estado de Alagoas. Buscou-se compreender esse lugar ocupado pela Filosofia através dos processos de recontextualização do ReCAL, da análise do discurso pedagógico atribuído ao texto de Filosofia no ReCAL. Realizada a partir de uma abordagem qualitativa com base em análise de documentos, da observação participante e da realização de entrevistas semiestruturadas, a pesquisa se desenhou a partir da metodologia do estudo de caso na busca da compreensão dos discursos que compuseram os discursos pedagógico acerca da Filosofia. A análise da materialidade discursiva constatou que o discurso pedagógico é composto pelos discursos: regulador geral, que orienta-se pelo alinhamento à BNCC, formatando o documento a partir da concepção de competências e habilidades; pelo discurso instrucional geral, o qual orientou-se a partir da definição de saberes e práticas imanentes a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e pelo discurso instrucional específico que configura-se como um discurso insurgente em defesa de um ensino de Filosofia considerando elementos para uma didática filosófica.

A presente pesquisa problematiza a concepção de aprendizagem na medida em que busca abordar a seguinte problemática: qual a relação entre a elaboração de sentidos da vida e o processo de aprendizagem ao longo da vida, e suas múltiplas relações em âmbitos individuais e coletivos a partir da história de vida de uma educadora, especificamente no seu processo de envelhecimento, adoecimento e morte? Utiliza-se como referencial teórico e epistemológico o pensamento complexo, de Edgar Morin, em diálogo com a noção de transdisciplinaridade. A pesquisa caracteriza-se como estudo de caso e tem como objetivo compreender a relação entre sentidos de vida e aprendizagem, a partir da elaboração de um percurso biográfico, dentro dos parâmetros de uma prática de aprendizagem integradora e inovadora (PAII). A metodologia está elaborada dentro dos referenciais do Pensamento Complexo e da Transdisciplinaridade. Toma-se como técnicas produção autobiográfica, dialogada com a prática da autoetnografia. Os resultados do estudo demonstram que os sentidos de vida se apresentaram como multiplicidade que convergem e divergem na construção da sua história de vida. A ação performativa diante da multiplicidade de sentidos de vida, em diversos momentos e ciclos existenciais, permite com que o ser humano se torne mais autor da sua própria história. A efetivação dos sentidos de vida, como ação existencial, desdobra-se em aprendizagem, caracterizada como um processo contínuo ao longo da vida, que implica na criação de si e do mundo que lhe diz respeito.

Esta tese traz contribuições para a linha de história e política da educação do Programa de Pós-Graduação em Educação de Alagoas (PPGE). O objetivo se configurou em investigar o Planejamento Educacional como instrumento político de organização do Estado, nas esferas federal e estadual, buscando identificar as similaridades que unem os diferentes planos, a saber: Plano Nacional de Educação (2014-2024) e o Plano Estadual de Educação de Alagoas (PEE – 2016-2026), bem como suas possíveis convergências. Foi estudado o PNE (2014-2024) enquanto política balizadora de Estado, considerando a conjuntura histórica de desconstrução política iniciada com o movimento ideológico da extrema direita, pautado nos ideais neoliberais, em defesa de um arcabouço político estatal para a disrupção do pacto social estabelecido na Constituição Federal – CF 1988, intensificado a partir do golpe de 2016. Entende-se que o PNE (2014-2024) é um documento central, com desdobramentos em nível local, sendo assim, elegeu-se como aporte teórico Saviani (2009; 2010; 2011; 2017), Dourado (2010) e Calazans (2022). Investigou-se os elementos centrais dos planos, com ênfase no planejamento educacional do Estado de Direito pós-golpe de 2016, problematizando os planos nos contextos nacionais e locais. As diretrizes de ambos os planos embasam uma concepção de educação universal e democrática, focando na qualidade e na erradicação do analfabetismo, no atendimento escolar, na valorização dos profissionais da educação e no financiamento, dentre outros aspectos, que se viram ameaçados pelos rumos das políticas econômicas de austeridade fiscal adotadas durante a vigência dos planos. Para tal, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, com metodologia na pesquisa documental, analisando a Lei n° 13.005 de 2014 – PNE (2014-2024), em nível central, e a Lei nº 7795 de 2016 – PEE (2016-2026), em nível local. Utilizou-se a análise de conteúdo de Laurence Bardin (2002) para o tratamento das categorias, com o uso da teoria crítica fundamentada em Marx (1998), Gramsci (1999-2002) e Mészáros (2002) para as discussões. Além disso, empregou-se a técnica de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), realizando um levantamento em cinco bases científicas de produções que abordam o PNE (2014-2024) como uma política pública de educação no contexto do Estado brasileiro, em um recorte histórico de 2014 a 2023. Concluiu-se que as pesquisas voltadas ao PNE (2014-2024) reforçam a defesa do plano como fundamental para o planejamento educacional e a consolidação de um Sistema Nacional de Educação no Brasil, sendo um ponto central a ser considerado por estudiosos e analistas em políticas educacionais. A produção científica sobre o plano revela uma análise multifacetada, considerando os diversos contextos que moldam as políticas educacionais no Brasil, com recortes para focalizar temáticas epistêmicas sobre o objeto em pesquisa. Ao analisar o cenário dos pressupostos políticos e econômicos em relação à atuação do Estado, intensificou-se a desconstrução do PNE (2014-2024) como política pública de Estado, corroborando com a implementação das metas em nível central e local. Constatou-se a transposição das diretrizes, metas e estratégias entre o PNE (2014-2024) e o PEE (2016-2026), tendendo a não considerar as especificidades locais, o que oferece subsídios valiosos para futuros estudos sobre a temática.

A educação brasileira tem passado por diversas mudanças e desafios ao longo dos anos, refletindo as diferentes abordagens e prioridades dos governos em relação ao sistema de ensino. Esta pesquisa buscou analisar os fundamentos que embasam a BNCC/2017, considerando as políticas educacionais e os documentos norteadores que culminaram na elaboração do currículo comum nacional para a educação brasileira. Para isso, realizamos uma contextualização das políticas curriculares no Brasil, a partir dos anos de 1990; identificamos as dimensões histórica, conceitual e política no campo do currículo; compreendemos a BNCC/2017, levando em conta os antecedentes históricos; e refletimos acerca das categorias: currículo, avaliação externa e formação docente. O desenvolvimento desta pesquisa partiu da seguinte pergunta norteadora: Quais fundamentos embasam a BNCC/2017, levando em conta as políticas educacionais e os documentos norteadores que culminaram na elaboração do currículo comum nacional para a educação brasileira? O percurso metodológico delineia-se na abordagem qualitativa (Yin, 2016), com a técnica documental (Cellard, 2012) e o método da Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin (2016). Nos amparamos em teóricos como Apple (1982; 2001), Freire (2001; 2015; 2019), Cury (2002; 2018), Saviani (2004; 2016), dentre outros, que fundamentaram as dimensões do currículo, possibilitando reflexões sobre o objeto desta pesquisa. Destacamos que a BNCC/2017, enquanto política de caráter normativo para a Educação Básica, apresenta em seus fundamentos as características advindas do modelo de estado neoliberal, por meio de um currículo prescrito e impositivo através de competências e habilidades, promovendo a padronização do ensino e da aprendizagem, e a responsabilização das escolas e professores pelos resultados das avaliações em larga escala.

A avaliação da riqueza lexical é uma importante estratégia educacional para o processo de ensino e aprendizagem da produção textual, auxiliando os professores no diagnóstico das habilidades e conhecimentos lexicais dos alunos, bem como na compreensão das características dos seus textos. O presente estudo tem como objetivo avaliar a riqueza lexical em manuscritos escolares produzidos por alunos brasileiros e portugueses recém-alfabetizados a partir de uma metodologia de escrita colaborativa. O corpus deste estudo é composto por um conjunto de 186 narrativas ficcionais provindas de uma cooperação internacional entre pesquisadores do Brasil, representados pelo Laboratório do Manuscrito Escolar (LAME), e pesquisadores da Universidade de Aveiro, em Portugal. Os sujeitos da pesquisa são crianças brasileiras e portuguesas com idades entre seis e oito anos. No Brasil, as crianças estavam matriculadas no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede privada de Maceió, Alagoas, enquanto as crianças portuguesas cursavam o 2º ano do Ensino Básico em uma escola pública localizada em Aveiro. Seguindo uma metodologia de abordagem quali-quantitativa, a primeira etapa da análise dos dados compreendeu a transcrição normativa dos textos. Para a mensuração da riqueza lexical foram considerados como parâmetros o total de palavras escritas, a densidade lexical e a diversidade lexical, os quais foram extraídos com o auxílio do software Lexicanalytics Web. Na análise dos resultados relativos aos alunos brasileiros, constatou-se que os textos produzidos pelas díades do primeiro ano apresentaram uma média de 107 palavras escritas, caracterizando-se por uma diversidade lexical de 72,06%, uma densidade lexical de 56,14% e uma notável riqueza lexical de 91,53. Nos textos das díades do segundo ano, por outro lado, a média de palavras escritas foi ligeiramente menor, aproximadamente 86 palavras, com uma diversidade lexical de 71,12% e uma densidade lexical de 56,97%, alcançando uma riqueza lexical de 91,23. Quanto aos resultados dos textos dos alunos portugueses, que pertenciam ao mesmo ano escolar, mas de escolas diferentes, a média de palavras escritas foi de aproximadamente 113 palavras, com densidade média de 57,82%, diversidade de 71,59% e alcançando uma riqueza de 93,15. Na comparação global entre as díades, observou-se que, embora os textos das díades portuguesas tenham apresentado uma riqueza lexical ligeiramente superior aos textos das díades brasileiras, o teste de hipótese não demonstrou que essa diferença fosse estatisticamente significativa. Logo, mesmo considerando que os textos foram produzidos por alunos de diferentes escolas e nacionalidades, a riqueza lexical obtida foi semelhante, indicando um mesmo domínio lexical em seus textos. Por fim, esperamos que os resultados obtidos neste trabalho de doutoramento contribuam para a produção de conhecimento acerca da riqueza lexical em textos de língua portuguesa, revelando aspectos importantes da escrita de alunos brasileiros e portugueses recentemente alfabetizados. Além disso, esperamos abrir novos caminhos para a avaliação e o acompanhamento do conhecimento lexical dos alunos, destacando a relevância de ferramentas de análise lexical, como o Lexicanalytics Web, nesses processos.

Em uma sociedade imersa na cultura digital, o cenário educacional busca incorporar artefatos tecnológicos com potencial para contribuir, adaptar e inovar nas práticas pedagógicas. Nesse contexto, a Aprendizagem Baseada em Jogos Digitais (DGBL) apresenta-se como um guia para a incorporação de jogos, como o Escape Room (ER). Assim, este estudo tem como objetivo analisar, a partir das experiências de desenvolvimento de Salas de Fuga Educacional (EER), como os professores planejam e avaliam a aprendizagem. Esse objetivo se constitui no entendimento de que, na maioria das vezes, a prioridade na avaliação dos processos de ensino-aprendizagem por meio da interação dos ER recai sobre a avaliação de experiências. Assim, buscamos responder à seguinte questão: Como os professores que desenvolvem salas de fuga educativas no ensino superior planejam e realizam a avaliação para a aprendizagem? A pesquisa se identifica no campo metodológico como qualitativa (YIN, 2016) de natureza descritiva, amparada na percepção da Pesquisa Experiencial (MICCOLI, 2007; KOLB, 2014) que valoriza a experiência como unidade de pesquisa. Além disso, a investigação está apoiada na abordagem Hermenêutica Fenomenológica (DITTRICH; LEOPARDI, 2015) que subsidia a compreensão e valorização das experiências dos seres humanos. No contexto teórico do estudo desenvolvido, é possível destacar alguns conceitos relevantes para situar o estudo: cultura digital, aprendizagem baseada em jogos, sala de fuga e avaliação para a aprendizagem. As experiências de 4 professores do ensino superior de instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) foram coletadas, observadas e analisadas por meio de um questionário elaborado, validado por especialistas (HERMIDA; ARAÚJO, 2006) e divulgado (via WhatsApp, e-mail e por site da Universidade Federal de Alagoas-Ufal). Neste estudo, a maioria dos entrevistados são professores da rede pública de Ensino Superior e já desenvolveram o EER. Por meio da análise dos dados, foi possível observar que, em sua maioria, o número de experiências evidenciadas refere-se às experiências sociais, seguidas das experiências afetivas, contextuais e pedagógicas. Além disso, a pesquisa mostrou que, pelos resultados obtidos, é preponderante o entendimento de professores que concordam que a ER contribui para o desenvolvimento cognitivo do aluno. Com relação à avaliação para a aprendizagem, foi possível inferir, de acordo com os dados coletados, que o planejamento é visto como um instrumento que contribui para o processo de construção da avaliação para a aprendizagem e, assim, contribui para uma aprendizagem efetiva e qualitativa.

Este estudo teve como objeto de pesquisa as atribuições do gestor escolar nas escolas públicas da rede municipal de Jequiá da Praia – no estado de Alagoas. O estudo teve por objetivo geral identificar as atribuições do gestor escolar no município de Jequiá da Praia, no estado de Alagoas, no período de 2021 a 2022, e os objetivos específicos foram: a) dialogar sobre as formas de provimento do gestor escolar e suas repercussões na política educacional; b) perceber o papel dos gestores das escolas públicas do município de Jequiá da Praia, no estado de Alagoas e; c) analisar o papel da Secretaria Municipal de Educação no processo de orientação no trabalho de gestores escolares de Jequiá da Praia, no estado de Alagoas. A metodologia foi caracterizada por meio da natureza qualitativa, com abordagem exploratória, e o estudo de caso, como técnica de pesquisa. O instrumento para coleta de dados foi por meio da aplicação de questionários semiestruturados (com perguntas abertas e fechadas) e entrevista. Para analisar os dados colhidos e pesquisados foi feita a Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos destacam que com as concepções de gestão escolar no Brasil e sua relação com a política e o contexto social, o perfil do gestor escolar de Jequiá da Praia, por meio do consolidado do questionário, aproxima-se da concepção gerencial, e da concepção burocrática, estatal e administrativa; a função social da escola está relacionada com os deveres de resultados e reponsabilidades, bem como seguir a ordem estabelecida pelos superiores; são destacados os Conselhos Escolares, Associação de Pais e Mestre e Participação da Comunidade Escolar, como meio de tomadas de decisão nas escolas de Jequiá, no entanto, é visto que esses mecanismos não existem nas escolas ou são frágeis, com pouca representatividade e efetividade; no que diz respeito a formação continuada é visto que o bom desempenho do estudante e do trabalho pedagógico são prioridades e não a transformação social da escola e, em alguns resultados os depoimentos de como ocorre a formação e a periodicidade se contradizem, o que gera a reflexão se realmente existe a formação continuada e se caso exista, se ela é eficaz para o perfil da escola; os gestores destacam suas atribuições voltadas para a prática das políticas educacionais e das ações advindas da SEMED.

Esta dissertação surgiu a partir dos estudos desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL), inserida na Linha de Pesquisa Tecnologias da Informação e Comunicação. A pesquisa objetiva analisar os impactos da formação nas práticas pessoais e profissionais dos egressos do Curso de Pedagogia a Distância da UFAL, das turmas ofertadas em 2012, 2013 e 2014; apresentar aspectos históricos sobre a implantação da Educação a Distância na UFAL, a partir do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB); identificar os desafios e as perspectivas dos egressos no processo de formação acadêmica; identificar as práticas educativas no processo de ensino e aprendizagem por meio da atuação profissional. Os objetivos descritos buscam, sobretudo, resposta(s) à questão central, a saber: quais os impactos da formação nas práticas pessoais e profissionais dos egressos das turmas de 2012, 2013 e 2014? O percurso metodológico foi organizado a partir da pesquisa de natureza qualitativa, desenvolvida pelo viés do estudo de caso, utilizando-se das narrativas reflexivas dos sujeitos envolvidos. A coleta dos dados deu-se com a aplicação de questionário e de entrevistas de forma online, junto aos egressos do curso de Pedagogia a Distância, em suas ofertas de 2012, 2013 e 2014, num total de 30 participantes dos 175 egressos. Evidenciou-se que os impactos da formação foram positivos e contribuíram tanto para os aspectos pessoais quanto para os profissionais dos egressos que, ao mesmo tempo, narraram a importância da EaD na UFAL para a formação docente no estado de Alagoas.

Nesta pesquisa propôs-se a estudar sobre a recepção dos professores alfabetizadores de Alagoas no que se refere à Política Nacional de Alfabetização (PNA), problematizou-se: Quais são as relações entre o discurso da PNA e os discursos dos professores no que se refere à concepção de alfabetização? Visando responder a intenção investigativa, traçou-se como objetivo geral: Identificar qual a relação entre o discurso da PNA e os discursos dos professores no que se refere à concepção de alfabetização. Desdobrando-se nos seguintes objetivos específicos: a) Discutir o que está subjacente na concepção de alfabetização adotada na PNA; b) Investigar se os professores conhecem os documentos da PNA (Decreto nº 9.765 e Caderno da PNA); c) Analisar os discursos dos professores alfabetizadores sobre a concepção de alfabetização da PNA; d) Compreender se há relação entre o discurso da PNA e os discursos dos professores partícipes da pesquisa. Tratou-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, articulando dados de um survey com o material coletado no grupo focal. Os discursos dos professores alfabetizadores, participantes da pesquisa, foram coletados no evento discursivo de grupo focal. Os resultados indicam que os professores conhecem, em parte, os documentos da PNA; os professores partícipes da investigação concordam, em sua maioria, com a concepção de alfabetização expressa na PNA, que considera a língua como código. Contudo, a pesquisa indica que a PNA reduziu de modo significativo o conceito de alfabetização ao compará-la com as práticas de alfabetização, por não se restringir as habilidades de codificar e decodificar. No contexto da prática, a PNA orienta a instrução fônico sistemática, considerada pelos professores partícipes da investigação como método inovador, adequado para a prática pedagógica na alfabetização. Constatou-se, nessa pesquisa, algumas conformidades e insurgências entre o discurso da PNA e os discursos dos professores. Como conformidades, observa-se que os professores concordam com a concepção de alfabetização da PNA e com a instrução fônica sistemática. Além disso, os professores consideram o Programa Tempo de Aprender, por sua natureza “prática”, como sendo inovador e como melhor do que outros programas de formação de professores alfabetizadores implementados pelo MEC. Como insurgências os professores consideram que a PNA traz breves e resumidos conceitos e apontam que os processos de ensino e aprendizagem da alfabetização são amplos e envolve diversos aspectos, não podendo ser reduzido a apenas codificar e decodificar. Os alfabetizadores demonstram interesse no aperfeiçoamento de conhecimento e metodologia de ensino sobre alfabetização, visando um processo de ensino e aprendizagem que proporcione que o estudante aprenda de forma clara e coerente, considerando o processo de apropriação da linguagem por meio da inserção do estudante na cultura escrita, visto que, são orientações para a prática docente.

A pandemia da COVID-19 tem evidenciado questionamentos importantes quanto às formações dos docentes, principalmente, no que se refere a práticas inclusivas. Logo, neste estudo volta-se o olhar aos aspectos inclusivos das práticas, considerando os espaços de formação inicial de professores. Questionam-se “quais as contribuições das Práticas de Aprendizagem Integradoras e Inovadoras à formação inicial dos docentes, considerando os desafios do cenário atual para a promoção da inclusão em meio ao contexto de pandemia?”. Esta pesquisa objetiva investigar as contribuições das Práticas de Aprendizagem Integradoras e Inovadoras (PAII) na formação docente inicial, com vistas à promoção da inclusão ante a complexidade e desafios do cenário atual. Para compor o referencial teórico, foram adotadas as teorias que fundamentam as PAII, sendo primordialmente o Paradigma Educacional Ecossistêmico, o Pensamento Complexo e Transdisciplinar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em que se buscou dialogar com produções científicas que tratam de aspectos inclusivos referentes à formação docente à luz das teorias mencionadas, contemplando as particularidades do cenário de emergência atual em virtude do contexto pandêmico. Inspira-se na pesquisa-ação existencial na perspectiva integral, ao modelo de Barbier (2004). Moraes e Valente (2008) dialogam com este caminho ao apontar a pesquisa sob a ótica da complexidade e transdisciplinaridade, com isso, busca-se estudar a participação coletiva, a promoção do espírito de criação, a implicação dos sujeitos no processo de reflexão e transformação. Elegeu-se como participantes da pesquisa, estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas que realizaram inscrição de forma espontânea para participar da ação extensionista, relacionada à temática proposta. Como instrumento foram utilizadas as coletas de dados da ação através da observação participante, questionários semiestruturados e transcrição de discursos emitidos de forma oral ou escrita através das plataformas digitais. Fizemos uso da análise de conteúdo inspirando-nos no método orientado por Bardin (2011). Foi possível perceber a insuficiência das formações docentes no que tange às questões inclusivas, além de se destacar a hegemonia de práticas pedagógicas normativas que não atendem às demandas emergentes oriundas das incertezas e complexidades dos tempos atuais. A proposta de uma mudança paradigmática e das PAII, se apresenta como caminho possível para a transcendência do modo de pensar fragmentador e aponta caminhos possíveis a partir da apropriação de uma outra visão de homem, de mundo, e consequentemente dos processos de aprendizagem por parte de cada docente em (trans)formação. Assim, foi possível compreender e desvelar contribuições às formações docentes e práticas inclusivas em meio ao contexto atual, por meio das Práticas de Aprendizagem Integradoras e Inovadoras, bem como refletir sobre as formações docentes no âmbito das graduações a luz da perspectiva inclusiva e criativa para lidar com as instabilidades e incertezas próprias deste tempo, e da vida em sua complexidade inerente.

