Esta dissertação desenvolveu-se a partir de uma pesquisa sobre como a dificuldade em se trabalhar
a leitura literária em sala de aula e da falta de interesse dos alunos pela leitura de fruição, podem
ser trabalhadas com o uso didático da internet e de canais de divulgacão de resenhas literárias do
Youtube. O objetivo principal do trabalho é entender como os canais de resenha e divulgação de
livros pelo YouTube, os chamados Booktube, podem contribuir para o gosto e desenvolvimento do
aluno leitor. As questões que norteiam esta pesquisa são: (1) Como a utilização das resenhas e
divulgações lirterárias feitas pelos booktubers contribuem para que os alunos do 7º ano
desenvolvam algum tipo de autonomia na escolha de suas listas de livros e de autores? (2) Como
a inserção de uma didática de ensino de Literatura utilizando os canais de resenha e divugação de
leitura do Youtube pode contribuir para aumentar o interesse pela leitura literária em alunos do 7º
ano? (3) Com o objetivo de provar como esses canais podem influenciar o gosto literário dos
alunos de 7º ano. Os principais referenciais teóricos estão centrados nos conceitos dos
Multiletramentos (GNL,1996), Mey (2017) Rojo (2009; 2012; 2013) referenciais sobre
Letramento; Araújo (2001) sobre videorresenha; Foram utilizados os seguintes instrumentos para
geração e coleta de dados: diário de pesquisadora; registros de gravação em áudio, fotografias e
vídeos das aulas; entrevistas; as videorresenhas e o canal do Youtube da turma. Os resultados dessa
pesquisa investigativa mostraram que a utilização didática de canais de divulgação de resenhas
literárias, contribuem para despertar o interesse no aluno de 7º ano pela leitura literária e que os
booktubers acabam incentivando a leitura de livros de maneira mais interativa e atrativa. As
atividades despertaram interesse em vários alunos de terem também seus canais de resenhas
literárias. Assistir à várias resenhas literárias favoreceu as escolhas individuais das obras a serem
lidas; por outro lado, assistir às resenhas e depois ler os livros foi de grande ajuda para a
compreensão das obras e para as discussões em classe. O uso moderado da tecnologia como
recurso didático e a inserção da linguagem audiovisual na sala de aula trouxe motivação e interesse
aos alunos, a despeito de algumas dificuldades de acesso aos recursos digitais

O trabalho tem como objetivo refletir sobre práticas didáticas com diferentes semioses, em que se desenvolvem atividades com multimodalidades, percebendo como isso contribui para o aprendizado de estudantes do 6º ano do ensino fundamental de uma escola pública de Maceió-AL. Essa reflexão objetiva atestar como o trabalho de acompanhamento mais minucioso de intervenção do professor no desenvolvimento de uma sequência didática, com atividades gradativas, complementares e didaticamente distribuídas, contribui para a proficiência dos estudantes em leitura e escrita. O trabalho iniciou-se a partir das experiências encontradas no trajeto dos estudantes de casa até a escola, trazendo informações de suas diferentes perspectivas sobre a passagem por esse caminho, como elas se apresentam e como eles as identificam. As atividades foram desenvolvidas levando em consideração o local de moradia dos estudantes e o percurso que eles fazem até chegar à escola, tentando extrair o que eles percebem em seu meio e as informações implícitas e explícitas do caminho que possam ser representadas em textos das mais variadas semioses. Para isso, adotamos os gêneros textuais: mapa/desenho, texto em prosa, poema e fotografia. Para a realização de um trabalho mais delimitado, promovemos a imersão e a posterior reescrita do gênero poema, na Oficina de Poema. Assim, foram adotados estudos e pesquisas como referencial teórico para as discussões e análises das temáticas relacionadas ao multiletramento, à cultura, à educação, à poesia, à reescrita, entre outros: Rojo & Moura (2012); Souza (2011); Moran & Bacich (2018); Canclini (2008) e Pinheiro (2018).

O presente trabalho discute questões sobre o ensino de língua portuguesa nos Anos Inicias do Ensino Fundamental I (EFI) no contexto da pós-pandemia da COVID 19 em uma escola do município de Maceió situada no bairro de Santa Lúcia na periferia da cidade. Acompanhando uma turma desde seu ingresso no terceiro ano em 2022 até o quarto ano de 2023, o fato de a maior parte dos alunos iniciarem o terceiro ano sem estar alfabetizada chamou a minha atenção como problema de pesquisa. A partir dessa inquietação observada dentro desse tempo de dois anos de convivência e trabalho com a turma em sala de aula, foram estabelecidas as seguintes perguntas de pesquisa: a) as práticas de alfabetização usadas com meus alunos na fase pós-pandemia estão ajudando ou dificultando a concretização do processo de aquisição das primeiras letras? b) uma mudança de abordagem pedagógica para o ensino de língua portuguesa nos Anos Iniciais que busque associar as práticas de alfabetização (com foco no domínio do sistema alfabético e ortográfico) das práticas de letramentos (com o foco no uso das práticas sociais em que se usa a escrita) poderia colaborar com o processo de construção da linguagem escrita da turma, em especial, dos alunos que se encontram ainda nos primeiros níveis de saberes da escrita? A partir dessas perguntas, o objetivo geral do presente trabalho foi o de descrever e refletir sobre propostas pedagógicas que concebessem o letramento não dissociando o código linguístico do uso linguístico, aproximando ainda mais o conceito de letramento com o conceito de alfabetização, diante de um cenário de atraso no desenvolvimento educacional como consequência da pandemia de covid-19. Por meio de uma pesquisa interventiva, os resultados mostraram que o ensino de língua portuguesa para os Anos Iniciais transcendeu o trabalho com o sistema linguístico e com as práticas de linguagem propriamente ditas. Também foram fundamentais diversos incrementos, tais como: outras disposições das carteiras, promovendo diferentes composições para trabalhos em grupos; reorganização da sala a partir de textos funcionais, criação de um espaço de leitura, entre outros. Também como parte do resultado, o trabalho com projetos contribuiu para inserirnão apenas os alunos, mas também a professora-pesquisadora nas relações comunicativas interindividuais pelas produções realizadas em sala de aula, experiência esta que fez com que todos os participantes vivenciassem a mobilização da língua viva em contexto de uso. E, por fim, o trabalho com os textos contribuiu para a consolidação de aspectos da língua dentro da unidade fundamental de comunicação que é o texto.     

A variação linguística é uma característica inerente a todas as línguas e se manifesta na fala de todas as pessoas independente do nível de escolaridade ou classe social, em todas as variedades, inclusive nas chamadas normas prestígiadas. De acordo com as pesquisas de Bortoni (2004), essa variação ocorre ao longo de um contínuo, manifestada nos traços graduais que, segundo Bagno (2007), constam no Vernáculo Geral Brasileiro, por exemplo através da monotongação e da assimilação. Esta variação social, de acordo com Faraco (2015), é “a verdadeira questão a ser enfrentada”. Assim, o presente trabalho se propõe a verificar a percepção do estudante sobre a variação que ocorre ao longo do contínuo de urbanização e que atitudes