Com o advento da Pandemia de Covid-19, que afetou as diferentes esferas da vida humana em todo o mundo, a formação do Pedagogo para o ensino da Matemática foi impactada pelas mudanças e desafios decorrentes desse cenário. Esta dissertação tem como objetivo investigar quais saberes matemáticos os graduandos do curso de Pedagogia da UFAL construíram na disciplina de Saberes e Metodologias do Ensino de Matemática I, durante as aulas remotas em tempos de Covid-19. Especificamente, buscou-se discutir sobre as ações educativas realizadas nas aulas de disciplina Saberes e Metodologias do Ensino da Matemática 1 no contexto da formação inicial do Pedagogo durante o Período Letivo Excepcional (PLE); analisar os saberes matemáticos emergidos situados nas vivências dos participantes durante o ERE; e evidenciar as contribuições do ERE e suas implicações como estratégia pedagógica para constituição dos saberes matemáticos na formação inicial do Pedagogo. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada nos estudos de Bogdan e Biklen (1994) e Creswell (2007), com abordagem metodológica estudo de caso. Para a coleta de dados utilizamos a observação das aulas remotas em período emergencial, entrevista semiestruturada realizada pela plataforma de web conferência Google Meet, análise dos diários de bordo dos alunos que se configuram como cadernos de registros das aulas e de suas aprendizagens, plano de aula e de curso da disciplina. Participaram da pesquisa cinco discentes regularmente matriculados na disciplina referente à Matemática I, no curso de Pedagogia da UFAL.  A análise de dados ancorou-se em alguns pressupostos da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016) e nos procedimentos utilizados por Santos (2009).  Dessa maneira, mesmo com os desafios que surgiram na pandemia, os discentes durante o ERE construíram saberes matemáticos relacionados aos conteúdos, conceitos e propriedades da Matemática, bem como saberes pedagógicos desses conteúdos, a partir das metodologias que foram trabalhadas durante a disciplina. Os discentes puderam ampliar seus repertórios matemáticos e refletir acerca das possibilidades para o ensino da disciplina nos anos iniciais.

Esta pesquisa buscou analisar as práticas de letramentos de uma professora alfabetizadora com foco no ensino de leitura em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental. Para tanto, objetivou-se descrever eventos de letramentos com foco na abordagem do gêneros textuais e nas atividades de leitura e de escrita; identificar as concepções teóricas de língua/linguagem e de texto que norteiam o ensino de Língua Portuguesa (LP) e a prática da professora alfabetizadora; e compreender as possíveis implicações pedagógicas das concepções teóricas para as práticas de letramentos e para o ensino de leitura no contexto escolar da aprendizagem da língua escrita. O construto teórico que fundamenta este estudo encontra-se organizado a partir dos estudos que discorrem sobre alfabetização e práticas de letramento no contexto brasileiro (SOARES, 2004; 2006; 2007; KLEIMAN, 2005), em diálogo com alguns pressupostos dos “Novos” Estudos do Letramento (STREET, 1984, 2013, 2014) e com as concepções teóricas de linguagem correlacionadas ao ensino de LP (TRAVAGLIA, 1996; 2009; GOMES, 2010, 2014, 2017; DORETTO; BELOTI, 2011) e à abordagem dos gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008). Metodologicamente, caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa (MINAYO, 2011; DAWSON, 2009), do tipo estudo de caso. Sob um viés etnográfico, utilizou-se da perspectiva sociocultural dos estudos dos letramentos para a escolha dos procedimentos de coleta de dados, tais quais: observação in loco, diário de campo, análise documental, questionários e entrevistas. Os resultados das análises dos eventos revelaram que, as atividades de estudo propostas a partir dos gêneros textuais escolhido pela professora, direcionavam as práticas de leitura conduzidas em sala de aula, que quase sempre, restregiam a análise para a identicação das informações vinculadadas ao texto, ainda que em vários momentos houvesse uma interação e ativação dos conhecimentos prévios dos alunos; enquanto que as práticas de escritas visavam, de forma predominante, a caracterização estrutural e composicional dos gêneros textuais e o reconhecimento do sistema alfabético e ortográfico. No que diz respeito às concepções teóricas analisadas, verificou-se, na prática da professora alfabetizadora, a predominância da concepção de linguagem como instrumento de comunicação, uma vez que a ênfase do estudo do texto era o código linguístico desvinculado dos contextos de usos. Fazendo uma correlação entre as concepções identificadas, observamos que a condução das práticas de letramentos no contexto escolar, mais especificamente durante o ensino da leitura, estava associada à perspectiva de letramento autônoma. Pensando nas várias implicações das concepções teóricas para o ensino de LP voltado para os anos iniciais do Ensino Fundamental, infere-se que, ao priorizar a faceta linguística, a professora elege a apropriação do sistema alfabético-ortográfico como único objeto de estudo e de trabalho da Língua Portuguesa, logo, essa prática alfabetizadora desconsidera as diferenças entre os estágios da aprendizagem da língua escrita, bem como ignora os diversos contextos sociais de usos e funções das práticas de letramentos. Desse modo, o ensino da leitura e da escrita não é norteado por uma perspectiva crítica, posto que não há uma articulação entre os processos de alfabetização e de letramento, ou seja, a integração das facetas (línguística, interativa e sociocultural).

Esta dissertação tem como tema a gestão escolar indígena no território Wassu Cocal. Foi desenvolvido uma análise a partir do reconhecimento dos desafios da gestão escolar indígena dentro da concepção decolonial e o fortalecimento do trabalho coletivo, da ética profissional, político, pedagógico, democrático e participativo, perante as mudanças organizacionais no contexto das escolas indígenas da Aldeia Wassu Cocal em especial Escola Estadual Indígena Professora Marlene Marques dos Santos. Ressaltamos ainda que a pesquisa tem como foco a promoção de uma gestão escolar indígena que viabilize as ações gestoras e pedagógicas que valide a pluriculturalidade; a democratização ou participação nas práticas pedagógico-gestoras; o diálogo entre as práticas culturais com os projetos educativos, as políticas públicas e os saberes originários do povo Wassu Cocal. Teve como objetivo geral analisar os elementos da gestão escolar indígena como uma proposta decolonial, buscando o fortalecimento do trabalho coletivo, democrático e pluricultural na organização do trabalho pedagógico de uma escola indígena da aldeia Wassu Cocal.  Dessa forma foi a partir da metodologia de cunho bibliográfico documental e qualitativo, que se fundamentou nos pressupostos teóricos e epistemológicos, que nos possibilitou compreender a importância da gestão escolar e os desafios enfrentados para se garantir uma educação escolar indígena intercultural, específica e diferenciada para o povo indígena Wassu Cocal, a qual é hoje garantida legalmente nos documentos que asseguram uma educação escolar diferenciada e descolonizada de qualidade.

Este trabalho busca descrever os currículos escolares vivenciados no Ensino Fundamental Anos Iniciais, em duas escolas indígenas, localizadas no município de Joaquim Gomes, região da zona da mata alagoana, território indígena Wassu-Cocal. Como objetivo geral buscou-se: pesquisar os currículos em escolas indígenas do etnoterritório do povo ora pesquisado e a sua relação com valorização de saberes e suas produções na perspectiva de práticas emancipatórias. Os objetivos específicos do trabalho são: a) Identificar sentidos e princípios atribuídos ao currículo nas escolas indígenas, como reconhecimento e produção de conhecimentos emancipatórios; b) Caracterizar particularidades locais nas propostas curriculares trabalhadas em sala de aula, identificando as possibilidades abertas para a decolonização curricular nas duas escolas indígenas pesquisadas, c) Identificar nas vozes e práticas dos agentes indígenas a contra hegemonia persistente nas escolas da comunidade. Como problematizações buscou-se: como as professoras indígenas têm dialogado com a história e a cultura do povo Wassu-Cocal em sala de aula? Quais são os materiais didáticos e produções construídas em salas de aulas, utilizados pelas professoras para explorar a temática indígena? Nas vozes dos agentes indígenas as práticas curriculares docentes correspondem às prescrições curriculares nacionais ou extrapolam, valorizando e legitimando os conhecimentos ancestrais? Os instrumentos de coleta de dados foram observações (na comunidade e em sala de aula), entrevistas com professoras, coordenadoras e Lideranças indígenas, que revelou vivências, nos permitindo fazer interpretações das realidades escolares do povo pesquisado. Para as análises documentais, tem-se como subsídios, fotos e vídeos realizados em pesquisa de campo, documentos legais, Resoluções, Pareceres, diários de classe, PPP, planos de aulas das professoras, trabalhos pedagógicos, realizados pelas duas escolas indígenas pesquisadas. A análise dos dados apontou que os currículos escolares, vivenciados nas escolas investigadas, trazem à tona desobediências epistêmicas e metodológicas, resistindo e assumindo o compromisso com o povo do etnoterritório em questão. Assim, cada escola pesquisada tem suas especificidades e diferenças, ou seja, iguais na intencionalidade, porém diferentes na dinâmica pedagógica, que extrapolam a prescritividade hegemônica. Já as vozes dos/as agentes indígenas demonstram que possuem a consciência do seus papeis, enquanto formadores sociais, seguem, portanto, na desobediência, arriscam caminhos contra hegemônicos, perspectivando novas possibilidades e práticas pedagógicas, percebe-se assim o protagonismo indígena, prevalecendo nas salas de aulas as lógicas ancestrais, referencializadas a partir do seu universo território-natureza-religiosidade (místico).

Anualmente, existem pesquisas que trazem levantamentos de dados acerca do consumo e indústria dos jogos digitais, no Brasil e no mundo, mostrando sua tamanha inserção na sociedade e cultura, e inclusive, em como eles estão crescendo exponencialmente com o passar do tempo. Pesquisas informam, em 1984 foi quando houve uma inversão na indústria do entretenimento pela primeira vez, na qual o faturamento dos jogos digitais superou o do cinema. Um setor que pode implementar jogos digitais em seu contexto e utilizar de seus benefícios em prol do aprendizado, do desenvolvimento cognitivo e de habilidades, entre outros, é o da Educação. Especialmente ao refletir sobre a atual conjuntura em que as crianças e os adolescentes estão inseridos, os jogos digitais podem ser um caminho diferente para os professores seguirem, preparando-os para uma aprendizagem mais ativa, na qual os estudantes são capazes de construir conhecimentos, e desenvolver habilidades, em vez de apenas decorarem informações acumuladas. Entretanto, cabe aqui a ressalva de que apenas adequar os jogos digitais à lógica do ensino formal pode transformar uma experiência interessante e motivadora em uma atividade frustrante, principalmente se os estudantes estiverem familiarizados com os jogos fora do ambiente escolar, pois estes lhes garantem autonomia e protagonismo 

O Escape Room (ER) é caracterizado como um jogo baseado na “ação ao vivo”, em que uma equipe de participantes busca solucionar os desafios para “escapar” dentro do tempo limite. Desta forma, a ER possibilita uma vivência real de sensações e experiências semelhantes às proporcionadas pelos jogos digitais. Sua estrutura proporciona interação e colaboração entre jogadores, isso fez com que o jogo despertasse o interesse de instituições educacionais e pesquisadores, uma vez que foi identificado um potencial educacional, assim surgindo a Educational Escape Room (EER). É um jogo que busca proporcionar uma experiência de aprendizagem colaborativa e divertida, em que o estudante está imerso em um ambiente baseado em temáticas de ficção, simulação ou situações do cotidiano, favorecendo os processos de aprendizagem, uma vez que possui aspectos do Digital Game-Based Learning (DGBL); aprendizagem imersiva; aprendizagem experiencial e aprendizagem colaborativa. O processo de planejamento, desenvolvimento e avaliação da EER abrange diferentes grupos de competências como: pedagógicas, digitais, relacionadas a DGBL e sociais. No cenário científico, foi identificado há não existência de ferramentas de autoavaliação validadas capazes de aferir e disponibilizar devolutivas com direcionamento referente às competências docentes em EER. Contudo, a pergunta que norteou esta pesquisa foi: As variáveis área de formação, tempo de atuação e nível de atuação do docente na educação apresentam correlações (positivas ou negativas) quando comparadas com os grupos competências docentes em EER? A hipótese defendida é: As variáveis área de formação, tempo de atuação e nível de atuação do docente na educação apresentam correlações (positivas) quando comparadas com os grupos de competências docentes em EER. O objetivo desta pesquisa foi: desenvolver uma ferramenta de aferição de competências docentes para Educational Escape Room. Participaram da pesquisa 82 docentes. A pesquisa é de caráter quantitativo e segue as diretrizes da abordagem Design Science Research.Sobre a validação da ferramenta, foi aplicada a análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória. Também foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk para se constatar normalidade na distribuição dos dados. Foi identificado a não normalidade dos dados, assim se justifica a escolha do teste de Kruskal-Wallis e utilização do teste de correlação de Spearman. Foi feita a análise exploratória dos dados e análise estatística descritiva utilizando-se de medidas de tendência central (mediana), bem como o uso de frequências absolutas e relativas que foram realizados por meio do software estatístico JAMOVI® versão 2.3.24. Os dados foram apresentados por meio de tabelas, gráficos de densidade e gráficos do tipo box plot. Houve a existência de correlação positiva entre o tempo de atuação do docente na educação com o grupo de competências pedagógicas (r = 0.309). Também houve correlação positiva entre alguns grupos de competências como: competências digitais e competências pedagógicas (r = 0.529), competências da DGBL com competências pedagógicas (r = 0.494) e competências digitais (r = 0.643) e, competências sociais com competências digitais (r – 0.360) e competências da DGBL (r = 0.531). As variáveis nível de atuação na educação e área de formação não apresentaram correlações quando comparadas com os grupos de competências.

O presente estudo tem por objetivo investigar o uso e a compreensão das marcas de pontuação por crianças em diferentes níveis de instrução em contexto escolar nos últimos20 anos. É relevante conhecer o que professores e pesquisadores brasileiros pesquisam e dizem sobre a pontuação em seus aspectos históricos até a atualidade. A pesquisa tem como referencial teórico autores como Vieira (2021) onde a autora explora a pontuação como um ato pouco visível para as crianças ao produzirem seus próprios textos, e que, sua atenção maior está em apenas revisar o que foi escrito. Em Rocha (1997) destaca o surgimento tardio dos sinais de pontuação e as incertezas em sua evolução histórica, incertezas pelas quais também surgem ao produzir os textos e conceber a função que a pontuação exerce nas produções. Leal e Guimarães (1999) tentam compreender os principais desafios que os professores das séries iniciais possuem ao ensino da pontuação, pois as autoras esclarecem que os professores não dominam as regras normativas da pontuação e a prática das atividades são construídas em sentenças isoladas. Autores como Mendonça (2001), Carvalho Rocha (2001), Leal e Guimarâes (1999), Brandão e Silva (1999), mostram que as práticas do ensino da pontuação não condizemao real sentido da compreensão da sua funcionalidade e dos usos pelas crianças, devido tomarem como base a memorização de atividades com regras repetitivas e fragmentadas. Para Brandão e Silva (1999), Ferreiro (1996) e Carvalho Rosa ( 2001), o ensino da pontuação está atrelado à ocorrência de frases isoladas e segmentadas. Com isso, esta investigação preocupa-se em levantar os problemas enfrentados em sala de aula com o ensino da pontuação, e que, as problemáticas no domínio destas marcas sejam vistos pelo viés da reflexão e esclarecimento de que a pontuação ainda é um conteúdo pouco explorado e que deve ser ensinado em caminhos que levem o aluno para a reflexão da sua aplicabilidade de forma contextualizada e reflexiva.

O cotidiano da Educação Infantil é constituído com a participação de profissionais que ocupam diversos cargos e funções – docentes ou não – e que compartilham dos processos de educação e de cuidado como dimensões indissociáveis da primeira etapa de Educação Básica. A pesquisa intitulada “Profissionais de apoio da rede municipal de Educação Infantil de Maceió: identidade(s), formação e profissionalismo”, teve como objetivo investigar o perfil dos(as) profissionais de apoio que atuam com as crianças de até os 5 anos e 11 meses de idade no município de Maceió. Pela premissa de que o desenvolvimento integral das crianças desde bebês ocorre nas interações e brincadeiras com seus pares e adultos, tendo o cuidar e o educar como tarefas indissociáveis, o presente estudo buscou lançar o olhar para o perfil dos(as) profissionais de apoio na Educação Infantil da rede municipal de Maceió, no tocante à formação, à identidade(s) e ao profissionalismo, considerando produções que tratam da formação de profissionais da Educação Infantil (KRAMER, 2006, 2011; CERISARA, 1999; NUNES, CORSINO e DIDONET, 2011), além dos documentos legais acerca da primeira etapa de Educação Básica brasileira, dos achados sobre formação, valorização e carreira de funcionários da Educação Infantil no Brasil (BRASIL, 2004, 2005, 2009) e as contribuições de Penteado (2019) acerca de profissionais de apoio na educação. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, realizada sobre e com profissionais de apoio da Educação Infantil da rede municipal de Maceió, pautada na abordagem de pesquisa narrativa, tendo como instrumentos de construção dos dados: questionários, na primeira fase, e entrevistas semiestruturadas, na segunda fase. Para o tratamento dos dados, foram adotados os procedimentos propostos por Bardin (2011), para analisar o conteúdo das entrevistas e questionários. Os resultados mostram, além de outras percepções, que a maioria dos(as) profissionais de apoio tem o Ensino Médio concluído, mas não passou por formação/orientação inicial para o trabalho que considerasse as especificidades do cotidiano de uma instituição de Educação Infantil. Tais profissionais demonstraram interesse na participação em formações para qualificação profissional, consideram a remuneração salarial inadequada e entendem suas atribuições como importantes para o desenvolvimento das crianças nas instituições de Educação Infantil. Por fim, destaca-se que o fato de que o vínculo empregatício terceirizado é apontado como principal fator que contribui para a precarização do trabalho desses profissionais na educação pública.

O processo de globalização no qual vivemos atualmente muda a forma como nos relacionamos socialmente. O uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) está presente em diversos âmbitos sociais, e no campo educacional não é diferente. Entretanto, o uso das TDIC em contexto escolar configura-se em um grande desafio do nosso século, visto que não basta inseri-las neste espaço, é preciso reconhecê-las como ferramentas pedagógicas “amplificadoras” da prática docente. Em consonância, mesmo aparecendo com diferentes conceitos, a Competência Digital (CD) é tida como condição determinante para que se tenha êxito no processo de usabilidade das TDIC, sobretudo, considerando o contexto educacional. Tal competência é considerada pelo Conselho e Parlamento Europeu (2006; 2018) como sendo uma das oito competências essenciais para o desenvolvimento humano ao longo da vida. Já no Brasil, ela aparece como uma das dez competências gerais que os estudantes devem desenvolver ao longo da sua formação na Educação Básica, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A questão que norteia a nossa pesquisa é: como a CD é desenvolvida durante a formação inicial dos estudantes do curso de Pedagogia da modalidade presencial da Universidade Federal de Alagoas? Em seus objetivos, buscou investigar a incidência da CD nas disciplinas da grade curricular do Curso de Pedagogia da UFAL, analisar o conceito de CD no contexto educacional e, também, na concepção dos estudantes do último período da graduação, bem como investigar como o Curso de Pedagogia da UFAL, campus A. C. Simões, corrobora para o desenvolvimento da CD dos estudantes. Esta pesquisa se inscreve numa abordagem qualitativa, tendo o estudo de caso como abordagem metodológica. Para o processo de coleta de dados utilizamos questionário (físico e digital), entrevistas de natureza semiestruturadas e análise de documentos referentes à matriz curricular do Curso de Pedagogia da UFAL.  Com efeito, os resultados mostram que os estudantes pouco conhecem sobre CD e que o desenvolvimento dessa competência na formação inicial do pedagogo aconteceu de forma limitada, estando reduzidas apenas aos componentes curriculares, mesmo considerando o grande uso de recursos didáticos pautados no uso de TDIC durante o período pandêmico.

A educação bilíngue, direito garantido à pessoa com surdez a partir da lei nº 14.191/2021 se apresenta como importante contribuição para a educação e inclusão de pessoas surdas, pois considera a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua (L1) e língua de instrução para este público, a língua portuguesa, como segunda (L2). Apesar do avanço legal ser de extrema significância e, um marco histórico na educação de pessoas com surdez, muitos são os desafios encontrados na prática educacional para incluir e promover o
desenvolvimento destes estudantes. Um dos principais desafios no que se refere à chegada da criança surda ao Ensino Fundamental é o fato do estudante muitas vezes nunca ter tido o contato com a Libras, impossibilitando sua aquisição ainda na primeira infância, devido ao fato de ter nascido em uma família ouvinte que desconhece a língua de sinais. O presente estudo teve como objetivo compreender de que forma se dá a inclusão da criança surda no primeiro ano do Ensino Fundamental a partir da perspectiva sistêmica da ecologia do desenvolvimento humano. Tendo como aporte teórico a teoria desenvolvida por Bronfenbrenner (1996), foi analisada a influência e a inter-relação dos diferentes sistemas (micro-, meso-, exo- e macro-) na inclusão e desenvolvimento do estudante surdo. A abordagem metodológica definida foi estudo de caso e teve como instrumentos metodológicos a análise do Projeto Político Pedagógico, observações de aula e registro em diário de campo, sessão de grupo focal e entrevista semiestruturada com a professora do primeiro ano do ensino fundamental. Os dados coletados foram analisados utilizando a análise documental e análise de conteúdo de Bardin (2006). A análise de conteúdo classificou os dados em categorias como: o
protagonismo da criança, as visões sobre surdez, as práticas pedagógicas e os papéis e relações. A partir da análise dos dados coletados foi possível constatar que os diferentes sistemas têm um grande impacto no desenvolvimento da criança surda e, consequentemente, na inclusão escolar.

O objetivo basilar desta dissertação é desenvolver e analisar práticas colaborativas que expandem a agência de universitários com deficiência de uma instituição pública do ensino superior, sem perder de vista o contexto sociohistórico e o processo vivido pelos envolvidos. Trata-se de um estudo empírico, fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Sócio-Histórica, que tem no seu âmago o compromisso ético-político com a transformação e a justiça social, a partir de uma construção colaborativa. Trazemos para a centralidade a discussão de agência, por entender que contribui para o desenvolvimento humano assim como para o devir pessoal e coletivo, consequentemente, aponta para transformação de realidades. Os dados foram produzidos durante treze encontros com um grupo de dez universitários(as) com deficiência. As informações produzidas foram organizadas em quatro eixos temáticos, interpretadas e analisadas à luz dos pressupostos teóricos adotados. Os resultados apontaram que a agência da pessoa com deficiência tende a ser cooptada no ambiente acadêmico, visto a forte presença de práticas capacitistas e excludentes que insistem em restringir, excluir e invisibilizar esse grupo. Embora inseridos nesse contexto, os participantes buscam resistir, agir e reivindicar seus direitos, evidenciando comportamentos agentivos.  Observamos que o movimento colaborativo desta pesquisa possibilitou a criação de uma rede apoio, de união entre os pares e a expansão de agência, o que nos parece uma alternativa para o enfrentamento das estruturas capacitistas do ambiente acadêmico e transformação dessa realidade. Por fim, reconhecemos que ainda há um longo processo a ser percorrido para a efetiva inclusão, mas para as mudanças começarem acontecer depende de esforços múltiplos, contínuos e coletivos, o que envolve compromisso com a justiça social. Por fim, essa é uma reflexão/ação constante que devemos fazer enquanto sujeito social e crítico.

A aprendizagem colaborativa baseada em projetos (ACBP) promove o protagonismo em grupos e é alvo de estudo na literatura científica. Na educação, a ACBP desenvolve competências como criatividade e pensamento crítico, alinhando-se à Base Nacional Comum Curricular e fomentando a inovação.A formação de grupos na ACBP requer atenção, pois agrupar alunos não garante resultados automaticamente desejados. Como, segundo a literatura, a organização dos alunos pode influenciar o sucesso da atividade, neste estudo busca-sepropor uma ferramenta de autoria comoalternativa prática para formação de grupos de alta performancena ACBP. No presente trabalho, alta performance na ACBP envolve o protagonismo estudantil e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e criatividade via investigação científica e interação; Isso exige consideraro contexto da ACBP, os professores e os alunos. Por isso, o foco deste estudo é nos professores, explorando como podem aproveitar as características individuais dos alunos, metodologias ágeis de gerenciamento de projetos e contexto educacional para formar grupos de alta performance, caracterizados pela colaboração coordenada, com distribuição de papéis e engajamentodos alunos. O propósito é criar umframework na forma de umGuia Didático, destinado a auxiliar os professores na constituição de grupos de alta performance na ACBP. Para atingir esse objetivo, a metodologia escolhida é a Design Science Research, uma vez que o objetivo central deste estudo é desenvolver um artefato. Para a análise qualitativa, foi utilizado o softwareIramuteq. Com os resultados encontrados foi possível a conclusão de que o framework proposto se mostrou funcional para o contexto, além de destacarem as metodologias ágeis como abordagem útil para acompanhamento dos grupos, podendo interferir positivamente no processo de desenvolvimento de competências e habilidades ligadas à comunicação e criatividade através da ACBP. Este estudo apresenta contribuições significativas tanto para o campo científico quanto para a educação. A pesquisa aborda a aplicação da ACBP, focando na formação de grupos, e oferece insights valiosos sobre estratégias eficazes para auxiliar os professores nesse processo. Ao explorar metodologias e abordagens inovadoras, o estudo enriquece o conhecimento acadêmico sobre práticas educacionais colaborativas e fornece diretrizes práticas para os educadores, promovendo um ambiente de aprendizagem mais engajador e eficaz. 

O trabalho busca compreender como os cursos de formação de professores (cursos de licenciatura) da Universidade Federal de Alagoas e da Universidade Federal do Maranhão estão abordando e inserindo a temática de gênero no contexto educacional (observando as mulheres como centralidade) e como os currículos estão norteando esta prática. Enfocam-se aspectos e influências do debate de gênero na formação pedagógica desses futuros professores, sendo este tema de suma importância nas pautas sociais, a fim de estimular cidadãos reflexivos e ativos. Analisa-se portanto, a compreensão das relações de gênero, perpassando pela indissociável tríade gênero, raça e classe,  em que explicita-se o conceito de gênero segundo a teoria pós-estruturalista; a trajetória e pertencimento das mulheres na atualidade e seus desafios: sejam de violências, dificuldades de oportunidades e como estão sendo inseridos os debates das mulheres negras na sociedade; o conceito e implicações sobre o currículo, além de realizar uma análise comparativa nos currículos da UFAL e UFMA, sendo o primeiro, lócus de pesquisa anterior da autora, e o segundo, a universidade do Nordeste com maior quantitativo de licenciatura. Os procedimentos metodológicos consistiram em pesquisas documentais, inclusive realização do levantamento e investigação dos currículos oficiais expressos nos sites institucionais das universidades. A pesquisa revelou inúmeras possibilidades de inferências, dentre as quais a de que o aumento do debate de gênero tem potencial de reduzir desigualdades, sendo necessário que tais debates passem a sair do imaginário e do prisma teórico e venham permear diretamente as práticas sociais. Em contrapartida, evidencia-se também a importância de seguir esse caminho e discutir tal temática, buscando garantir uma sociedade mais justa, igualitária e anti-patriarcal.

Esta dissertação tem como objetivo investigar em que medida a abordagem de pronomes em atividades gramaticais, de livros didáticos do 4º e 5º ano – Anos iniciais, contribui para que os alunos realizem reflexões metalinguísticas ao utilizá-los. Para isso, busca-se respostas às perguntas centrais, como são abordados os pronomes pessoais do caso reto e os pronomes demonstrativos, nas propostas de atividades gramaticais, em livros didáticos do 4º e 5º ano – do Ensino Fundamental I? Tal abordagem contribui de forma efetiva para que os alunos realizem reflexões metalinguísticas? A investigação em relação aos pronomes pessoais e demonstrativos se justifica, por serem duas categorias funcionais e que corroboram de um modo eficaz para o estudo, estruturação/organização e relações de significados presentes em um texto; em vista disso, necessitam ser utilizados por alunos dos anos iniciais, para que possam, desde cedo, aprenderem a construir textos claros e fluidos, analisando a importância desses elementos linguísticos. Delineou-se também objetivos específicos, dentre os quais: i) averiguar em quais práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades da BNCC, para os Anos iniciais, são contemplados os pronomes e o que se espera que os alunos aprendam em relação à essa classe de palavra; ii) contrastar se as habilidades requeridas aos alunos, nos livros didáticos do 4º e 5º ano, em relação ao aprendizado dos pronomes, estão em consonância ou não com as habilidades propostas pela BNCC; iii) analisar se quando os pronomes são contemplados nas atividades gramaticais, eles aparecem em frases isoladas ou descontextualizadas; iv) analisar se nas atividades gramaticais são explicitadas as funções anafóricas dos pronomes, visando as relações discursivas estabelecidas no texto. Trata-se de uma pesquisa documental, segundo Flick (2009), de natureza qualitativa, de acordo Chizotti (2010), resultando em uma pesquisa descritivo-analítica. Para fundamentação teórica, debruçou-se em pesquisadores que investigam a Língua Portuguesa, os pronomes e os gêneros discursivos, tomando como base as perspectivas normativa, funcionalista, a linguística textual e os estudos metalinguísticos: Almeida (2009); Lima (2011); Abreu (2018); Neves (2011); Antunes (2007; 2014); Bortoni-Ricardo et. al (2019); Castilho (2000; 2012); Possenti (1996); Koch & Elias (2011); Marcuschi (2008; 2010); Myhhil (2000; 2005), dentre outros. Os resultados parciais apontam que os pronomes pessoais do caso reto e os pronomes demonstrativos são empregados, sobretudo, como elementos de identificação e substituição de sintagmas nominais e verbais. Ademais, são propostas frases e trechos nos quais os pronomes aparecem desvinculados de seus contextos discursivos. Entretanto, quando se pretende que os alunos utilizem os pronomes pessoais e demonstrativos, como elementos anafóricos, as questões elaboradas não possibilitam que os estudantes realizem reflexões acerca dos usos desses pronomes, para a construção de sentido e de significados.

O objeto de estudo são as relações de saber e poder sobre as infâncias através da bio-necropolítica no início do século XX e XXI; Escola Nova, higienismo de Arthur Ramos, Protocolos de Biossegurança e estudo de caso por entender que fornecem indícios que vão além de meras teorias ou ações preventivas aplicadas à educação. Por se ter envolvido no movimento higienista e ter aproximação com o escolanovista Anísio Teixeira, Arthur Ramos foi convidado para atuar no Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental. Segundo Cardoso (2017) e Martins (2014), houve vestígios da reforma educacional e do higienismo em Alagoas. Teremos como base os estudos de Santos (2018) que envolvem a ligação de Arthur Ramos ao currículo da Escola Nova em terras alagoanas. No entanto, não há estudos sobre o higienismo de Arthur Ramos como uma estratégia biopolítica na educação escolar, bem como suas repercussões ao longo do tempo, ou uma nova roupagem em contexto de pandemia Covid-19, estabelecendo um neohigienismo. O objetivo principal foi tratar a proposta educacional como meio de produção de subjetividades, em especial, a Escola Nova, caracterizando uma governamentalidade infantil nos saberes e discursos analisados; discutir a intervenção médica no âmbito educacional, como estratégia biopolítica, no que se refere ao conceito e tratamento dado à infância, sobretudo, a atuação do médico alagoano Arthur Ramos na Escola Nova, e analisar os discursos por meio de mecanismos de controle que perpassam o poder e seus efeitos; analisar a disciplina e seus mecanismos de funcionamento nos processos de controle de conduta; por último, investigar as práticas do biopoder na constituição de uma governamentalidade neoliberal da infância, sobretudo, em Alagoas no século XX (anos 1930-1940) e o contexto pandêmico do século XXI (anos 2020-2021). Pois, provavelmente, no decorrer da história da educação, constituiu-se uma governamentalidade neoliberal da infância articulada com o saber médico-escolar, que vem reconfigurando-se nos discursos oficiais sobre educação em tempos de pandemia (Covid-19). Assim, o objeto de pesquisa envolve as práticas educativas eugênicas e higienistas instituídas pelo Estado, no  movimento da bio-necropolítica. Temos como problema: De que modo a biopolítica se traduziu na educação escolar em tempos de pandemia Covid-19 e quais suas relações com o higienismo do século XX? A fim de responder ao problema de pesquisa, adotamos como metodologia as pesquisas bibliográfica, documental e estudo de caso com abordagem qualitativa. Por meio de leitura de livros, artigos, dissertações e teses em formato digital e impresso, investigamos como se constituiu a educação escolar, notadamente no século XX e no período da pandemia (XXI). Desse modo,  investigar a atuação da biopolítica e medicalização na História da Educação perpassada pelo higienismo e a pandemia, tornou-se necessário para compreender a visão de homem e sociedade que permeia a formação infantil e de professores na época e sua repercussão na atualidade. Utilizaram-se fontes históricas tais como decretos educacionais (1925-1930), Revista de Ensino (1930), Jornal de Alagoas (1939), Craveiro Costa (1930, 1931), obras como A criança problema e Saúde do espírito: higiene mental de Arthur Ramos (1939). Para a discussão, apoiamo-nos em Michel Foucault (1985, 1994, 1996, 1999, 2002). Entre algumas obras, estão: Arqueologia do saber (1987), Microfísica do poder (1985), Ordem do discurso (1996), Em defesa da sociedade (2010). nas categorias  Os anormais (2001), O nascimento da clínica (1994), Nascimento da biopolítica (2008), Em defesa da sociedade (1996). Tivemos como categoria de análise: biopolítica, relações de poder, medicalização e governamentalidade. No campo da historiografia, utiliza-se a perspectiva da Escola dos Analles, sobretudo, a Nova História Cultural, por compreender que é função do historiador também pesquisar e recuperar histórias e personagens tidos como invisíveis; assim, não há uma única História, mas histórias que são silenciadas e negadas. Constata-se que a bio-necropolítica se traduziu no controle do corpo e da vida da população em contexto pandêmico e gerou políticas de exclusão de estudantes da rede pública, constituindo-se na continuação da política higienista no contexto do século XXI.

A proposta da tese é problematizar a Reificação a partir do esquecimento do
Reconhecimento. Para tanto realizamos uma pesquisa qualitativa através da análise de
documento. A Teoria Crítica aprofunda a discussão sobre a perspectiva da luta por
Reconhecimento através do: amor, direito e solidariedade. Dessa forma, o
Reconhecimento e Reificação é debatido a partir da Comunidade Quilombola Guaxinim
do Município de Cacimbinhas no Estado de Alagoas, Brasil.

Na contemporaneidade, um dos desafios para a Educação é a promoção de uma formação holística dos educandos, proporcionando-lhes uma formação cidadã no sentido amplo do termo. Assim, entende-se que o campo da Educação em Ciências torna-se um espaço de promoção formativa crítico-reflexiva para sujeitos que chegam às nossas escolas. A aproximação da Educação em Ciências com o referencial freireano tem sido indicada como possibilidade de superação do ensino tradicionalista, conteudista e enciclopédico que marcam a educação escolar. Essa indicação surge mediante as características do ensino não bancário – centrado na dialogicidade, problematização, contextualização e interdisciplinaridade – e libertador proposto por Paulo Freire. É pensando no panorama de aproximação destes referenciais que se realiza esta pesquisa, com o seguinte objetivo geral: identificar e analisar a aproximação entre os pressupostos freireanos com o campo da Educação em Ciências nas produções acadêmicas divulgadas na área, localizando as possibilidades e limitações apresentadas pelas pesquisas para o desenvolvimento do processo de Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) na Educação Básica. Este estudo se insere na abordagem de pesquisa de métodos mistos, amparada nos pressupostos da Revisão Sistemática da Literatura (RSL). A análise dos dados e a sua interpretação realizaram-se em dois níveis: a análise cienciométrica e a análise documental por meio da análise do conteúdo. Os dados cienciométricos permitem pensar que, atualmente, há uma rede de pesquisadores consolidados na área que trabalham com essa aproximação de referenciais. Essa rede tem grande influência de pesquisadores da área da Física para a manutenção e divulgação de estudos nesta perspectiva. A necessidade de ampliação das redes sociais de pesquisa no campo também foi reconhecida, as quais poderão garantir maior difusão dos saberes até então construídos e consolidados pelo coletivo de pesquisadores que já são referência para tais discussões. A análise dos textos que relatavam práticas educativas na educação básica desenvolvidas com a aproximação da Educação em Ciências com o referencial freireano sinaliza possibilidades de avanço para o processo de ACT desde os anos iniciais do ensino fundamental; no entanto, o desenvolvimento dessas práticas esbarra na estrutura escolar, que ainda é disciplinar e marcada pela cultura do silêncio na sala de aula. Ao aproximarmos a epistemologia de Paulo Freire das discussões sobre a ACT, foi possível identificar, por meio das análises realizadas, que o Nível III da ACT é a proposição epistemológica que se encontra mais próxima da educação libertadora. Assim, observando e considerando os avanços expressos pelas pesquisas que destacam as práticas educativas na Educação Básica analisadas, é possível afirmar a tese de que a maioria dessas práticas educativas se mantém distantes de Freire e do processo de ACT nos sentidos sociais mais amplos que podem emergir a partir da educação escolar.

Há uma escassez de estudos que tratam da importância das atividades metalinguística na produção de textos escritos por crianças recém-alfabetizadas. Uma hipótese para essa problemática é a de que a promoção de um ensino explícito voltado para essas questões, com o objetivo de favorecer uma escrita coerente, possa desenvolver habilidades textuais significativas desde o momento em que as crianças começam a escrever suas primeiras produções. O texto precisa ser ensinado. Ele tem regras. Ensiná-las é papel fundamental do professor. Uma atividade metalinguística envolve a reflexão e o conhecimento sobre a língua e seu funcionamento. No contexto do ensino da Língua Portuguesa, essa atividade tem como objetivo promover a consciência linguística dos alunos, permitindo que eles analisem e compreendam as estruturas, regras e suas características. Dada essa importância, essa tese de doutorado pretende responder a seguinte questão: Qual a relação entre os Termos Metalinguísticos (TM) verbalizados durante a apresentação da tarefa pela professora e os TM verbalizados pelas alunas durante o processo de escritura em tempo real? Com esse entendimento, o foco desse estudo é investigar como a professora e as alunas refletem sobre a escrita de textos. As análises partem das verbalizações de Termos Metalinguísticos (TM) produzidos pela professora e por duas alunas portuguesas de 7-8 anos de idade durante a produção textual. A partir dos estudos sobre atividades metalinguísticas, analisamos seis apresentações das orientações da professora voltadas a um direcionamento da escrita textual em duplas e seis Textos Dialogal (TD) das alunas no momento em que escreveram esses textos com objetivo de identificar os TM verbalizados, buscando relacioná-los às orientações dadas pela professora. Adotou-se como recurso metodológico o Sistema Ramos (2019) que permitiu os registros fílmico e multimodal dos textos produzidos em curso, ao mesmo tempo em que foi preservado as condições ecológicas da sala de aula. A base teórica das análises está pautada nas Atividades Metalinguísticas como processo cognitivo de reflexão sobre a linguagem e na Escrita Colaborativa por alunos recém-alfabetizados. Os resultados mostraram o quantitativo geral de 236 ocorrências de TM verbalizados pela professora, e 382 ocorrências pelas alunas. Foram identificadas retomadas de TM da professora no processo de produção das alunas. Elas retomaram 147 ocorrências de TM verbalizados pela professora. O maior número de ocorrências de verbalizações de TM pela professora foi do Domínio Gênero, Texto e Discurso com 189 ocorrências nas seis orientações dadas. A maior ocorrência de verbalizações de TM pelas alunas surgiu do Domínio Pontuação quantificando 170. A segunda maior ocorrência de TM da professora partiu do Domínio da Pontuação (21), e das alunas, no Domínio Ortografia e Grafia (97). Algumas verbalizações de TM identificados no TD também foram relacionadas ao manuscrito das alunas.

O presente estudo tem como escopo investigar as complexas influências mútuas entre educação, litígios sociais e formas de reconhecimento na conjuntura do Estado de Alagoas, com ênfase nas implicações educativo-filosóficas e jurídicas desse fenômeno. A seguir uma abordagem interdisciplinar, a análise procura aprofundar a compreensão do dinamismo social e jurídico que permeia as contendas na região e como esses elementos estão interligados. Na seara dos litígios sociais, o estudo abarcará momentos históricos importantes que moldaram a atual realidade social, tais como conflitos territoriais e desigualdades socioeconômicas. Ao compreender as gêneses desses litígios, será possível relacionar as questões em discussão e oferecer percepções valiosas para a possível resolução desses problemas. Ademais, o estudo examinará os pressupostos e fundamentos do Estado de Direito Democrático, ponderando a intersecção entre moralidade e eticidade na abordagem de litígios sociais à luz o pensamento habermasiano. Por meio dessa abordagem, será possível entender a função das instituições jurídicas e políticas na resolução dos conflitos e na criação de uma sociedade dotada de justeza e igualdade. A definição do reconhecimento intersubjetivo também será objeto da pesquisa, averiguando como a ausência de reconhecimento pode impactar a interação dos litígios sociais e suas implicações no mundo da vida. Nesse sentido, busca-se entender como a educação crítica pode exercer um papel transformador, operando como um mecanismo para a ascensão do reconhecimento mútuo, empático e inclusivo, e para a edificação de uma sociedade mais solidária e consciente do seu papel de integrado. Em última análise, o estudo busca contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, criando um ambiente político e jurídico, além de educacional dotado de acessibilidade e equidade, valorizando e respeitando a dignidade da pessoa humana de todos os seus membros. 

A presente pesquisa discute as vivências construídas no Programa Residência Pedagógica (PRP), na perspectiva da pesquisa crítica de colaboração e da Educação Inclusiva durante o período de isolamento social provocado pela Pandemia (Covid-19). Assim, buscamos analisar como as experiências vivenciadas no PRP podem contribuir na formação inicial das licenciandas em Pedagogia de uma Universidade pública estadual, no tocante da Educação Inclusiva. E, como objetivos específicos: apreender as significações acerca da inclusão apresentadas no PRP; (2) investigar como as práticas propostas no âmbito do PRP, a partir da pesquisa crítica de colaboração, podem suscitar o desenvolvimento de experiências inclusivas; e, por fim, (3) apreender os limites e as possibilidades das experiências inclusivas vivenciadas no PRP, com base na colaboração crítica, na formação inicial das residentes. As discussões foram pautadas na psicologia sócio-histórica e em outros referenciais fundamentais para a temática. A pesquisa realizada foi do tipo crítica de colaboração, com 14 (quatorze) participantes vinculadas ao curso de Licenciatura em Pedagogia de uma instituição estadual do Nordeste. A produção de dados se deu a partir de entrevistas, sessões reflexivas (individuais e coletivas), gravadas em áudio e vídeo, via Meet, além da análise documental do projeto institucional, relatórios finais e cartas produzidas pelas participantes. O corpus empírico foi construído entre os meses de dezembro de 2021 e abril de 2022, e a análise utilizou os núcleos de significação e a de conteúdo temática, organizadas em 05 (cinco) manuscritos. No primeiro intitulado “Inclusão e o Programa Residência Pedagógica: significações de licenciandas sobre a inclusão do público-alvo da educação especial” evidencia-se que as participantes possuem significações que focalizam a perspectiva clínica da pessoa com deficiência. O segundo “O Programa Residência Pedagógica e a Inclusão na escola: significações sobre as práticas observadas em tempos de pandemia (covid-19)” aponta para as significações que focalizam os processos de exclusão vivenciados por muitos estudantes Público-Alvo da Educação Especial (PAEE). O terceiro “Educação inclusiva, o Programa Residência Pedagógica e a pandemia: reflexões sobre as práticas” sinaliza para as diferentes práticas desenvolvidas na escola campo do PRP, com e sem adaptações específicas, bem como o trabalho solo e a responsabilização do docente e das estudantes nas vivências na PRP. Já o quarto manuscrito “O Programa Residência Pedagógica e a Inclusão: o (re)pensar das residentes sobre as práticas vivenciadas” apresenta o reconhecimento da exclusão vivenciada pelos estudantes PAEE nas escolas campo do PRP, além de reconhecer a importância da pesquisa, aponta que não foi suficiente para o desenvolvimento de práticas inclusivas no PRP. Por fim, o último manuscrito intitulado “Inclusão e o Programa Residência Pedagógica (PRP): reflexões sobre os relatórios e cartas produzidas pelas residentes”, destaca os limites e as possibilidades no sentido do estudo da inclusão ao longo do PRP e, ainda, remete o silenciamento, em algumas cartas e relatórios, acerca das práticas, inclusão e exclusão do PAEE na escola campo do PRP. Em síntese, houve um movimento de reflexão acerca da proposição de práticas voltadas aos estudantes PAEE ao longo da pesquisa, mas, as práticas desenvolvidas e repensadas foram, essencialmente, articuladas ao processo de responsabilização docente e dos estudantes PAEE. Apreendemos que as experiências vivenciadas no PRP foram importantes para o contato e o desenvolvimento de práticas com os estudantes do PAEE, pela maioria das participantes da pesquisa. Entretanto, as experiências no PRP e na pesquisa crítica de colaboração não foram suficientes para transformar a realidade imposta pelo distanciamento social e alcançar de forma efetiva uma prática inclusiva no espaço da escola campo do PRP, durante a Pandemia (Covid-19). Por fim, as análises permitem corroborar a tese que as práticas formativas do PRP não são suficientes para transformar a realidade imposta pelo distanciamento social e pela realidade vivenciada pelas participantes na retomada ao ensino presencial, de modo a alcançar uma prática inclusiva na escola campo do PRP.

Esta pesquisa estudou processos de construção de si como estudantes universitárias, de jovens/mulheres em mobilidade geográfica diária. Sendo de natureza qualitativa, se trata de uma pesquisa biográfica em educação, com enfoque hermenêutico, na interface com estudos da história de vida e da pesquisa (auto)biográfica no Brasil.  Foram analisados os modos como as jovens interpretam as suas experiências formativas em relação aos contextos socioculturais a que estão inseridas e como essas experiências interagem na sua construção enquanto estudantes. Teve como questão de pesquisa: Quais as implicações da condição de ser jovem/mulher em mobilidade geográfica diária para os processos de construção de si como estudantes universitárias? Para tanto, foram realizadas entrevistas biográficas com três jovens que estavam entre o sétimo e o oitavo período. Cada entrevista aconteceu separadamente, permitindo compreender o processo educativo em suas singularidades. Foram dois encontros com cada estudante, perfazendo um total seis entrevistas e 10 horas de transcrição narrativa. Em decorrência do cenário epidemiológico da COVID-19 (SARS-CoV-2), foi realizado um estudo exploratório prévio, a partir de um questionário eletrônico com a participação de vinte e quatro estudantes. Tal questionário serviu de aproximação ao lócus, já que, devido ao período pandêmico, não foi possível tecer observações diretas. Os resultados desse questionário apontaram as dificuldades financeiras, a maternidade, o trabalho, o assédio e a violência, associados ao desgaste da mobilidade diária, vivenciadas pelas jovens. Esses elementos interferiam no cotidiano acadêmico, com poucas horas para vivenciá-lo na interface entre o ensino, pesquisa e extensão. Essas informações foram imprescindíveis a condução do segundo e mais importante procedimento: a entrevista biográfica em educação, ao permitir tecer algumas questões para os momentos individuais. Nas narrativas, as jovens deram sentidos as suas experiências, elaborando uma história de sua formação. Nesta, as condições do transporte para o deslocamento foi uma das grandes dificuldades para a participação da vida acadêmica. Eram recorrentes os relatos dos problemas vividos em relação ao longo tempo de espera do transporte; de transtorno quando quebrava, sobretudo, em períodos chuvosos, em razão das atividades avaliativas; bem como, a falta de rede de apoio em Maceió, em relação a qualquer eventualidade. Mesmo com todos os desafios, para estas jovens, a universidade se mostrou como mediadora da transformação de suas realidades, impulsionando a elaboração de novas perspectivas sobre a formação de si e de projeto profissional. Deste modo, evidenciou-se que ser estudante universitária é uma construção experiencial e não linear, que envolve aprendizados intelectuais, institucionais e subjetivos, os quais produzem impactos na formação. Por fim, identificou-se a importância de incrementar a matriz curricular do curso, com espaços formativos com o enfoque narrativo, seja por meio de disciplinas, projetos de extensão ou situações de orientação pedagógica, pautadas na relação biográfica com as aprendizagens. Considera-se que tais espaços poderiam contribuir para viabilizar processos formativos com reflexividade, tanto individual, quanto coletiva, com a possibilidade de articulação e ressignificação dos conhecimentos apropriados nos diferentes âmbitos da universidade, em relação com aqueles de outros espaços sociais.

Este é um trabalho de educação comparada sobre os sistemas educacionais, brasileiro e finlandês  e a profissionalidade docente, com ênfase na formação inicial dos professores. Analisa também outros fatores, tais como as principais reformas educacionais, infraestrutura dos ministérios de educação e sistemas de ensino, com recorte temporal de 1970 a 2020. Por meio do conhecimento do “outro”, do Sistema de Educação da Finlândia, busca-se a compreensão de “si mesmo”, do Sistema de Educação do Brasil, a partir da análise do pressuposto de que existe um alinhamento, uma relação mútua entre a efetividade sistêmica educacional e a profissionalidade docente, na perspectiva teórico-metodológica da Administração Educacional, com abordagem crítica a partir da Sociologia da Educação e das Teorias da Dependência (Marini, 1973) e do Sistema-mundo (Wallerstein, 2005). A ênfase do trabalho é encontrada no método comparativo, na identificação das convergências e divergências entre os diversos elementos que formam o campo da Educação das duas nações, para responder aos questionamentos norteadores. A pesquisa tem abordagem qualitativa; coleta de dados bibliográficos e documentais. Tanto a constituição federal do Brasil quanto a da Finlândia determinam que todos os seus cidadãos têm direito à Educação, contudo, enquanto o sistema educacional desse país do Norte-europeu garantiu que 100% de seus cidadãos, com 25 anos ou mais, fossem alfabetizados e 99,2% dessa população concluísse a Educação Básica, resultando em transformações sociais consideráveis e relacionadas com as reformas educacionais iniciadas na década de 1970, o Brasil ainda conta com 6% da população, com 25 anos ou mais, em situação de analfabetismo e 34% que não possuem o Ensino Fundamental. Um dos fatores pelo desempenho efetivo do sistema finlandês foi encontrado na valorização e formação inicial de seus professores. Enquanto no Brasil um professor da Educação Básica só entra em sala de aula depois de cumprir uma licenciatura com carga horária mínima de 3.200 horas, na Finlândia, um docente só pode exercer sua profissão após cumprir carga horária de 8.100 horas, entre um curso de bacharelado e outro de mestrado. O estudo conclui que há efetividade e profissionalidade do “outro”, do sistema educacional finlandês e da valorização de seus professores, não chegando à mesma inferência sobre “si mesmo”, o caso brasileiro.

O objeto de estudo foi o Programa Alagoano de Ensino Integral (PALEI), tendo como campo de pesquisa a escola piloto para a implantação do Programa, da 13ª Gerência Especial de Ensino (GEE), no município de Maceió. A pesquisa teve como objetivo geral investigar o Programa Alagoano de Ensino Integral, como política de educação em tempo integral para o Ensino Médio no estado de Alagoas, tendo como objetivos específicos, a) analisar a concepção da política educacional para o Ensino Médio em tempo integral no estado de Alagoas; b) perceber/apresentar as influências dos reformadores empresariais na proposta de educação em tempo integral; c) analisar a proposta curricular do PALEI implementada no contexto da escola; d) identificar os desafios vivenciados pela escola para a implementação do PALEI. A questão norteadora foi: Como está sendo implementado o Programa Alagoano de Ensino Integral (PALEI), como política de educação em tempo integral para o Ensino Médio no estado de Alagoas? A tese defendida é a de que a formulação do Programa Alagoano de Ensino Integral, ao tomar por base a Reforma do Ensino Médio, distorceu o princípio da formação humana integral, deixando de incluir objetivos que se contrapõem às demandas imediatistas do mercado. A metodologia desenvolveu-se por meio da abordagem qualitativa, na perspectiva da pesquisa de campo. O método utilizado foi o estudo de caso (Yin, 2015). Os instrumentos de coleta de dados foram a análise documental, a entrevista semiestruturada e o grupo focal. Os participantes da pesquisa foram a equipe gestora (gestora, vice-gestora, coordenadoras pedagógicas, articuladora de ensino e secretário escolar), professores do Ensino Médio Integral e do Ensino Técnico e Profissional, integrantes do Grêmio Estudantil e o Gerente Especial de Fortalecimento da Educação em Tempo Integral e Complementar (SEDUC), além dos Supervisores do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação que atuaram entre os anos de 2015 a 2021 e dos ex-gestores da escola. Utilizou-se a Análise do Conteúdo como uma estratégia metodológica para tratamento dos dados. As categorias de análises foram Política Educacional, Educação em Tempo Integral, Programa Alagoano de Ensino Integral. Os principais resultados da pesquisa evidenciaram que: a) embora os documentos legais apresentem uma discussão, mesmo que sucinta,  sobre a formação integral dos sujeitos em todas as suas dimensões, a concepção de política educacional evidenciada no PALEI corresponde à ampliação da jornada escolar, direcionada para a formação das juventudes para atender aos objetivos das avaliações externas; b) o processo de criação do PALEI está em consonância com as políticas de cunho gerencial, respaldada em considerações político-educacionais que padronizam, homogeneízam e descaracteriza a escola e suas especificidades; c) os reformadores empresariais da educação contribuíram para a formulação de políticas educacionais com vieses mercadológicos e gerencialistas, influenciando direta ou indiretamente na organização dos processos educativos; d) as normatizações e os documentos orientadores que nortearam a criação da Política de Educação em Tempo Integral no estado de Alagoas têm como fonte basilar orientações que estão em consonância com um modelo de educação pautado na lógica do capital, cujo objetivo central é reproduzir uma perspectiva de formação corporativa para o mercado de trabalho; e) as duas propostas curriculares do PALEI estão alinhadas à Reforma do Ensino Médio, seguindo suas diretrizes e orientações, as quais se distanciam de uma formação humana integral; f) os principais desafios para a implementação do PALEI são: os recursos financeiros e humanos, infraestrutura da escola, permanência dos estudantes na escola, tempo para o planejamento das atividades, entendimento da política entre os atores da escola. Diante dos dados apresentados, pode-se inferir que o PALEI apresenta em sua concepção e organização, princípios mercadológicos, os quais evidenciam uma formação com viés capitalista, advindo da reforma do ensino médio. A formação humana integral, a qual deveria ser o cerne da política educacional, não está na base estrutural do Programa Alagoano de Ensino Integral.

Essa tese versa sobre a temática da inclusão escolar de crianças e jovens com deficiência nas escolas indígenas da etnia Xukuru-Kariri (XK). Objetiva-se compreender a dimensão subjetiva do processo educacional inclusivo a partir das narrativas dos profissionais que atuam diretamente com esse público. Assim, a pesquisa tem como cenário de investigação as escolas indígenas da etnia XK localizadas no município de Palmeira dos Índios (AL). Este estudo encontra-se ancorado nos pressupostos teóricos e metodológicos da Psicologia Sócio-histórica (PSH) e do materialismo histórico e dialético (MHD). Deste modo, considerando que apreender o sentido é atentar-se para a subjetividade construída a partir da historicidade dos sujeitos, de forma dialética, haja vista a presença de mediações no curso das internalizações que o mesmo estabelece ao longo da sua vida, os procedimentos de análise aqui adotados buscam compreender a dimensão histórica e dialética acerca do fenômeno investigado. Tendo em vista que este estudo concebe o sujeito como histórico, cultural e singular ao mesmo tempo (AGUIAR, 2000), busca-se fundamentar a discussão em autores, como Aguiar (2000); Ozella (2013); Bock e Gonçalves (1996) e Vygotsky (1991) que nos direcionam para uma compreensão da realidade enquanto processo contínuo e dinâmico. O estudo encontra-se desenvolvido em duas etapas: pesquisa documental e pesquisa em campo. Por fim, trata-se de uma pesquisa que procura aprender aos sentidos produzidos pelos profissionais indígenas e não indígenas, que atuam com alunos indígenas com deficiência. Os resultados preliminares evidenciam as várias penúrias que assolam a educação escolar indígena, assinalando a carência e, ao mesmo tempo, a busca pelo cumprimento de necessidades básicas no interior do movimento escolar indígena do povo Xukuru-Kariri.

Esta tese tem por objetivo analisar discursivamente, mediante os fundamentos teórico-metodológicos da Análise do Discurso (doravante AD) fundada por Michel Pêcheux, ancorada no Materialismo Histórico Dialético, as atuais normas que autorizaram e regulamentaram a entrega dos kits de alimentação comprados com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), durante o período pandêmico do COVID-19. Intentamos, a partir do corpus que forma a nossa materialidade discursiva (composta da Lei 13.987/20, da Resolução n. 02/2020do FNDE e da Cartilha de orientação para execução do PNAE confeccionados no período da pandemia), fazer recortes epistemológicos, dando origem a sequências discursivas (SDs) que serão os lugares de análises e de desvelamentos de sentidos e posições ideológicas. Sabe-se que a alimentação é um direito social estabelecido no Artigo 6º da Constituição Federal Brasileira e o poder público deve adotar as políticas e as ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população, conforme disposto na Lei nº 11.346 de 15 de setembro de 2006 ou Lei nº 11.346/2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar. No dia 7 de abril de 2020, foi publicada a Lei nº 13.987, que altera a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, marco legal do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para autorizar, em caráter excepcional, durante o período de suspensão das aulas em razão de situação de emergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica. Portanto, nossa opção metodológica tem como objetivo identificar os discursos manipuladores e impositores de uma ideologia neoliberal aos que dependem diretamente da alimentação na educação pública, entendendo como esses sujeitos, interpelados pela ideologia mercadológica, são afetados pelos efeitos de sentido de discursos da classe dominante que pairam na Lei 13.987/20, na Resolução n. 02/2020 do FNDE e na Cartilha de orientação para execução do PNAE confeccionados no período da pandemia.

Esta pesquisa em nível de doutorado tem por objetivo analisar quais as contribuições da produção stricto sensu brasileira para a compreensão das marcas da colonialidade presentes nas práticas educativas da educação infantil. Fundamenta-se na decolonialidade enquanto concepção epistêmica que parte da América Latina e de intelectuais que estão inseridos/as em localidades, interioridades e geografias consideradas subalternas, com o intuito de contestar e transpor o paradigma científico moderno fundado nas relações desiguais de poder e saber em consequência da hegemonia colonial, através da denúncia da colonialidade como matéria que aprisiona. A investigação ancora-se em referenciais teóricos decoloniais, em especial os da Rede Modernidade e Colonialidade (M/C), e em perspectivas interpretativas e críticas dos estudos da infância e da criança. Trata-se de uma pesquisa do tipo Estado do Conhecimento (EC), de abordagem qualitativa e de natureza bibliográfico-documental. O recorte temporal da investigação compreende o período de 2014 a 2022. O corpus analítico da pesquisa é composto de 15 trabalhos, sendo 09 dissertações e 06 teses, mapeadas a partir de buscas realizadas na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da CAPES (BDTD), no Google Acadêmico e em repositórios digitais de universidades. Com este escopo, as análises dos dados se deram em dois níveis: 1) análise quantitativa e qualitativa das pesquisas, agrupadas a partir de dois eixos temáticos, infâncias, pesquisa com crianças e decolonialidade; práticas pedagógicas da educação infantil e decolonialidade; 2) análise documental a partir de pressupostos da análise de conteúdo. Os resultados apontam a questão racial como temática predominante na totalidade do conjunto de pesquisas sobre práticas educativas em educação infantil e decolonialidade, evidenciando tanto ações e concepções que refletem estruturas de poder colonialista que continuam a impactar o cotidiano da educação infantil, a exemplo do racismo e de pedagogias brancocêntricas, como também confrontos e resistências ao pensamento hegemônico colonialista através das lógicas sociais de ação de crianças negras e brancas em interação entre si e com os adultos, e de práticas pedagógicas de professoras fundadas na educação das relações étnico-raciais. Revela-se a urgência de práticas educativas que sejam construídas a partir de enunciados, epistemologias, culturas e saberes alternativos à hegemonia do paradigma moderno/colonial de racionalidade que fundamenta a educação institucional formal e de forma ainda particular as concepções sobre as infâncias e as crianças.

O Brasil tem passado nos últimos anos por diversos momentos de tensão social. Isto tem levado a sociedade brasileira a promover algumas mudanças, em segmentos diversos de sua organização, embora reconheçamos que nem sempre são modificações para o seu melhor. Nesse cenário foi que em 2016 o governo federal promoveu, por meio de medida provisória, posteriormente transformada em lei, um conjunto de mudanças na área de educação. Fundamentado nas ideias de Theodor Adorno, esta dissertação procurará fazer uma avaliação desse movimento, por meio de uma pesquisa qualitativa de cunho documental e uma natural revisão de literatura, a fim de detectarmos se essas mudanças promovidas pela nova legislação são capazes de combater os problemas a que se propusera, bem como se conseguiu promover o melhoramento nos índices do SAEB e IDEB. Afinal, o que pretendemos é verificar se a última reforma da educação básica brasileira, em especial no ensino médio, se presta ao papel de emancipar os seus alunos, ou se, pelo contrário, será o reforço de mais um instrumento que visa a cristalização de um processo se semiformação de nossos jovens.

A Polícia Militar é um órgão estadual que tem por missão precípua a preservação da ordem pública e a garantia de direitos aos cidadãos, com destaque à segurança pública, onde, para tal mister, deve ter seu efetivo preparado e conscientizado da importância de tão nobre missão. O objetivo geral do presente estudo foi analisar a compreensão sobre o estudo da temática dos Diretos Humanos entre os alunos do Curso de Formação de Praças matriculados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar de Alagoas em 2020, sobre como estes interpretam a importância desse conhecimento na sua futura prática operacional. Para tanto foi adotado o método de pesquisa indutivo, apoiado por uma revisão bibliográfica e a análise de questionário aplicado aos discentes em que se abordaram perguntas sobre os direitos humanos e como estes interpretam a temática ligada à atividade policial militar. Serão analisadas possíveis deficiências no entendimento da temática, e qual a visão dos profissionais na aplicação e aceitação desses conhecimentos em sua prática policial. Para tanto, será verificado a abordagem de ensino, analisando estratégias que envolvam mais o corpo discente no entendimento e importância da aplicabilidade dos conceitos de direitos humanos em sua atividade cotidiana.

Esta pesquisa buscou compreender como a formação crítica dos alunos tem sido propiciada pela proposta institucional e pelos professores da educação básica de nível médio técnico, integrado de uma escola pública da Rede Federal do Estado de Alagoas.  A pesquisa buscou responder à pergunta síntese, que se refere ao problema da pesquisa: Quais e como se tecem as propostas institucionais, estratégias e práticas pedagógicas dos professores da educação básica de nível Médio Técnico Integrado de uma escola pública da Rede Federal do Estado de Alagoas, em relação à construção do pensamento crítico dos alunos? A inquietação, que ocorreu durante a experiência profissional no desenvolvimento da função de orientação pedagógica no Instituto Federal de Alagoas, fez despertar o interesse pela realização desta pesquisa, por perceber nos alunos diversos graus de desmotivação com relação a sua formação e perspectivas com o futuro, tanto na perspectiva de um objetivo profissional, quanto social e aos interesses sobre os processos de aprendizagem oferecidos pela instituição. Trata-se de um estudo de caso cujo público-alvo foram dois professores de filosofia que lecionam no campus de investigação. A análise de dados, de natureza qualitativa, utilizou-se das técnicas de coleta documental, como análise do PPPI e dos planejamentos docentes, bem como a realização de entrevistas com os professores de filosofia. O aporte teórico teceu pela Teoria Crítica (com os frankfurtianos Theodor Adorno e Max Horkheimer), a pedagogia crítico-dialética e emancipatória (com Dermeval Saviani e Paulo Freire). A partir das falas dos sujeitos e das análises de dados foi possível encontrar como resultados que levantaram o diagnóstico sobre o desenvolvimento humano dos alunos e sobre a autonomia intelectual e pensamento crítico, partindo da visão professoral.

Este trabalho visou apreender as significações dos diferentes envolvidos (professores, famílias e estudantes) sobre o processo educativo dos estudantes com Síndrome de Down conduzido na sala de comum em escolas da cidade Maceió/Brasil e Bucaramanga/Colômbia, durante a pandemia da COVID-19. Como objetivos específicos foram delimitados: a) analisar os sentidos e os significados da Educação Inclusiva de estudantes com Síndrome de Down para os professores(as) e famílias de Brasil e da Colômbia; b) e, compreender as mediações que permeiam o processo educativo de estudantes com SD na sala de aula comum. A pesquisa orientou-se teórica e metodologicamente pela Psicologia Sócio-Histórica (PSH) a partir das produções de Vigotski sobre a Defectologia, e tendo como base o Materialismo Histórico-Dialético (MHD). Participaram da pesquisa duas professoras (uma regente da  sala de aula comum e uma do AEE), um estudante com SD, e a sua mãe, todos da cidade de Maceió. Além disso, duas professoras (regentes da sala de aula comum), um estudante com SD, a mãe e o pai do estudante, todos da cidade Bucaramanga. Para a produção dos dados, utilizamos a entrevista semiestruturada e o procedimento de Desenhos-Estórias (TRINCA, 2013), desenvolvidos na sua totalidade em ambiente virtual. Para a análise dos dados, utilizamos os Núcleos de Significação (AGUIAR; OZELLA, 2013; 2015; 2021). Os dados, ainda em processo de análise, mostram no primeiro Núcleo de Significação, a particularidade presente tanto nas participantes do Brasil quanto da Colômbia, de aspectos materiais  na sala de aula comum com os estudantes com SD, em que a pandemia se configura como um elemento de mediação. Dentro desses aspectos materiais, vivencia-se um retrocesso em direção ao paradigma da integração educacional, com presença da hegemonia de aspectos da escola tradicional, a falta de formação dos professores que orientam a sua intervenção pelo capacitismo e pelo modelo biológico da deficiência. Também foi evidenciado as condições precárias de trabalho para estes profissionais.

Essa pesquisa tem como objetivo verificar a contribuição da educação no combate às fake news. Essa preocupação se tornou ainda maior e mais fundamental com a pandemia e todos os desafios que ela lançou ao mundo, revelando as diversas fragilidades da sociedade e a falta de conexão desta com a ciência. Além de todos os problemas que a pandemia trouxe  relacionados com a saúde e a vida humana, ela evidenciou uma vulnerabilidade da população referente aos critérios adotados para validar uma informação, se apoiando muitas vezes em informações falsas, inventadas com a intenção de enganar e favorecer opiniões pessoais , ou interpretando informações de forma tendenciosa e sem nenhum fundamento a não ser o olhar seletivo para enxergar apenas aquilo que beneficiará seu ponto de vista.Nesse sentido, procuramos responder a questão fundamental desta pesquisa : Como combater as fake news sem que direitos sejam retirados e, ao mesmo tempo, tenhamos um ambiente informacional mais saudável? Na busca por responder essa pergunta procurou-se compreender melhor o que é uma fake news e quais os padrões dessas informações falsas, as consequências trazidas para a sociedade e os motivos que levam os indivíduos a compartilharem e acreditarem nesse tipo de conteúdo. A partir dessas informações foi possível conhecer mais sobre essa temática que ainda é pouco explorada na literatura científica. Apesar disso, três meios de combater as fake news foram discutidos com a intenção de descobrir quais deles poderiam frear essas informações falsas sem ferir o direito à liberdade de expressão. Dentre eles, a educação foi o caminho que tem esse perfil de construir uma criticidade necessária para que as fake news vá perdendo espaço dentro da sociedade.Esse estudo se trata de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa.Dentre as análise feitas foi realizado um levantamento dos trabalhos encontrados na plataforma Scielo para verificar quais as formas de combate às fake news e relacionadas à Educação.Os resultados demonstram que é através da Educação que vem a consciência e a responsabilidade de se informar em tempos de fake news. Essa necessidade de se apoiar na ciência para tomar decisões, se posicionar  e interpretar as informações são habilidades que são desenvolvidas através de uma educação que ultrapassa os muros da escola e reflete na sociedade e em como ela se comunica com a ciência

O conceito de educação em saúde está embasado na melhoria da qualidade de vida e na prevenção de doenças. Neste trabalho, buscamos analisar o conhecimento da higiene e saúde aplicados na educação básica a partir dos livros didáticos de Ciências da Natureza dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental do PNLD 2019. A partir da relevância destes instrumentos, importante para o processo de ensino e de aprendizagem na escola, analisamos que são abordadas as habilidades da BNCC, e suas relações com os hábitos de higiene das crianças e das famílias, a partir dos IAC (Indicadores de Alfabetização Científica),proposto por Pizarro e  como se apresenta a promoção a saúde nesses livros didáticos. Para que pudéssemos compreender a relação de promoção à saúde com a educação, exploramos os Anais do Encontro Nacional de Educação em Ciências (ENPEC) de 2010 a 2020, sobre a produção sobre o tema, com vistas compreender as discussões acerca das concepções de higiene que estão expressas nessas investigações. Consecutivamente analisamos o tratamento da temática através da presença em documentos curriculares como o Parâmetros Curriculares Nacionais e a atual Base Nacional Comum Curricular-BNCC, explorando o referencial curricular para o estado de Alagoas.

Este trabalho investigou a produção acadêmica brasileira sobre leitura publicada em periódicos de pesquisa em ensino de ciências. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática de literatura em dezenove periódicos entre 2010 a 2019. Quatro aspectos principais foram analisados: indicadores de produção (artigos por ano e por periódicos, nível de escolaridade, área de estudo, região geográfica e instituições vinculadas ao estudo), os textos empregados nas práticas leitoras, os objetivos da atividade leitora e as estratégias enfatizadas nessas produções acadêmicas. Quanto aos indicadores de produção, os resultados apontaram um interesse consistente pelo tema na última década com trabalhos publicados em diversos periódicos, com predominância da região sudeste, da área de química e concentração em nível médio e superior. Diferentes gêneros de textos têm sido empregados nas práticas de leitura. Em relação à finalidade da leitura, foram identificadas três categorias principais: leitura para informação, leitura para desenvolvimentos de habilidade e leitura para comunicação científica. Observou-se que algumas estratégias não foram exploradas em algumas áreas e em alguns níveis de ensino de acordo com as publicações, bem como os gêneros que envolvem multiplicidade de significados. Entre os desafios estão à redução das assimetrias regionais, o direcionamento dos estudos para outros níveis de ensino, bem como o aumento das pesquisas e práticas sistemáticas de leitura a partir de um ponto de vista crítico.

 Com base no pensamento complexo, na ecoformação e nas Práticas de Aprendizagens Integradoras e Inclusivas (ALVES,2016) essa pesquisa objetiva analisar, relato de experiência de um professor de estudantes surdos, na perspectiva da educação ecoformativa e inclusiva. A problematização em questionarmos: de que maneira as práticas de aprendizagem integradoras e inclusivas potencializam a aprendizagem e desenvolvimento de cenários inclusivos para estudantes surdos, em uma Organização Não-Governamental ONG? O caminho metodológico consistiu em uma pesquisa narrativa qualitativa, cuja análise baseia-se nos princípios guias do pensamento complexo de Morin e nas categorias das práticas de aprendizagens integradoras e inclusivas (2016). O fizemos, a partir da análise dos registros do diário de bordo da atuação docente, no período de 8 meses do ano de 2019, em uma (ONG) que atende estudantes surdos. Como referencial teórico tomamos autores que se debruçaram sobre: a inclusão dos surdos, pensamento complexo, Morin (2014; 2015), a ecoformação Suanno (2014, p. 175) e as PAII em Alves (2016). A análise realizou-se a partir de categorias temáticas aplicadas as aos registros do diário de bordo. As análises revelam, a importância do desenvolvimento de práticas pedagógicas integrados e inclusivas, pensadas a partir do olhar multidimensional aos estudantes. A importância da promoção de uma relação de amorosidade entre professor, estudante, família e todas da instituição. . A articulação dos professores com a coordenação possibilitou a inserção das famílias dos estudantes no ambiente institucional, através de oficinas de artes e ensino de libras. Com interação das famílias nas ações pedagógicas, percebemos avanços significativos no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes que passaram a ter voz e participação ativa bem como, aos pais. Uma relação co-imbricada, que favoreceu a aquisição de diferentes saberes para a vida em sociedade Diferentes personagens convivendo diariamente no mesmo contexto, cada um, um mundo e várias história, que se cruzam a partir do todo. Consequentemente, a construção de um cenário inclusivo para os estudantes (família e profissionais) provocou no ambiente educativo uma nova energia que alterou o emocional, o social, o espiritual, o cultural. Percebemos que esta mudança só é possível a partir da aceitação de diferentes estratégias adotada por todos os profissionais da escola. Concluímos que s práticas integradoras e inclusivas que promoveram o desenvolvimento da afetividade, autoestima, confiança, cuidado consigo, o outro e a natureza

Essa pesquisa tem como objetivo geral apreender a dimensão subjetiva da realidade  educacional dos universitários com deficiência visual (DV) no ensino remoto e como objetivos específicos a) explicitar a realidade educacional dos universitários com DV durante o ensino remoto; b) apreender as significações dos universitários com DV da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) acerca das ações docentes na perspectiva inclusiva, sobretudo no contexto pandêmico em que as atividades acadêmicas estão sendo realizadas em ambiente virtual; c) apreender as significações que os universitários com DV atribuem aos serviços e apoio à inclusão na universidade, sobretudo no contexto do ensino remoto.  Essa pesquisa tem como fundamento teórico-metodológico a Psicologia Sócio-Histórica (PSH), mais especificamente a produção de Vigotski, que tem por base o Materialismo Histórico Dialético (MHD). Os participantes na pesquisa foram 6 universitários com DV,de diversos cursos de graduação da UFAL. Para produção de dados, utilizamos a entrevista semiestruturada e a sessão reflexiva, captadas em áudio e vídeo de maneira virtual. Para a análise dos dados, utilizamos o procedimento dos núcleos de significação (NS). Os dados estão ainda em processo de análise, no entanto, o movimento de análise já aponta aspectos materiais que se fazem presentes no ensino remoto, dentre eles a sobrecarga de trabalhos, a falta de acessibilidade das plataformas digitais e também das atividades acadêmicas, sobretudo nas aulas, o que implica na prática docente. Também foi apontado por alguns participantes a dificuldade de concentração nas aulas, e também no uso das tecnologias. Assim é possível considerar que, no ensino remoto, a exclusão digital e a idéia de meritocracia ficaram evidenciadas mediante as críticas tecidas pelos participantes.

A presente dissertação constitui-se de um estudo acerca da Gestão Escolar e a Formação Continuada dos gestores da Rede Municipal de Palmeira dos Índios/AL, buscando observar se esses gestores possuem formação continuada para atuarem no contexto da gestão escolar. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar de que forma são as formações continuadas dos gestores das escolas da Rede Municipal de Palmeira dos Índios/AL, a fim de contemplar as demandas administrativas que emergem no espaço escolar. Como objetivos específicos, tem-se: descrever as ações de formação continuada para os gestores a partir dos órgãos públicos, como a  Secretaria Municipal de Educação - SEMEDE; refletir sobre os obstáculos da gestão escolar, como também os obstáculos que cercam o gestor escolar e discutir as formas de provimento ao cargo de gestor na esfera da Rede Estadual de Alagoas e na Rede Municipal de Palmeira dos Índios. A justificativa para este estudo é que a formação continuada proporciona ao professor/gestor o aperfeiçoamento e saberes necessários para oferecer a qualidade de ensino esperada. Nessa perspectiva, levanta-se, como questão problematizadora, se os gestores escolares possuem formação inicial e continuada para desenvolverem os trabalhos frente à gestão escolar? Como metodologia, foi adotada a abordagem qualitativa, na perspectiva de Marconi e Lakatos (2018), a partir de realização de entrevista e a aplicação de questionários aos gestores escolares de 10 escolas da Rede Municipal – 5 escolas da Zona Urbana e 5 escolas da Zona Rural, além da criteriosa revisão da literatura. No intuito de melhor compreender a formação de gestores e a gestão dos espaços educativos para a atuação no cenário de uma gestão escolar, buscou-se embasamento teórico em Cury (2002, 2005 e 2007), Dourado (2001), Libâneo (2001, 2004, 2013 2015), Lück (2001, 2008, 2009, 2011 e 2013), Paro (1996, 2003, 2007 e 2015), Prado (2012), entre outros. Ao longo da análise, até o presente momento, foi possível identificar que a SEMEDE do município de Palmeira dos Índios/AL não oferece formação continuada aos gestores da rede municipal. 

A pesquisa tem como objetivo geral analisar nas práticas de leitura como ocorrem os modos de ler de alunos na cultura digital sob a perspectiva dos multiletramentos. Mais especificamente, realizamos um estudo da influência da cultura digital nas práticas de leitura de alunos do 4º e 5º anos dos anos iniciais do ensino fundamental. A perspectiva teórica-metodológica adotada é baseada nos estudos dos Letramentos como práticas socioculturais, com ênfase em leitura, na pedagogia dos multiletramentos e na cultura digital. É uma pesquisa de natureza quanti-qualitativa do tipo estudo misto de abordagem delineamento convergente, realizada numa escola pública municipal de Coruripe-AL. Para compor nosso corpus de pesquisa, os dados foram gerados em duas etapas: a aplicação de um questionário online com a participação de 140 (cento e quarenta) alunos; e entrevistas semiestruturadas com cinco deles. Para a construção dos dispositivos de análise, baseamo-nos na Análise Textual Discursiva. A pesquisa evidenciou que, embora os sujeitos alunos dos anos iniciais estejam socialmente imersos na cultura digital, as práticas de leitura realizadas na escola são predominantemente empreendidas na cultura do texto impresso, em que são utilizados livros didáticos e outros materiais impressos, tais como: os paradidáticos; e módulos apostilados para as atividades de leitura. Em contrapartida, a discussão dos resultados revela que para além da sala de aula, sobretudo, nas suas residências, os alunos priorizam práticas de leitura de textos multiletrados materializados em suportes digitais, entres eles: os celulares; smartfones; e notebooks. Dessa maneira, a pesquisa indica que os sujeitos partícipes agenciam seus modos de ler por meio da utilização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), interagindo, por meio delas, com textos multimodais. Para problematizar essa questão, trazemos a reflexão as práticas de leitura sob a perspectiva da pedagogia dos multiletramentos que é culturalmente sensível e comprometida com o desenvolvimento da aprendizagem de leitura dos alunos para além da fluência. Para pesquisas futuras, sugerimos a necessidade da ampla problematização do fazer a pedagogia dos multiletramentos em contextos escolares.

Esta tese versa sobre a contextualização das Humanidades Digitais na Educação em âmbito nacional, tendo em vista que nessa conjectura, as Humanidades Digitais apresentam tímida produção científica nas pesquisas e, podem contribuir para a formação nos espaços educativos, principalmente os não presenciais, potencializando os processos de ensinoaprendizagem mediados pelas TD e, em partcular, o desenvolvido no Período Letivo Excepcional (PLE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Com base investigativa alicerçada na pesquisa qualitativa, o interesse deste estudo centrou-se na seguinte questão: quais as perspectivas das Humanidades Digitais no contexto da Educação em relação à pesquisa brasileira, no que se refere às produções nacionais e, ao processo de ensinoaprendizagem proposto no PLE ofertado pela UFAL? De acordo com a provocação da pesquisa, este estudo, de cunho qualitativo, tipo descritivo e exploratório, de abordagem dialética, fundamentou-se em achados teórico-metodológicos, cujo objetivo geral foi: analisar o cenário das Humanidades Digitais no contexto da Educação mediada pelas tecnologias, frente à pesquisa brasileira, no que se refere às produções nacionais e, ao processo de ensino-aprendizagem atual proposto no PLE ofertado pela UFAL. O procedimento metodológico, documental e experiencial, coletou os dados por meio de três técnicas (com suas respectivas fontes de dados), a saber: a) revisão bibliográfica sistemática integrativa (nas produções científicas de bases e plataformas científicas); b) pesquisa documental sistemática (nos documentos empíricos de diretórios, plataformas e repositórios, junto aos vídeos no sítio do youtube) e; c) observação direta (os sujeitos foram os professores que ministraram disciplinas na graduação durante o PLE). As bases científicas foram: BVS, google scholar, Periódicos da Capes e scielo Brasil. As plataformas empíricas foram: Instituto Conex, Fapeal e Diretório de Periódicos Nacionais em Educação. Já os docentes participantes são de várias graduações, nas três áreas do conhecimento: Exatas, Humanas e Saúde. O cenário da pesquisa foi a internet e as coletas de dados foram instrumentalizadas por formulários online construídos na plataforma google forms. Durante o estudo, os resultados alcançados decorreram dos dados de: 44 artigos científicos, 12 resumos empíricos, 11 vídeos e as respostas de 30 professores que atuaram em 17 graduações no PLE/UFAL em 2020. Os dados levantados foram analisados em quatro categorias e, a partir da análise desenvolvida, os resultados obtidos sobre as Humanidades Digitais na Educação mostraram primeiro, que as publicações científicas e empíricas no âmbito nacional são tímidas, indicando que o tema é pouco explorado e, portanto, necessita de mais investigações em seu entorno. Ainda, observou-se no locus deste estudo indícios de que as Humanidades Digitais podem, através do suporte tecnológico disponibilizado pelas TD, contribuir para a formação em espaços educativos, potencializando os processos de ensino-aprendizagem com vistas à mediação docente, à construção do conhecimento e à aprendizagem autônoma do aluno. Constata-se que a tese foi confirmada, visto que as Humanidades Digitais têm suas perspectivas contextualizadas na Educação, considerando nesse cenário o amparo tecnológico disponível e a participação efetiva dos sujeitos envolvidos nos procedimentos pedagógicos. 

Na atualidade, a difusão da cultura pop japonesa no planeta é intensa e alcança um público grande desde a década de 1980, que se autodenomina otaku, diverso e multicultural, que interage e convive, em grande parte virtualmente, tendo como instrumentos de mediação os animes e produtos derivados destes, como vestimentas, jogos e mangás. Observamos a crescente desse público mundial, de diversas faixas etárias, bem como acompanhamos preliminarmente os próprios enredos dos animes e buscamos na literatura trabalhos que reconheçam e legitimidade desses produtos culturais audiovisuais nos processos comunicativos, na formação de grupos sociais, com identidade própria, entrelaçada com as diversas culturas. A partir desse olhar para o conteúdo dos animes e os sujeitos que os consomem e dos estudos sobre o acesso dos diversos sujeitos ao conhecimento das ciências,  que segue a perspectiva da Enculturação Científica, construímos uma asserção inicial de que através desses produtos e das interações a partir deles, é possível comunicar ciência e permitir a construção conceitual, a noção da investigação cientifica, da ciência e tecnologia, a postura responsável e tomada de decisão. O objetivo do estudo foi identificar e caracterizar conteúdo compatível coma a popularização da ciência no conteúdo de animes. Defendemos que há um processo de enculturação científica e circulação intercoletiva do conhecimento científico nos grupos otaku, que consomem os animes, que tem potencial para a popularização da ciência e para a educação científica formal, não-formal e informal, mas que esse processo carece de reflexões e organização de um arcabouço teórico-metodológico, para que esses produtos sejam utilizados na difusão do conhecimento científico. Para tanto foi organizada uma estrutura metodológica de abordagem mista, de objetivo descritivo, para ingressar no universo cultural otaku e levantar elementos desse universo, confrontando os produtos consumidos e a interação a partir desse conteúdo. Foi realizado um estudo do conteúdo de seis animes, sendo três de ampla divulgação nas últimas duas décadas e três de divulgação mais recente, porém com nítida proposta de discussão de conteúdo científico. Foram acompanhados os episódios, capturado o conteúdo científico e submetidos à análise de conteúdo. Como principais resultados, sumarizamos a presença e abordagem elementos da natureza da ciência, como a representação de cientistas e da investigação científica, de modos peculiares e abrangendo diferentes direcionamentos, bem como a apresentação de conceitos e referências a conceitos científicos, com menções, explicações e associação entre atividade verbal e imagens, além de elementos da pseudociência. Ambos os resultados dialogam com a perspectiva da circulação intercoletiva do conhecimento entre sujeitos cientistas e não cientistas, que constituem a sociedade e se aproxima das discussões do referencial de Ludwick Fleck, adotado para a interpretação dos dados.

Este trabalho discute o que dizem os professores alfabetizadores do Estado de Alagoas sobre a participação no Curso Práticas de Alfabetização do Programa Tempo de Aprender que integra a Política Nacional de Alfabetização (PNA), implantada pelo Decreto nº 9.765 de 11 de abril de 2019. Objetiva, portanto, compreender se a formação no âmbito do Programa Tempo de Aprender conduz os professores alfabetizadores a se apropriarem e reconfigurarem os signos ideológicos que a integram na defesa do discurso de inovação, de evidências científicas e de eficácia no que tange o método fônico para a alfabetização das crianças brasileiras. Constitui-se numa pesquisa do tipo Survey (BRYMAN, 1989) que se valeu de questionário online respondido por 2.454 professores alfabetizadores alagoanos, articulada ao grupo focal (GATTI, 2005), realizado com 5 desses professores, tendo, portanto, natureza quanti-qualitativa (SAMPIERI, COLLADO E LUCIO, 2013). A base teórico-metodológica que sustenta a discussão é composta por autores como Faraco (2009), Volochínov (2017) que abordam ideologia e signo ideológico; Ball (1994; 2001; 2002), Ball e Bowe (1992), Mainardes (2006; 2009), Mainardes e Marcondes (2009) que discutem política educacional pelo viés do Ciclo de Política de Ball; Soares (2004; 2006; 2016; 2020), Street (2014) que debatem alfabetização e letramento(s); Moraes (2013) que apresenta o conceito de literacia; Chartier (2000; 2007; 2010) que embasa a discussão sobre saberes-fazeres docentes. A análise dos dados empíricos pauta-se na Análise Dialógica Discursiva (ADD) com base na teoria do Círculo de Bakhtin atrelado ao Ciclo de Políticas de Ball, a partir da categorização emergente. A análise dos dados aponta que a formação no âmbito do Programa Tempo de Aprender, com o olhar voltado para a participação no curso Práticas de Alfabetização, não conduz os professores alfabetizadores a se apropriarem dos signos ideológicos que integram a PNA de maneira passiva como uma palavra dada, pois, a partir da recontextulização do discurso oficial, embora percebam a PNA como inovadora, e de eficácia no que tange à instrução fônica sistemática para a alfabetização das crianças brasileiras, reverberam em seus discursos sobre a prática os saberes-fazeres construídos na docência e advindos de formações anteriores, além da influência de suas formações ideológicas e socias na construção e atualização dos horizontes valorativos. Diante disso, afirma-se que, embora a PNA defenda a ideologia de inovação, de evidências científicas e de eficácia do método fônico para alfabetizar num discurso ideológico de direita e neoliberal, permanecem latentes nos enunciados sobre a prática dos referidos professores alfabetizadores os signos ideológicos acerca da alfabetização e do letramento no processo de inter-relação, não tendo sido significada por eles a literacia. Portanto, a PNA não conseguiu zerar o passado da alfabetização, tampouco silenciou o signo ideológico “letramento” da alfabetização brasileira, nem se fez antidialógica, pois até no silêncio/silenciamento ou negação, há relação dialógica.

Propõe-se a uma análise da política de educação infantil em Alagoas, a partir da instituição legal da educação como direito das crianças de 0 a 5 anos, considerando o papel do financiamento público e das responsabilidades federativas para a efetivação do acesso e das condições de qualidade do atendimento. Definiu-se como dimensões dessa análise, o delineamento do direito e das concepções de infância e educação infantil no âmbito dos aspectos normativos e práticos da gestão na organização do atendimento e em relação direta com a política de financiamento público e com as responsabilidades federativas para com a educação infantil instituídas pelo Estado brasileiro, buscando apontar os principais avanços e desafios quanto à garantia do acesso e da qualidade do atendimento ofertado, durante as duas últimas décadas (2000 a 2020) e tendo como lócus três municípios alagoanos. O referencial teórico está pautado em estudos sobre a história social da infância e sobre educação infantil, em estudos sobre o Estado, as políticas públicas educacionais e a gestão pública e estudos acerca do financiamento público e do modelo federativo brasileiro na perspectiva da qualidade da educação pública. O estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, com vertente teórico-metodológica baseada na Abordagem do Ciclo de Políticas em Ball. Além da pesquisa bibliográfica, optou-se pela pesquisa documental, acerca dos documentos oficiais das esferas federal, estadual e municipal sobre educação infantil, e pela pesquisa de campo, por meio de entrevistas com técnicos do setor de educação infantil das secretarias de educação dos municípios investigados. Os dados foram organizados a partir da Análise de Conteúdo em Bardin. Os resultados indicam que, em Alagoas, a política de educação infantil instituída, apresenta avanços na ampliação do acesso à Educação Infantil, em especial à creche, e algumas melhorias nas condições de atendimento e funcionamento, todavia, encontra-se distante de alcançar as metas previstas nos Planos de educação e de um patamar de qualidade dentro dos padrões mínimos estabelecidos. O financiamento público e o regime de colaboração instituídos precisam ser aprimorados e ampliados para atingir resultados mais consistentes frente à demanda que se encontra desassistida do atendimento ou em condições de precariedade. Concluiu-se que o estado de Alagoas tem ainda grandes desafios para garantir a universalização do atendimento nas pré-escolas e ampliar o acesso à creche, bem como consolidar as bases de um atendimento de qualidade social que represente um projeto de educação infantil respeitoso aos direitos e especificidade da infância, consubstanciado no cuidado e educação indissociáveis e compartilhado entre Estado, sociedade e família, e que assegure um processo contínuo e global de desenvolvimento integral a todas elas. O estado alagoano tem falhado na garantia do acesso, na inadequação dos espaços físicos e dos recursos materiais e humanos, na efetivação da política social de legitimação de crianças sujeitos de direito.

Esta tese traz uma reflexão sobre o cotidiano das pessoas em situação de rua, na cidade de Maceió, procurando compreender a sua condição de (in)visibilidade através de imagens fotográficas (tiradas por eles) e dos diálogos provocados pelo pesquisador. Assim, trazendo à tona as suas histórias de vida escolar, numa perspectiva social e política. Dessa forma, levanta-se a seguinte problematização central: como e o que as pessoas em situação de rua, apoiadas em registros fotográficos (realizados por elas), narram a sua condição de existência e a sua história escolar? A partir desta pergunta central, surgiu outra indagação: De que forma essas falas e registros revelam-se implicados com o contexto social e político? Para tais questionamentos lança-se a hipótese de que as pessoas em situação de rua são (in)visibilizadas na sua condição de sujeitos portadores e produtores de culturas, ou seja, enquanto sujeitos que possuem saberes e histórias de vida e trajetórias escolares (interrompidas ou negadas). Do ponto de vista metodológico, optamos pelos estudos voltados para o Cotidiano (CERTEAU, 2019) e pela perspectiva teórico-metodológica Ecologia de Saberes (SANTOS, 2010), tendo como instrumento de coleta de dados o registro fotográfico, cujas “cenas” eram escolhidas pelos próprios sujeitos. As imagens fotográficas foram realizadas nos bairros de Jatiúca, Pajuçara, Pinheiro e Mangabeiras (são territórios que mais prevalecem sujeitos em situação de rua), que se encontram localizados na cidade de Maceió. As memórias de vida e escolar, forjadas nessas imagens, trouxeram indícios sobre as experiências (LARROSA, 1996) desses sujeitos praticantes que se (re)inventam em suas narrativas e, sobretudo, em seu cotidiano, procurando dar sentido à sua existência que parece negada pelo(s) outro(s). Daí por que nossa pesquisa procurou dar voz e vez a essas pessoas. Para tanto, trouxe-se ao diálogo autores como Certeau (2009), Santos (2010), Larrosa(1996), entre outros, para articular conceitos e fundamentos teóricos- metodológicos que pudessem sustentar as reflexões teóricas acerca de uma temática que nos obriga a lidar com os avessos. Os resultados sinalizam que as pessoas em situação de rua têm história de vida e trajetória escolar diversas, mas (in)visibilizadas por sociedade excludente, especialmente pela modernidade ocidental, visto que são sujeitos expostos a condição de vulnerabilidade social, econômica. Compreendeu-se, assim, a partir das imagens fotográficas e dos diálogos, que esses sujeitos buscam, de certo modo, uma "justiça social" e, ao mesmo tempo, uma "justiça cognitiva"; (SANTOS, 2010) vez que as memórias, em virtude de sua dimensão subjetiva, trama e se entranha na/pela realidade através de (re)ações singulares e de resistência, de suas jornadas de vida e escolar.

Essa pesquisa se insere no campo das investigações epistemológicas, a qual visa caracterizar e analisar a produção científica, tendo como objetivo geral analisar o conceito – sob a perspectiva do método evolucionário de Rodgers (2000) – de “Saúde Mental” do professor da Educação Básica, expresso nas pesquisas desenvolvidas a nível stricto sensu – dissertações de Mestrado e teses de Doutorado – nos programas de Pós-graduação da área da Educação do Brasil. Guiada metodologicamente pelo método misto, esta tese toma como base a revisão sistemática de literatura na dimensão qualitativa e a cienciometria na dimensão quantitativa. Foram realizadas buscas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) com termos e inerentes à temática. Com os resultados das buscas, foi feita a leitura do título, do resumo e das palavras-chave dos trabalhos, a fim de aplicar os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos e compor o corpus de análise da investigação. A partir de então, iniciamos com a coleta e o registro dos dados com registro em planilhas eletrônicas, de modo a recuperar os dados e as informações das condições históricas e lógicas da produção nacional levantada. Para coletar e registrar as informações complementares foram feitas buscas no currículo Lattes para as informações referentes aos pesquisadores, orientadores e coorientadores, e no Sistema e-MEC para as informações complementares referentes às Instituições de Ensino Superior. A análise dos dados da dimensão quantitativa foi realizada com base na análise estatística descritiva com o apoio do software Jamovi e a análise da dimensão qualitativa foi feita com base na Análise de Conteúdo com o auxílio do software ATLAS.ti e os dados quantitativos. O corpus dessa pesquisa foi composto por 28 trabalhos, 78,6% deles (n=22) foram desenvolvidos a nível de Mestrado, enquanto 21,4% (n=6) a nível de Doutorado. Os resultados apontam para um desequilíbrio regional na produção, desenvolvidas em IES Públicas Federais, sem financiamento em bolsas de pesquisa sob a predominância de pesquisadoras e orientadoras com formação e continuada em cursos das áreas de Psicologia e Pedagogia. Com base nas categorias da Análise de Conceito, identificamos elementos de conceitos de matrizes paradigmáticas distintas do campo da Saúde Mental – notadamente os modelos biomédico e social –, com íntimas relações com os campos da psiquiatria e da psicologia. Com isso, entendemos que o campo da Educação utiliza dos conhecimentos construídos nessas áreas, de modo a entender e lidar com as discussões próprias do campo de saber. Por fim, entendemos que seja imprescindível a discussão da Saúde Mental do professor como pauta política para que haja discussões no sentido de promover políticas públicas para a promoção da Saúde Mental do professor.

A tese de doutorado intitulada “Em nome de Deus? o discurso de jovens youtubers conservadores no Brasil/XXI rumo à barbárie educativa” advém de um processo coletivo de leitura, discussão e orientação desenvolvido no Grupo de Pesquisa Juventudes, Culturas e Formação (GPEJuv) vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/CEDU/UFAL). O objetivo geral da pesquisa é entender os processos de fortalecimento da ideologia conservadora bem como os seus avanços nos espaços políticos e formativos juvenis no século XXI, com foco nos espaços virtuais para além das redes sociais e suas plataformas de entretenimento. Para isso, o cyber campo escolhido foi a maior rede de compartilhamento de vídeos em nível global YouTube, rede esta repleta de conteúdo diversificado difundido em inúmeros canais com caráter pessoal ou corporativo. Através destes canais, encontramos inúmeros indivíduos jovens com proposições políticas e formativas na defesa de uma filosofia conservadora em meio à contemporaneidade, e estes, por sua vez, encontram no YouTube um caminho potente de difusão deste ideário realizando isso a partir da organização de material audiovisual, cursos on-line, análises de conjuntura, lives e vídeos de opinião, tendo este aparato uma possibilidade de rápido e fácil acesso ao conteúdo gerado por estes jovens. Para o processo de compreensão e análise das hipóteses e cenários em destaque, estabelecemos um diálogo teórico com autoras e autores que dissertam sobre as categorias juventudes (Bourdieu, 1983; Groppo, 2004; Kustrín, 2007; Pais, 1990) conservadorismo (Burke, 2014; Kirk, 1953; Scruton, 2020; Smith, 2003) sendo este referencial base para ampliar compreensões sobre ambas categorias. Afim de auxiliar o entendimento dos discursos e os sentidos produzidos por estes jovens, me aproximo do campo de estudos da Análise do Discurso (AD) e do artefato metodológico produzido por Michel Pêcheux (2008) e Eni Puccinelli Orlandi (2005) com os quais é percebido uma capacidade interpretativa dos enunciados e discursos ditos e não ditos nos conteúdos midiáticos em questão. Portanto, esta pesquisa configura-se como um trabalho qualitativo e analítico de determinadas dinâmicas contemporâneas das quais os e as jovens protagonizam neste século e que para o entendimento dos processos educativos na atualidade, orbitar e estudar sobre estes universos é além de uma atividade orgânica de pesquisa necessária é também um elemento político e pedagógico que deve ser encarada e analisado a partir de uma ótica crítica e social.

Este estudo fundamenta-se nos estudos da juventude como categoria sócio-histórica e das juventudes como plurais. Partiu-se do pressuposto de que as aprendizagens dos indivíduos são fruto de diversas experiências em sua trajetória de vida e de que os caminhos formativos para a construção de si vão além da educação formal, pois remetem a contextos sociais e subjetivos, particulares de cada indivíduo, enquanto sujeito sociocultural. A pesquisa teve como objetivo investigar as possíveis relações entre as múltiplas experiências de jovens participantes de movimentos culturais de Maceió, Alagoas, e suas aprendizagens biográficas, a partir de suas construções identitárias. Os participantes da pesquisa são jovens de dois movimentos culturais: um jovem e uma jovem do Movimento Hip Hop; e duas jovens do Movimento Afro-alagoano. A produção de dados fundamenta-se metodologicamente nas entrevistas narrativas autobiográficas e, de forma complementar, na transcriação, inspirada na história oral de vida. As análises fundamentam-se na abordagem da pesquisa biográfica em educação e da pesquisa (auto)biográfica. Discutiu-se alguns conceitos como: movimentos sociais – seu desdobramento em movimentos culturais; habitus e disposições híbridas de habitus; esquemas de ação; experiência; identidades; a relação entre o plural e o individual; aprendizagens biográficas e conhecimento de si. A análise interpretativa das entrevistas, buscou compreender o aspecto singular-social de cada narrativa e os encontros e desencontros identitários com diversos campos sociais, na constituição do um conhecimento de si que se consolida pela articulação de aprendizagens biográficas importantes para sua formação e para suas perspectivas quanto ao futuro. Foram analisados aspectos relacionados ao caráter afetivo, às práticas artísticas; aos territórios; às redes de participação entre os diversos grupos; à participação política; às questões de gênero; às relações entre família e individualização; e entre as múltiplas constituições do “eu”, interpretando as descontinuidades e mudanças de direção em suas trajetórias de vida e o impacto dessas experiências nas construções identitárias que contribuem para sua formação. Como resultados da pesquisa identificou-se que, no processo de construção de conhecimento sobre si, existem, aliadas aos campos sociais tradicionais – como a família e a escola – as vivências em movimentos culturais que participam de sua formação. Aliados a isso, os encontros e desencontros de suas experiências em relação à família, à educação formal, à ação política, ao “ser periférico/a”, ao “ser mulher”, ao “ser negro/a”; e à uma “multiplicidade do eu”, dialogam com as “híbridas disposições de habitus”, colaborando para a construção das aprendizagens biográficas dos indivíduos envolvidos neste estudo. Neste sentido, o processo reflexivo narrativo, enquanto dimensão formativa da experiência de si, contribui para o conhecimento de si, consolidando aprendizagens biográficas significativas para os sujeitos que se narram.

A pesquisa que resultou nesta tese se comprometeu de investigar a dialogicidade entre a educação escolar quilombola, visualizada em suas características: território, cultura, oralidade, ancestralidade, memória, identidade, religiosidade e resistência, todas entrecortadas pela quilombagem, que no dizer de Moura (2001) é uma postura revolucionária e a emancipação sugerida por Herbert Marcuse, focalizando aspectos importantes do seu pensamento, como revolução, sujeito revolucionário, socialismo democrático e utopia, coroados com a crítica à sociedade de capitalismo tardio, centrada na máquina e seus desdobramentos: contenção, integração e consumo como técnicas inibidoras do processo de transformação social qualitativa.  Como o pensamento marcuseano e a citada modalidade de educação sinalizam para algum tipo de emancipação, analisamos a emancipação iluminista, política e humana. A fim de cumprir este desiderato, definimos como objetivo geral: investigar a relação dialógica entre a emancipação sugerida por Marcuse e a educação escolar quilombola e quanto aos objetivos específicos nos propusemos a descrever as emancipações iluminista, política e humana, compreender a concepção de emancipação elaborada por Marcuse e analisar as características básicas da educação escolar quilombola. Servimo-nos de diversos autores, exemplificadamente: Moura (2001; 2020a), Munanga (2020), d’Adesky (2018), Fiabani (2005), Gorender (2016), Williams (2012), Menezes (2014; 2021), Tonet (2005), Marx (2006) e Mészáros (2002), Marcuse (1973a; 1999a; 1968), além de artigos e teses. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de abordagem crítico-dialética, cujo objeto de estudo é a relação dialógica entre o pensamento do filósofo Marcuse e a educação escolar quilombola e visa responder/solucionar o seguinte problema: de que maneira se estabelece relação dialógica entre a educação escolar quilombola e a emancipação proposta por Marcuse? Neste ponto apresentamos três hipóteses: primeira, a relação dialógica aventada se estabelece naturalmente, visto que a emancipação marcuseana se articula com diversas características da educação escolar quilombola; segunda, a relação dialógica se estabelece de maneira crítico-discursiva destituída de incidência prático-transformadora e terceira, a relação dialógica, no caso em estudo, ocorre ficticiamente sem nenhuma base histórica.

Mediante as demandas de uma sociedade que conjectura a presença das Tecnologias Digitais (TD) em suas práticas sociais, incluindo nesta perspectiva o contexto educativo, a escola, de forma ampla, vem buscando considerar a possibilidade de integrar as TD em seus espaços educativos e, assim, adaptar-se a essa atual realidade. Entendendo a escola como um espaço de formação de cidadãos e profissionais, nota-se a necessidade de adequação das práticas pedagógicas, porquanto a escola precisa preparar sujeitos para viver e atuar na sociedade. Por esse motivo, é imprescindível debruçar-se acerca de fenômenos que abordam a temática da presença das TD em espaços educativos e a educação híbrida é um deles, tendo em vista que ela pressupõe a mescla entre presencial e online. Nesta conjuntura, outro ponto a ser observado é o papel do professor enquanto mediador, uma vez que trabalhar com TD na sala de aula tende a estabelecer um paralelo entre o conteúdo e a realidade de vida dos alunos, oportunizando um cenário de aprendizagem significativa. Dado este contexto, nesta pesquisa, analisamos o processo de mediação pedagógica na prática da educação híbrida em uma sala de aula do ensino básico utilizando o método rotação por estações. Partimos do seguinte questionamento: como ocorre a mediação pedagógica na prática da educação híbrida, na disciplina de Matemática, em uma sala de aula presencial do ensino básico utilizando o método rotação por estações? Na tentativa de responder a esse questionamento, elencamos a seguinte hipótese: para que a sala de aula híbrida evidencie o aluno como protagonista de seu conhecimento, o professor exerce papel primordial, ele é o mediador e colabora para a construção de um conhecimento significativo para o aluno. Sendo assim, o objetivo geral desse estudo foi analisar o processo de mediação pedagógica inserido em um contexto de prática da educação híbrida. Os objetivos específicos foram: identificar como as aulas são planejadas no contexto da sala de aula híbrida; examinar o Projeto Político Pedagógico da escola com o intuito de verificar se já existe uma inserção das TD em seu no currículo e investigar como ocorre a mediação pedagógica mediante a utilização das TD na sala de aula presencial. O lócus da pesquisa foi uma escola de educação básica, situada no município de Maceió. A abordagem metodológica que conduziu este estudo encontra-se no escopo da pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e, devido à característica da pesquisa, optamos pelo método estudo de caso, pois se trata de um estudo intensivo de um caso singular, no qual averiguamos um fenômeno contemporâneo sob a perspectiva de um sujeito. Os instrumentos para coleta de dados foram a entrevista semiestruturada com o professor e a observação dos planos de aula, elaborados pelo professor, e do Projeto Político Pedagógico da escola. Para averiguar os dados coletados, utilizamos a técnica de análise de conteúdo.  A análise dos dados evidenciou o papel do professor enquanto mediador na prática da educação híbrida no que tange à promoção da interação, da autonomia e, consequentemente, da construção do conhecimento pelo aluno.

O presente estudo tem por objetivo investigar se o Programa Alagoano de Ensino Integral potencializou o ensino de filosofia como experiência do filosofar, contribuindo para a formação integral dos sujeitos, nas turmas do ensino médio da rede pública. Nesse sentido partimos da seguinte problemática: a ampliação da carga horária no âmbito do Programa Alagoano de Ensino Integral consolidou a ressignificação da prática docente do professor de filosofia contribuindo para formação do educando, ou essa extensão significou mera ampliação de tempo na escola permanecendo práticas forjadas do ensino enciclopédico? Como aporte teórico acerca do ensino de filosofia utilizamos Cerletti (2008); Gallo (2012; 2014); Campaner (2012); Rodrigo (2009); sobre a escola/educação de tempo integral Moll (2012), Cavaliere (2009, 2012); Mauricio (2009) e, para a educação integral, Arroyo (2013); Freire (1996; 1999), Paro (2009) entre outros. Os participantes da pesquisa serão os professores de filosofia da rede pública estadual de duas escolas que ofertam a modalidade tempo integral e o grupo de alunos das turmas de terceira série do ensino médio. Essas escolas estão circunscritas a 6ª Gerência Regional de Ensino. A pesquisa será de natureza qualitativa, se constituindo em um estudo de caso, utilizando como técnicas de coleta de dados: questionários, observações diretas, estudo documental, grupo focal e entrevistas. Será utilizado o método de análise de conteúdo como ferramenta de organização e categorização e análise desses dados.

Esta dissertação tem como objetivo investigar a possibilidade da utilização de Ações Diretas de Inconstitucionalidades (ADIs) como instrumento de luta contra-hegemônica frente ao Movimento “Escola sem Partido” (MESP) que em Alagoas inspirou a apresentação do Projeto de Lei nº 69/15 renomeado “Escola Livre” que, após intensa resistência dos movimentos populares e entidades representantes dos trabalhadores da educação, foi aprovado e convertido na Lei nº 7.800/16. Alagoas, até então, é o único estado da federação a aprovar lei que imponha os ideias MESP de censura e repressão da atividade docente. A referida lei foi impugnada – ainda em 2016, por meio de ADIs apresentadas pelas Confederações Sindicais (ADIs 5.537 e 5.580) – no Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou, em 2020, procedente as ações, declarando a inconstitucionalidade in totum da Lei nº 7.800/16. Desta forma, estabelecemos as seguintes hipóteses: O MESP constitui em estratégia de hegemonia autoritária do neoliberalismo contra a educação? e As ADIs poderiam ser utilizadas pelas Confederações como instrumento de luta contra-hegemônica na defesa da educação? Para realizar esta investigação, ancoramos a pesquisa no método do Materialismo Histórico-Dialético auxiliado pelas técnicas de pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo, fundamentamo-nos nas obras de Marx (2009, 2011, 2013), Marx e Engels (2007, 1987), Souza (1984), Bardin (2016) dentre outros. Posteriormente, realizamos o estado do conhecimento acerca das pesquisas de pós-graduação strictu sensu realizadas, no Brasil, sobre o objeto “Escola sem Partido” que estão registradas no Data Capes. Ademais, fazemos a análise de conjuntura, como foi definida por Souza (1984) inspirado em Marx (2011b), buscando compreender as múltiplas determinações e o movimento interno do objeto da pesquisa. Realizaremos também, a análise de conteúdo da Lei nº 7.800/16 de Alagoas e do Acórdão de julgamento de mérito das ADIs no STF combinado com a análise das petições iniciais das ADIs ingressadas pelas Confederações Sindicais. Estas análises nos possibilitarão inferir sobre as condições de produção e os conteúdos latentes da Lei de Alagoas. Assim como, nos permitirão concluir sobre a efetividade da utilização das ADIs pelas Confederações no enfrentamento ao MESP. As análises de conteúdo realizadas, também, nos possibilitarão a extração das categorias analíticas que orientarão as reflexões necessárias a sintetização dos resultados da pesquisa, procurando responder as hipóteses levantadas inicialmente

A presente pesquisa investiga quais as ações predominam no Estado para adequar a política de formação inicial de professores as demandas de mercado. Com o objetivo de identificar quais orientações ou dinâmicas de formação predominam nos documentos recentes que definem as diretrizes curriculares e uma base comum para a formação inicial de professores. Para isso, desenvolvo a discussão na relação entre Estado, regulação (da formação e trabalho docente) e mercado de trabalho, tendo como pressuposto teórico o materialismo histórico dialético e as técnicas para análise de conteúdo do Parecer CNE/CP n° 22/2019 e a Resolução CNE/CP n° 2/2019. A concretude desse movimento analítico termina com a caracterização do Programa Institucional de Residência Pedagógica (PIRP) como um desdobramento efetivo do Estado para a formação de professores, pois se trata de uma política pública ambiciosa de aperfeiçoamento a nível nacional.

O Trabalho em tela tem como objetivo pesquisar a teoria normativa numa perspectiva racional do “mundo da Vida”. Em que pese à formação do sujeito de direito ter vários elementos que devem ser levados em consideração para a discussão, o pensamento  habermasiano através do agir comunicativo. A relevância de abordar o tema proposto se evidencia pelo  crescimento da população de internados no sistema socioeducativo, em contraponto ao que  preconiza o mundo da vida. É possível constatar o crescimento através de pesquisa sistemática, mostrar os números através da Secretaria de Prevenção a Violencia (SEPREV), por meio da Superintendência de Medidas Socioeducativas (SUMESE). A partir de uma metodologia qualitaitiva de cartáter bibliográfico revisitando as fontes epistemológicas primárias e sencudárias. Os resultados parcialmente esperandos são centrados sob o prisma filosófico em que se espera com os refernciais teóricos  aplicabilidados na esfera socioeducativa, perceber o papel da  instituição estatal como local de modificação de paradigma no que diz respeito ao ambiente “naturalmente” violento, visando a transformação do meio que os jovens conhecem desde nascituros, e que comprometem sobremaneira a formação da personalidade do sujeito de direito.

Esta pesquisa investiga as fontes de diálogo existentes nos periódicos nacionais da área da Educação, com ênfase nos elementos regulatórios que perfilizam a abertura de dados e constitui a Ciência Aberta nas interfaces periodizadas. O elemento que caracteriza o diálogo nesses ambientes é a e-dialogicidade que define-se pela midiatização do diálogo comum por meio da usabilidade de um dispositivo digital. O objetivo desse estudo é caracterizar a ocorrência dos mecanismos e-dialógicos prevalecentes nos periódicos educacionais, para isso busca-se responder: Quais elementos de e-dialogicidade estão presentes na divulgação científica nos periódicos brasileiros da educação disponibilizados no Scielo Brasil e Portal Educ@? A pesquisa tem caráter qualitativo sob a abordagem de estudo de caso da existência da e-dialogicidade nos periódicos brasileiros educacionais, no qual evidenciamos a estrutura dos periódicos nacionais e o perfil comunicativo das interfaces, arquitetando sob a ótica da multidimensionalidade os dados coletados e condensados via análise de conteúdo, por se tratar de um apanhado documental e bibliográfico que resultou na consideração em que há precedência de elementos internos e externos de comunicabilidade não-padrão - quando não há espaço específico para a e-dialogia ocorra, podendo se dar em ambientes de midiatização de dados acadêmicos ou redes sociais - nos periódicos investigados e a realidade das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) na contemporaneidade pode possibilitar a adaptação dos espaços destinados a partilha de pesquisas científicas para que estes recebam feedback de seus leitores, promovendo a abertura de dados na perspectiva do diálogo e a formação em cidadania para públicos nãoespecializados ou não-informatizados.

Esta pesquisa investigou o reflexo epistemológico no desenvolvimento do planejamento da gamificação no contexto educacional. A gamificação é uma das estratégias didática de ensino-aprendizagem que vem ganhando notoriedade e sendo desenvolvida no cenário educacional, em especial, no ensino superior, diante disto, sugerimos o seguinte problema: como as opções epistemológicas dos docentes influenciam no desenvolvimento do planejamento da gamificação para o contexto educacional? O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as opções epistemológicas dos docentes no desenvolvimento do planejamento da gamificação no contexto educacional, identificando os elementos e frameworks utilizados. Os objetivos específicos da pesquisa foram: descrever quais aspectos da gamificação devem ser considerados no momento do planejamento pedagógico para o seu desenvolvimento; identificar as dificuldades existentes na elaboração de uma gamificação, como também no momento do seu desenvolvimento; estabelecer uma linha de compreensão entre o planejamento e o desenvolvimento que culmina na implementação de uma estratégia de ensino gamificada. A pesquisa é do tipo qualitativa e a abordagem se trata de um estudo de caso, a saber, o caso de professores da Universidade Federal de Alagoas que participaram de um curso de gamificação como estratégia didática de ensino-aprendizagem, aplicado a sala de aula universitária, realizado na Ufal (lócus da pesquisa). Os sujeitos da pesquisa foram professores dessa mesma instituição que possuíam disciplina ativa e participaram de um curso de aperfeiçoamento profissional sobre a estratégia de gamificação. Como instrumentos de coleta de dados, foi utilizada a entrevista, elaborada a partir de um roteiro pré-definido e um questionário misto (perguntas fechadas e abertas). Dos resultados alcançados, os dados apresentaram a existência de uma miscelânea de epistemologias que refletem no planejamento da gamificação e não a predominância de uma única, e que apesar de alguns autores insistirem em dividir a gamificação em duas perspectivas (fechada ou aberta), podemos ter um mix dessas perspectivas. A pesquisa também revelou algumas dificuldades no planejamento do desenvolvimento da gamificação, algo já relatado em pesquisas publicadas.

A educação, no sentido amplo, no Brasil vem passando por diversas mudanças ao longo da historiografia e, nos últimos cinco anos (2017-2021) essa profusão de mudanças vem gerando impactos significativos, cenarizando outras ideias pedagógicas, consequência de movimentos sociais e políticos de extremo conservadorismo. As mudanças sociopolíticas no Brasil vêm crescendo notadamente, essas mutações impactam o âmbito educacional. Alguns desses impactos geram profícuas discussões entre os pesquisadores em Educação. Essas reformulações, modificações põem na educação uma nova roupagem, uma nova configuração que está atrelada, apesar de enunciar o compromisso com a equidade e igualdade à educação, a um movimento expressivamente técnico, cuja consideração filosófica e pedagógica fica ignorado. Partindo de uma visão pós-estruturalista, o esboço epistemológico foucaultiano revela-se potente para investigar as relações no presente, no sentido de lançar considerações acerca do presente. Portanto, a problemática central dessa pesquisa é investigar no contexto político brasileiro, como a investigação filosófico-pedagógica pode contribuir para tecer considerações acerca do processo de escolarização brasileira e das modificações que estão tomando corpus na atualidade.  Autores como Foucault (1926-1984; 1988; 2002; 2008; 2013), Saviani (1973; 2013), Marshall (2008), Libâneo (2012), Veiga-Neto (2016) lançarão lentes conceituais para auxiliar essa investigação. Esta pesquisa configura-se como um estudo de análise bibliográfica, para isso os textos base serão os escritos de Michel Foucault. Entendendo o processo teórico e metodológico como ato vivo (LIMA et al., 2017, p. 49), processual e inacabado a metodologia dessa pesquisa foi adaptada insights de dois autores, Marshall (2008) e Maurer (2008) que utilizam algumas metodologias inspiradas em Michel Foucault. Partindo dessa analítica, podemos vislumbrar significativos retrocessos para as concepções pedagógicas, que apesar do discurso democrático, a educação esboça-se objetivamente desigual, elitista e, consequentemente, perigosa, pois negligencia os percursos da vida dos sujeitos, em detrimento de uma pseudo igualdade de oportunidades. É nesse sentido que a Filosofia da Educação auxilia a criar novos horizontes acerca dos cenários educativos, pedagógicos. Em vista disso, o que o conceito de Psicagogia pode nos provocar a vislumbrar? Então, abramos sempre brechas, fugas de novas analíticas, novos contextos sobre e para a educação, pois é poder mobilizador, criador.

O cenário preconceituoso construído pela mídia de massa de que os jogos digitais são vistos como promotores de violência, triviais, babás eletrônicas e que promovem o sedentarismo distanciou estes artefatos culturais dos espaços educativos. No tocante às universidades, consolidadas majoritariamente sob perspectivas tradicionais de aprendizagem, falar de jogos digitais é sinônimo de perda de tempo e infantilização. Contudo, pesquisas científicas em torno do objeto têm demonstrado o contrário, indicando que os jogos possuem relevância em processos de aprendizagem, inclusive no ensino superior e em diferentes áreas do conhecimento. Nesta relação entre jogos e aprendizagem universitária, contudo, a revisão sistemática da literatura (RSL) realizada nesta tese demonstrou que nenhum estudo que envolvesse jogos digitais RPG na aprendizagem da disciplina Ecologia em um contexto presencial foi encontrado, de modo que nos propormos a preencher esta lacuna. Deste modo, a pergunta que norteou este estudo foi: como o processo de desenvolvimento de um jogo digital RPG pode influenciar a aprendizagem de um conteúdo de Ecologia no contexto de aulas presencias de uma universidade? A tese que sustentamos é que o processo de criação de um jogo digital RPG influencia a aprendizagem de um conteúdo acadêmico a partir da mediação, colaboração, criação da história e narrativas, criação dos personagens e interlocução com outras mídias. O objetivo geral deste estudo foi investigar como o processo de criação de um jogo digital RPG pode influenciar a aprendizagem de um conteúdo de Ecologia no contexto de aulas presenciais de uma universidade. Para este propósito, utilizamos a abordagem metodológica da pesquisa qualitativa com o delineamento em pesquisa-ação pedagógica, desenvolvida juntamente com um professor de uma universidade brasileira e quinze estudantes de graduação em Ciências Biológicas/Licenciatura. Os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas, grupo focal, observação participante e questionários. Utilizamos a técnica análise do conteúdo para analisar os dados das entrevistas e grupo focal, bem como das gravações realizadas em campo. Como resultados, o estudo mostrou que o gênero RPG influencia na aprendizagem por meio de interações sociais ao promover a colaboração e mediação durante o processo criativo e de experimentação do jogo, bem como por meio da criação da história, permitindo que estudantes refletissem sobre os conteúdos acadêmicos neste processo, por meio dos personagens, na medida em que constroem uma identidade projetiva que os envolvem na narrativa do jogo e do diálogo com outras mídias, uma vez que estudantes realizam pesquisas em outros meios e se inspiram em ideias de filmes com temáticas biológicas para exercitar a criatividade, atividade típica realizada no gênero RPG. Os ganhos cognitivos em torno do conteúdo acadêmico trabalhado e as reflexões realizadas pelo professor e pelos estudantes ao fim do processo de aprendizagem reforçaram e esclareceram ainda mais como o gênero RPG influencia neste processo.

A presente pesquisa apresentou como tese o fato da cantoria de repente, tradicionalmente praticada no Nordeste do Brasil, ser uma manifestação afrodescendente. Para tal, foi necessário analisar os primeiros registros acerca dos repentistas, em estudos publicados por folcloristas, e fazer uma análise documental de caráter interdisciplinar. Para isso, pretendeu-se destacar o estado da arte nas pesquisas acerca do surgimento do repente no Nordeste brasileiro. Sendo o objetivo geral desta pesquisa: analisar as africanidades no repente através dos estudos folclóricos que possuem os primeiros repentistas registrados, essa análise será feita por um viés pan-africano e interdisciplinar, pera então podermos compreender a poesia improvisada ao som de instrumentos, conhecida como repente, e classificada como gênero oral. Como objetivos específicos neste trabalho, buscou-se: traçar um embasamento, por um viés histórico, acerca da oralidade poética na Península Ibérica e descendência africana em sua cultura, construir um panorama do Pan-Africanismo como um olhar de enfrentamento ao eurocentrismo e busca por uma unidade do povo negro em sua diversidade, examinar a presença da cultura oral nos povos afrodescendentes no Brasil e suas relações culturais com o repente. A análise dos documentos se trata de uma análise documental de caráter interdisciplinar de um discurso que passa pela escrita e, portanto, pela voz de outrem. A investigação possibilitou compreender como a eugenia implantada em nossa educação pública contribuiu para uma geração de intelectuais que ignoraram as afrodescendências em nossa cultura, além de resgatar a presença das africanidades nessa cultura, uma vez que inexiste uma pesquisa científica acerca de sua eurodescendência, apesar dessa afirmação ser presente entre os folcloristas como Rodrigues de Carvalho (1928), Leonardo Mota (1955) e Câmara Cascudo (1984), autores das obras que serão analisadas. A chegada dos negros como os primeiros desbravadores dos sertões de Pernambuco e Paraíba, região na qual os primeiros cantadores foram registrados, além das diversas semelhanças entre essa cultura e a dos griots estudados por Hampaté Bâ (2010), a ligação com o processo diaspórico estudado por Anjos (2010), tornam a presente tese, de que o repente é afrodescendente, a possibilidade mais provável. Com isso, a pesquisa contribui para que o povo negro conheça mais sua história e desconstrua o estereótipo no qual são vistos apenas como escravizados, algo que vem sendo alimentado através de instituições públicas e privadas, inclusive pelas escolas e materiais escolares. Além de ajudar a cumprir a lei 10.639/03 e a construir um discurso não eurocêntrico e uma sociedade mais tolerante e conhecedora de sua história também afrodescendente.

Ao longo das últimas décadas, diferentes abordagens metodológicas vêm sendo propostas para explicar o conhecimento lexical e desenvolver métricas para a sua avaliação no contexto escolar. Um índice usado para dimensionar esse conhecimento é a riqueza lexical, podendo ser representada através de indicadores linguísticos, como a densidade e diversidade lexical. Sendo a densidade compreendida como a concentração de itens lexicais (substantivos, adjetivos, verbos e alguns advérbios) em um texto e a diversidade, como o alcance da variedade de palavras de um vocabulário. Consolidados na literatura como indicadores confiáveis para avaliação da riqueza lexical, a densidade e a diversidade lexical vêm sendo aplicadas em textos escolares de alunos de diferentes nacionalidades, idades e níveis escolares. O presente estudo tem como objetivo analisar a quantidade de palavras escritas (PE), a Diversidade Lexical (DiL) e a Densidade Lexical (DeL) em manuscritos escolares produzidos por díades de alunos brasileiros, matriculados no 2º ano do Ensino Fundamental. O corpus é constituído por 30 contos etiológicos inventados, coletados em uma escola da rede privada, localizada na cidade de Maceió-AL. Adotando uma metodologia léxico-estatística, utilizamos o software de análise lexical, lexicanalytics para a quantificação de PE. A DiL foi mensurada através da medida D, aplicada ao modelo VOCD e para medição da DeL, dividimos o número de itens lexicais pelo total de palavras do texto. Posteriormente, os valores obtidos foram submetidos a uma análise de estatística descritiva para a obtenção da média e desvio padrão (DP) e a uma análise estatística inferencial, através da aplicação do teste de correlação e de variância ANOVA. Os resultados indicaram que as díades escreveram seus manuscritos com aproximadamente 90 palavras e DP = 28,87, havendo uma média de DiL = 49,40%, com DP =13,17 e uma média de DeL= 48%, com DP = 3,99. No teste de variância ANOVA, não foi detectada diferença significativa (p-valor = 0,08846) entre as médias de DiL das díades, o mesmo foi observado entre as médias da DeL (p-valor = 0,3484). Esses resultados sugerem que as díades de alunos recém-alfabetizados analisadas usam a mesma proporção de DeL e DiL na produção de seus manuscritos. Esperamos que esses resultados possam contribuir para uma maior compreensão acerca das escolhas lexicais dos aprendizes recém-alfabetizados e, assim, auxiliar os professores na avaliação dos aspectos lexicais das produções textuais de seus alunos.

Com esta pesquisa, esperamos contribuir com a produção epistemológica no campo multidisciplinar das políticas públicas, cujo objeto de estudo configura-se na categoria “educação”. O interesse precípuo está em refletir acerca dos estudos nessa área a partir da delimitação dos estudos sobre as políticas públicas de educação. A finalidade encontra-se na tentativa de compreender a temática, bem como, analisar correntes teóricas/epistêmicas que permeiam os estudos sobre o objeto em voga. A problemática central traduziu-se em: Como as políticas públicas de educação vêm sendo abordadas nas produções científicas no Brasil desde a década de 1990 (em perspectiva panorâmica)? Nisto, o estudo reuniu produções que trataram a temática das políticas públicas, recorrendo a produções das áreas do conhecimento que discutiram o tema (ciência política, ciências sociais, sociologia administração pública e afins), destacando e situando as produções de corte educacional, construindo um “mosaico” do material coletado. Foi analisado as correntes teóricas com base na perspectiva epistemológica das produções; considerando que a atuação do pesquisador da área de humanas deve ser crítica quanto à produção e à análise de políticas educacionais, na esteira desta postura teórica o método do materialismo-histórico-dialético criado por Marx (1859, 1998, 2008, 2009) e atualizado por Mészáros (2002) abalizou a pesquisa. De outro lado, no aprofundamento acerca das políticas públicas de educação, e no estudo das obras dos autores foram estudados: Afonso (2003); Tello e Almeida (2013); Diógenes (2014); Ball & Mainardes (2011) e Mainardes (2017). Os resultados da pesquisa nos levou a concluir que: (1) é necessário compreender que as políticas públicas de educação se inserem num contexto histórico determinado por relações de poder assimétricas, (2) a desigualdade na distribuição das riquezas socialmente produzidas impacta na repercussão do conhecimento nessa área, (3) os conflitos sociais gerados pela concentração de renda precisam ser considerados nas pesquisas realizadas sobre a área (isto em uma perspectiva de totalidade, no que diz respeito a particularidade, a temática estudada  tem multidimensionalidade). Acrescentamos que: (a) as bases epistêmicas das políticas educacionais são transversais, de forma que esta área do conhecimento é um campo epistemológico em construção; (b) faz-se necessário que os pesquisadores busquem compreender reflexivamente que o conhecimento científico articula-se às práticas políticas (cidadania/democracia), assim a análise da epistemologia da política educacional e deve ser compreendida como característica da política na qualidade de ciência da prática, recorrendo para a dialeticidade do pensamento enquanto práxis. Por fim, em relação a produção do conhecimento contemporâneo acerca das políticas educacionais, o neoliberalismo (enquanto doutrina econômica) vem dominando a relação Estado x Academia, minimizando o investimento estatal nas ações públicas de investigação científica.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm proporcionado significativas mudanças no modo de produção e compartilhamento de conteúdo, o que afeta diretamente o Jornalismo. Este estudo aborda os desafios na formação do jornalista, sobretudo, a partir da emergência de novos meios de comunicação e da proliferação de fake news. A pesquisa está fundamentada por Lévy (2017), Santaella (2018 e 2010), Ferrari (2018), D’Ancona (2018), Aparici (2012), Cloutier (2012), Prado (2011), Rodrigues (2009) e Recuero (2009). É objetivo geral deste trabalho investigar a formação universitária do jornalista diante das mudanças geradas pelas TIC e pela proliferação de fake news. São objetivos específicos da investigação analisar o impacto das TIC na produção de notícias; discutir a produção e distribuição das fake news; investigar a formação universitária do jornalista; caracterizar as competências que são exigidas dos jornalistas diante deste novo cenário; e analisar o modelo de ensino adotado pelo Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), especialmente a relação com as fake news. Esta pesquisa tem enfoque qualitativo, por buscar compreender o fenômeno analisado a partir da perspectiva de seus participantes, utilizando para tanto suas experiências, pontos de vista como forma de perceber subjetivamente a realidade. A estratégia de investigação adotada é o estudo de caso, pois esta pesquisa busca compreender o fenômeno analisado por meio da interpretação em contexto. O trabalho é desenvolvido com professores do curso de Jornalismo da Ufal, no Campus Maceió, e utilizamos como instrumentos de coleta de dados análise documental do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Jornalismo e entrevistas. São objetos de análise a Resolução CNE/CES nº 1, de 27 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013), que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de graduação em Jornalismo e o PPC de Jornalismo da Ufal (UFAL, 2014), reestruturado no ano de 2014, com a proposta de se adequar às mudanças sofridas pela atividade no século XXI. Neste trabalho são utilizadas entrevistas semiestruturadas com professores do curso em questão. A análise dos dados da pesquisa foi dividida em etapas. Foram consideradas a coleta de documentos e materiais e as entrevistas. No âmbito da coleta, foram consideradas observações gerais e observações enfocadas. No âmbito da análise, houve o confronto dos dados e das observações coletadas com a teoria fundamentada. Finalmente, no âmbito dos resultados, foram estabelecidas semelhanças e diferenças entre os dados coletados e identificadas as categorias, com seus significados e as suas relações. Nesta investigação, foram identificadas limitações de ordem física, lógica e de conteúdo nos laboratórios do curso, deficiências no planejamento para uso das TIC e incompatibilidades entre o que está contido no PPC e o que é apresentado em sala de aula, concluindo-se, portanto, que há limitações que dificultam a abordagem de temáticas como a Pós-Verdade e as fake news.

Esta pesquisa apresenta a perspectiva empírica de uma investigação sobre a gamificação como um fenômeno que se utiliza dos elementos dos jogos digitais, mecânicas, dinâmicas e componentes no contexto educativo.  Esse exige a necessidade recorrente de adaptação das práticas pedagógicas de modo a adequar os processos de ensino-aprendizagem às características dos alunos e promover o sucesso educativo. A pesquisa se enquadra no ensino superior e tem como pergunta norteadora: ‘como é promovida a avaliação da aprendizagem na perspectiva da gamificação no ensino superior?’. Tem como objetivo compreender as práticas de avaliação para aprendizagem no desenvolvimento da gamificação enquanto estratégia pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no ensino superior e suas implicações para a formação inicial de professores a partir de atividades desenvolvidas durante a disciplina gamificada Educação e Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação com estudantes do primeiro semestre do curso de Pedagogia na modalidade presencial da Universidade Federal de Alagoas. A investigação foi realizada sob a orientação e supervisão do professor desta disciplina com a duração de 80 horas, durante o semestre letivo de 2018.2. Na busca de fundamentação teórica sobre avaliação da aprendizagem, gamificação e formação inicial de professores com Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação recorremos aos estudos de Pimentel (2018), Bussarello (2018), Werbach e Hunter (2012), Kapp (2012), Zichermann e  Cunningham (2011), Luckesi (2005; 2008)  e outros autores. A investigação foi fundamentada em abordagem qualitativa, de caráter exploratório, coletando dados a partir de observação direta dos estudantes participantes da pesquisa durante os momentos presenciais e online das aulas da disciplina e também de suas produções nos seus respectivos blogs convertendo-os em um diário de pesquisa. Percebeu-se a relevância deste estudo pela adequação de conteúdos a novas metodologias de ensino a processos de avaliação condizentes com a realidade tecnológica atual, e como também, essa prática pedagógica incorporada ao processo educacional, considerando suas aplicabilidades, proporcionou formas mais intuitivas, prazerosas e eficazes de ensinar e aprender.

A presente pesquisa foi gestada a partir de uma experiência como docente que resultou em nosso objeto de investigação, sendo este as práticas pedagógicas dos professores desenvolvidas com os estudantes do curso de Psicologia e que tiveram por objetivo favorecer a inclusão dos sujeitos. A partir da inquietação frente ao objeto de pesquisa traçamos a seguinte pergunta problema: Como a docência nos cursos de psicologia se aproxima de uma prática inclusiva que compreenda o sujeito para além de sua dimensão cognitiva, considerando-o em sua inteireza?. A partir disso tivemos como objetivo geral investigar as práticas pedagógicas desenvolvidas no curso de psicologia ofertado na Universidade Federal de Alagoas-UFAL e suas aproximações com as práticas integradoras que contribuem para um processo inclusivo que compreenda o sujeito para além de sua dimensão cognitiva. Como objetivo específico a pesquisa buscou: Realizar uma revisão de literatura acerca das práticas de aprendizagem integradoras e inclusivas fundamentadas na teoria da complexidade e da transdisciplinaridade; Identificar e analisar as práticas pedagógicas desenvolvidas no curso de Psicologia que estão voltadas para o processo de inclusão observando suas aproximações com as práticas integradoras que contribuem para um processo inclusivo que compreenda o sujeito para além de sua dimensão cognitiva. Nesse sentido, do ponto de vista da necessidade da produção do conhecimento, justifica-se a relevância científica do desenvolvimento de estudos com foco na inclusão no ensino superior a partir do olhar da complexidade e da transdisciplinaridade. Metodologicamente trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo exploratória. Como instrumento de coleta de dados utilizamos uma entrevista estruturada. Os sujeitos da pesquisa foram professores de psicologia da UFAL. Todas as entrevista foram captadas em áudio por meio de gravador e teve como foco a identificação dos movimentos que esses professores têm realizado no sentido de construírem práticas pedagógicas que favorecessem o processo de inclusão dos alunos com deficiências. Os dados foram tratados a partir do arcabouço da análise de conteúdo e interpretado sob a luz do referencial teórico da complexidade, da transdisciplinaridade e das PAII. Como resultado dessa investigação foi observado que no curso de psicologia desta IES, mencionada, há um movimento da realização de práticas pedagógicas na tentativa de contribuir com o processo de inclusão dos alunos com deficiências. Os conteúdo emergente nas falas dos sujeitos da pesquisa se aproximam das práticas integradoras e inclusivas, visto que compartilham do olhar para além de uma única dimensão. Apesar disso, nota-se a necessidade de ampliar estudos que se votem para essa temática. Por fim, percebemos a abertura dos profissionais entrevistados para conhecer novas formas de ensinar e aprender utilizando a criatividade como subsídio fundamental na construção do conhecimento. Isso nos permite pensar que há uma dedicação para realizar práticas pedagógicas que superem as estratégias tradicionais de ensino. 

Ao longo da história, o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia vem proporcionando diversas possibilidades para a condição da vida humana, de acordo com o modo de organização de cada civilização e época. Com o aumento do contingente populacional e das demandas advindas dos processos de urbanização e industrialização, aumentou-se a demanda pela exploração dos recursos naturais, levando o homem a alterar a natureza e o meio ambiente. O entendimento dessas questões está descrito na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como imprescindível para conhecimentos éticos, políticos, culturais e científicos, o que justifica a presença e relevância dos temas na educação formal. Neste contexto, as finalidades expressas nas competências específicas das Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental, visam garantir aos estudantes a compreensão desses fenômenos por meio de diferentes Tecnologias Digitais (TD). Neste sentido, partimos do pressuposto que tecnologias como a Realidade Aumentada (RA), quando incorporadas as práticas pedagógicas podem possibilitar a aprendizagem dos estudantes, ampliando sua realidade, permitindo a observação e compreensão dos fenômenos a sua volta. A presente pesquisa foi expressa pela seguinte questão norteadora: como a RA, no contexto do Ensino de Ciências, pode possibilitar a aprendizagem dos estudantes? O objetivo geral desta pesquisa foi investigar como a RA, no contexto do Ensino de Ciências, possibilita a aprendizagem dos estudantes nos anos finais do Ensino Fundamental. A investigação foi fundamentada a partir do estudo histórico-social de Vygotsky (2008) e das direções indicadas por Yuen, Yaoyuneyong e Johnson (2011), para a apropriação da tecnologia em contextos de educação. Nesta investigação empírica, estudou-se a RA como instrumento de mediação pedagógica e suas contribuições para a aprendizagem de Ciências a partir de uma pesquisa qualitativa de delineamento experiencial, configurada como exploratória e explicativa. Os dados foram coletados por meio de observações, anotações em diários de campo, registros fotográficos e questionários. Foram estabelecidas quatro categorias de análise a partir dos pressupostos teóricos que serviram de base para a pesquisa, sendo estas: motivação, interação, mediação, e Letramento Cientifico. Conforme a análise, evidenciou-se que, tanto a questão norteadora da pesquisa foi respondida, quanto o seu objetivo geral foi atendido. Conforme os indicativos desta pesquisa, percebeu-se que os estudantes estiveram motivados a aprender os conteúdos e suas possíveis relações com seu cotidiano a partir de experiências vivenciadas e troca de experiências. Dessa forma, esta pesquisa apresenta resultados significativos tanto para a incorporação da RA no contexto da educação básica, quanto para a área das Ciências Naturais, uma vez que as atividades desenvolvidas por meio da RA contribuíram para o desenvolvimento de competências e habilidades, formulação de hipótese, resolução de problemas e tomada de decisão, conforme as propostas de aprendizagem na perspectiva de um Letramento Científico.

O desing instrucional (DI) é uma área que traz inúmeras contribuições para a educação visto que ele pode auxiliar, tanto desenvolvedores instrucionais como professores, na construção de planos e modelos educacionais, descrevendo toda a organização de atividades de ensino. Apesar do DI ter suas raízes no behaviorismo, não é frequente a interseção entre o DI e a utilização da Análise do Comportamento (AC) em processos de ensino. Dada a complexidade de se ensinar Habilidades de Pensamento de Ordem Superior (HOTS), ou o que seria denominado de conceitos abstratos, o presente estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos de um modelo de tomada de decisão (MTD) sobre a escolha de conteúdo, o sequenciamento de objetivos, a seleção dos critérios de aprendizagem e dos procedimentos de ensino para ensino de conceitos e princípios básicos de AC para alunos de graduação. Este MTD resume-se em 13 (treze) passos: (1) avaliação de necessidades e análise de currículo; (2) releitura de textos antigos e de novos textos sobre os conceitos específicos a serem testados; (3) ajuste da hierarquia de conceitos e princípios; (4) reescrita da análise de conceitos e princípios; (5) tipos de aprendizagem e ajuste de novos objetivos de ensino; (6) ajuste dos critérios de aprendizagem; (7) ajuste no procedimento de ensino; (8) ajuste do storyboard; (9) construção das atividades de ensino; (10) teste na plataforma e avaliação de conteúdo por experts; (11) ajuste nas atividades e plataforma (Moodle); (12) aplicação do estudo piloto (teste com alunos); (13) alterações no trabalho com base nos dados dos alunos testados. Como resultado, ainda durante o processo de análise de conceitos e princípios sobre AC, encontrou controvérsias e divergências teóricas em relação ao que os definem. Essas controvérsias teóricas foram evidenciadas pelos experts, sinalizando para a necessidade de se escolher de forma sistemática o que deve ser ensinado nesse campo. Outro aspecto relevante concerne ao elevado número de alunos que foram considerados inaptos no Teste de Desempenho Escolar (TDE). Esse dado é pertinente porque diz respeito a alunos que cursam uma graduação onde ler e escrever com proficiência é um pré-requisito básico. O desenvolvimento de HOTS, sobretudo nesta pesquisa, pode ser comprometido na ausência dessas habilidades. Por fim, o programa desenvolvido no Moodle mostrou resultados satisfatórios quando aplicado a três participantes do estudo piloto. É provável que houvesse um maior rendimento dos alunos nas provas finais sobre AC caso tivesse ocorrido o ensino de todos os conceitos e princípios testados nesta avaliação, porém, como só foi trabalhado um módulo (organismo/ambiente) no estudo piloto, não houve o treino direto dos demais. Analogamente, na fase de ensino on-line não foi ofertado o treino com perguntas discursivas sobre os conceitos de organismo/ambiente, justificando a dificuldade dos participantes na resolução das sondas finais. Apesar disso, os dados gerais demonstram que ocorreu um aumento de desempenho dos participantes quando comparamos os resultados das sondas iniciais com as sondas finais sinalizando que houve generalização de respostas. Embora esses dados pareçam otimistas, resultados mais conclusivos e efetivos sobre este MTD dependerá, para além desse estudo piloto, da aplicação da pesquisa aos demais conceitos e princípios.

Essa pesquisa tem como objetivo verificar a contribuição do Ensino de Ciências por investigação como estratégia didática capaz de promover a Alfabetização Científica. O tema escolhido foi a Botânica, que apresenta diversas fragilidades no processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, buscamos responder à questão central dessa pesquisa: Como o Ensino por Investigação pode contribuir para aprendizagem dos conteúdos de Botânica nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Nesse sentido, desenvolvemos uma Sequência de Ensino Investigativa (SEI) para trabalhar as estruturas das plantas e o nascimento da banana com estudantes do 2ª ano do Ensino Fundamental. Justificamos a escolha desse nível escolar como sendo uma proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esse estudo possui uma abordagem qualitativa, de natureza descritiva e explicativa. Essa pesquisa foi desenvolvida nos dias 7 e 27 de agosto de 2019 tendo como lócus de pesquisa a Escola Municipal Professora Noêmia Bastos no interior de Alagoas. Os instrumentos de coletas utilizados foram a gravação de áudios, os registros gráficos e textuais produzidos pelos estudantes. Para a análise dos dados buscamos estabelecer quando possível uma relação entre alguns indicadores de alfabetização científica das autoras Sasseron e Carvalho (2008) e também das categorias propostas por Samarapungavan, Mantzicopoulos, Patrick (2008) e Howitt, Lewis; Upson (2011). Os resultados demonstram que o ensino por investigação consegue contribuir para o desenvolvimento da alfabetização científica, tornando a sala de aula um ambiente pautado na argumentação, levantamento de hipóteses e na mudança de postura docente e discente.

A presente pesquisa pretende investigar a temática referente à experiência do pensamento no ensino de filosofia no nível médio da educação básica brasileira. A experiência do pensamento aqui investigada é compreendida à luz da filosofia de Deleuze (2013; 2018), e sendo parte do processo educativo, não está no começo tampouco no fim, está “entre”. Diante disto, temos como objetivos específicos discutir as condições atuais do ensino de filosofia no Brasil com ênfase no ensino médio, reconhecer o ensino de filosofia como problema filosófico, estabelecer relações entre a perspectiva de Deleuze e a experiência do pensamento neste nível de ensino. Para alcançar tais objetivos, o caminho percorrido perpassa por uma geofilosofia, concepção inspirada nos autores Deleuze e Guattari (2010). Tal como uma cartográfica do pensamento filosófico e do ensino de filosofia, a pesquisa tem em seu escopo procedimento bibliográfico, de modo que contempla aspectos referentes à institucionalização do ensino de filosofia no Brasil, tendo como cenário seu panorama histórico, legal e acadêmico; revisão teórica sobre a problemática do pensamento e da filosofia em Deleuze a partir das obras Diferença e Repetição (2018) e O que é a filosofia? (2010), escrita em parceria com Guattari; finalizando com discussão acerca do ensino de filosofia como experiência do pensamento sob a regência das principais categorias encontradas: conceito, identidade e diferença.  Para tanto, recorremos a analises acerca dos paradoxos entre aprender e ensinar filosofia, proposições advindas da pedagogia do conceito, e conjuntamente outro olhar sobre o aprender. Identificamos dificuldades marcantes para a consolidação do ensino de filosofia no Brasil, assim como contribuições significativas da perspectiva de Deleuze na produção acadêmica para o ensino de filosofia voltado para o pensamento autônomo, na medida em que ao traçar linhas de fuga para um ensino de (da) filosofia (na diferença), temos, portanto, um ensino de filosofia enquanto experiência do pensamento.

A gamificação na educação estabelece novos desafios estratégicos, metodológicos e pedagógicos, assim como, os processos de ensino-aprendizagem que não deixam de ser um desafio para os sistemas de ensino. Este trabalho tem a seguinte questão norteadora: de que maneira a formação realizada em uma oficina sobre gamificação contribuirá para que os professores entendam e introduzam esta estratégia em suas disciplinas? Esta pesquisa tem como objetivo analisar como os professores incorporam a gamificação na elaboração de seus planos de aula, após a realização de um curso de curta duração. Diante da investigação em busca de possíveis respostas, realizamos um curso de formação continuada para professores da educação básica, utilizando a gamificação como estratégia metodológica e como conteúdo, desenvolvida com foco no processo de ensino-aprendizagem. A metodologia, de caráter qualitativo, utilizou como abordagem de um estudo de caso sobre a incorporação da gamificação como estratégia didática, com a intencionalidade de investigar como os professores da educação básica compreendem e desenvolvem esta estratégia, como também identifica as dificuldades para esta inserção. A coleta de dados ocorreu no acompanhamento da formação, com as observações dos planos didáticos de ensino elaborados pelos professores, observação direta e participativa, diário de campo, entrevista, produções no blog das equipes e questionários. Os sujeitos da pesquisa foram onze professoras envolvidas no projeto. Os  resultados obtidos, quando analisados os dados a partir das categorias: imersão, interação e colaboração, evidenciam pontos que são caracterizados como relevantes e as contribuições na formação docente indicam que poderão utilizar de formas distintas em sua ação docente. Foi possível identificar as dificuldades e fragilidades ocorridas no processo, refletir a prática pedagógica e a formação proporcionada. Em função dos resultados, observa-se que a formação foi significativa para que os professores, entendendo o conteúdo e a estratégia, pudessem inserir em seus planos de aula.

O Movimento de Educação de Base (MEB) foi um movimento educacional que fomentou a educação de base no início da década de 1960 nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Na época, o MEB utilizou-se de escolas radiofônicas para alfabetizar os adultos estabelecendo, inicialmente, uma educação confessional. O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos de resistência nos materiais didáticos do MEB e o processo de esvaziamento dos conteúdos que resultaram no silenciamento do MEB durante o regime militar. A materialização discursiva que serão analisadas serão as duas cartilhas "Viver é Lutar" e "Mutirão" do MEB que foram utilizadas em todo território nacional por meio da transmissão de seus conteúdos pelas escolas radiofônicas. As condições de produção ampla revelam um país marcado pela efervescência política e social, pela polarização dos grupos de esquerda e de direita e interpelados pela ideologia nacional-desenvolvimentista. Os governos de Jango e Goulart se constituíram por uma política de independência marcado por práticas populistas. No cenário educacional, o analfabetismo era a causa do "atraso" econômico e do progresso da nação e a política de governo era aumentar o número de eleitores. Assim, aparece o MEB com o discurso educacional político-ideológico voltado para às classes populares.  O aporte teórico-metodológico desta pesquisa é a Análise do Discurso fundado por Michel Pêcheux ancorada no materialismo histórico-dialético e acionaremos as categorias fundantes da AD como: as Condições de Produção, a Formação Discursiva, a Memória Discursiva, o Silenciamento como análise do objeto. Além disso, abordaremos a atuação do MEB no Estado de Alagoas por meio de consulta ao Jornal de Alagoase o Jornal Semeador, para fundamentar a pesquisa no âmbito local. Os autores que fundamentaram a base desse trabalho são: Pêcheux (2018), Cavalcante (2016), Orlandi (2012), Volochinov (2018), Fávero (2006), Wanderley (1984) Kadt (2003), Freire (1985) entre outros autores. Desse modo, observa-se que às cartilhas Viver é Lutar apresentam o discurso ideológico de resistência produzindo uma educação conscientizadora e politizadora dos sujeitos, enquanto a cartilha Mutirão expressa o conceito de "cooperação" com o regime. Após o golpe militar em 1964, aconteceu o processo deesvaziamento educacional e político do MEB devido ao movimento  de interdição e silenciamento. Logo, os efeitos de sentido das cartilhas representaram uma estratégia de luta contra o autoritarismo e a repressão do regime militar.

Propomos analisar, neste trabalho, o discurso sobre a Base Nacional Comum Curricular que está presente nos materiais de apoio dos processos de discussão e implementação da BNCC, buscando compreender os seus efeitos de sentido. Os materiais de apoio a serem analisados foram utilizados na formação de professores buscando construir processos de consenso e silenciamento, pois a BNCC é apresentada como o resultado de grandes avanços, uma “nova era”, onde a “educação é a base”. No entanto, o que estaria em curso seria a utilização da educação pública para atender as novas demandas do capital, uma vez que instituições da iniciativa privada e organismos internacionais tiveram atuação importante no processo de elaboraçãoda BNCC. Seremos norteados pelos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso (AD), filiada a Michel Pêcheux. Na AD entende-se que a língua materializa o discurso e são considerados os seus elementos históricos, sociais, culturais e ideológicos para compreender esse discurso, pois ele não nasce a partir do nada, mas sim de um trabalho sobre outros discursos, se materializando para responder as necessidades colocadas pelas relações entre os homens. Para alcançar o objetivo da pesquisa iremos identificar e discutir as condições de produção amplas e estritas do discurso sobre a BNCC; selecionar sequências discursivas dos materiais de apoio para a constituição do corpus de pesquisa; e analisar as sequências discursivas selecionadas buscando compreender os efeitos de sentido produzidos para a BNCC. Esperamos ao fim da pesquisa contribuir para os estudos de análise do discurso voltados para a Educação Brasileira.

O presente estudo trata de uma pesquisa de mestrado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL) intitulada Compreensões sobre a prática pedagógica na educação infantil e necessidades formativas das professoras, realizado no município de Penedo-AL. Esta pesquisa articula-se com a pesquisa maior desenvolvida por Haddad (2018), intitulada “Compreensões da prática pedagógica de educação infantil: observações de segunda ordem a partir de videogravação”, que teve como objetivo compreender conceitos e valores básicos relacionados a boas práticas pedagógicas em educação infantil e utiliza um método inovador   criado e desenvolvido por duas pesquisadoras dinamarquesas (HANSEN; JENSEN, 2004). Trata-se do Sophos, acrônimo para Second Order Phenomenological Observation Scheme, ou seja, esquema de observação fenomenológica de segunda ordem. O método Sophos combina a exibição de filmes e sua discussão em grupos focais por diversos observadores e o foco está em quem assiste aos filmes, suas reações, suas impressões e compreensões. Assim, o pesquisador que utiliza do Sophos observa pessoas que estão observando a prática pedagógica videogravada nos filmes. Com a utilização do Sophos, a presente pesquisa teve como objetivos: investigar as compreensões das professoras de educação infantil na Rede Municipal de Penedo-AL sobre as práticas pedagógicas; identificar necessidades formativas dessas profissionais a partir das discussões dos grupos focais; e identificar concepções de criança, infância e educação infantil presentes nas vozes das professoras. O estudo envolveu a exibição de dois filmes sobre situações do cotidiano de educação infantil de dois países: Brasil e Dinamarca e sua discussão em grupos focais. Os filmes fazem parte do acervo de Haddad (2018) e foram produzidos e utilizados na pesquisa maior da qual nos referimos anteriormente. Foram então realizados três grupos focais, envolvendo a participação de doze professoras da rede municipal de Penedo-AL assim distribuídos: GF 1= 5; GF 2 = 3; GF 3=4. O diálogo nos GF foram permeados por duas perguntas: O que vem à mente ao assistir ao filme? O que você identifica como necessidades formativas? Dentre os temas emergidos nos GF deu-se ênfase ao ambiente e às necessidades formativas. As narrativas expressas em relação ao ambiente foram permeadas por duas lógicas: a lógica da vida e a lógica da escolarização, demonstrando que iniciativas que tentam aproximar as práticas desenvolvidas na educação infantil com as atividades do cotidiano que as crianças vivenciam fazem sentido para as professoras. No entanto, essas práticas oferecidas são fortemente influenciadas por uma visão escolarizante de educação infantil que está muito arraigada nas professoras, assim como nas famílias que esperam que as crianças sejam alfabetizadas para o ingresso no ensino fundamental. As narrativas apontam ainda que o sistema de educação orienta o trabalho pedagógico nesses moldes, caracterizando assim a educação infantil como uma etapa preparatória para o ensino fundamental no município pesquisado. As narrativas sobre as necessidades formativas demonstraram que na tentativa de identificar suas necessidades de formação, as observadoras revelaram o desejo por uma nova pedagogia fundamentada pelo princípio da vivência, da relação de convívio e de trabalho colaborativo entre o professor, a criança, a família e a comunidade. Embora essa pedagogia ainda esteja distante da sua realidade, representa para elas um sonho possível. Assim, elas falam sobre grupos de estudo como possibilidade para refletir sobre a prática e transformar essa realidade. A relevância desta pesquisa se dá pelo caráter de valorização das vozes das participantes e de poder contribuir com a reflexão sobre boas práticas de educação e cuidado na educação infantil com a possibilidade de trazer elementos que possam suscitar grandes reflexões sobre os saberes e fazeres em educação infantil.

O advento das tecnologias, juntamente com a internet, trouxe inúmeros avanços para a sociedade, possibilitando flexibilidade de comunicação e de acesso à informação. No entanto, o uso mal-intencionado pode acarretar problemas sociais, sendo esse o caso do ciberbullying. Esse fenômeno, por sua vez, é caracterizado como agressões que são cometidas virtualmente, com a intenção de oprimir, humilhar e depreciar a vítima. As violências irão partir de uma pessoa ou um grupo de pessoas que geralmente utilizarão as redes sociais, mensagens de texto, fotos e vídeos ameaçando e/ou expondo as vítimas em situações embaraçosas. Partindo do pressuposto de que o ciberbullying é decorrente do bullying que acontece nos espaços escolares, essa pesquisa questiona como tem se dado o papel social das escolas diante da violência virtual. Portanto, tem-se como objetivo analisar o ciberbullying dentro da perspectiva escolar buscando averiguar as ações dos diretores referentes à violência virtual, a fim de compreender qual o papel social que as escolas vêm assumindo frente as agressões que ocorrem por meio da tecnologia. Nesse sentido, o universo da pesquisa é constituído de 4 diretores de escolas, tanto da rede pública quanto da privada, do munícipio de Rio Largo. O estudo é de natureza qualitativa e se enquadra na pesquisa exploratória. O instrumento de coleta de dados que foi utilizado nesse estudo foi a entrevista. Posterior a coleta de dados, os resultados analisados indicaram que os diretores não só conheciam o ciberbullying como tiveram experiências de casos em suas escolas. Portanto, o papel social que essas escolas adotaram para o combate das ocorrências do ciberbullying foi o diálogo com os estudantes e com os responsáveis.

Esta investigação objetiva produzir conhecimento sobre as culturas organizacionais escolares, tendo como foco o trabalho dos/as professores/as no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em duas escolas públicas pertencentes ao município alagoano de Maceió. Partiu-se da seguinte problematização: Quais as implicações da cultura organizacional escolar no trabalho dos/as professores/as da EJA? Para alcançar o objetivo e “responder” à questão elencada optou-se pela abordagem qualitativa, do tipo estudo de casos múltiplos; a análise dos dados se deu por meio da técnica da Análise de Conteúdo. O percurso do estudo requereu uma (re)visita ao material disponível no acervo do Banco de dados do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Alfabetização (Nepeal) do Centro de Educação (Cedu), advindo de uma pesquisa anterior sobre as culturas organizacionais escolares financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal, 2017-2018). Nessa lógica, analisou-se os dados das Sessões Conversas com os professores e os registros dos cotidianos dos estudantes das escolas pesquisadas. Os achados apontaram implicações das culturas organizacionais escolares no trabalho dos/as professores/as da EJA, ocasionando a construção de culturas voltadas para colaboração, isolamento/individualismo, e ao “apartheid” organizacional.

A educação, à luz da Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, poderá exercer um papel de extrema relevância na formação do indivíduo comunicativo e socialmente responsável pelos seus atos, promovendo a sua autonomia crítica e sua reflexão como sujeito interativo possuidor da capacidade cognitiva de buscar o entendimento nas relações intersubjetivas do mundo da vida, por meio de um projeto pedagógico que promova não só a legitima emancipação, mas que seja, também, pautado na pacificação social e no entendimento entre os sujeitos, por meio de processos intersubjetivos de comunicação. Na visão habermasiana, deve-se reconhecer a escola, norteada pelo princípio pedagógico e tendo como significado central o processo de reprodução social e cultural, uma esfera pública especializada orientada para o entendimento, promovendo uma cultura baseada no consenso e no acordo entre as partes, onde a educação tem um papel fundamental de elemento integrante na implementação desta cultura de pacificação social. Com o agir pedagógico, espera-se que a escola, como instituição permanente de formação humana e democrática, esteja inserida na comunidade local, sendo ela um instrumento institucional a serviço do diálogo e de uma cultura pacificadora, inclusive proporcionando aos sujeitos educativos a competência linguística necessária para auxiliar na sua autodeterminação e na capacidade de interagir com o outro para dialogar e chegar à resolução dos problemas sociais existentes, evitando o processo de judicialização dos dissensos.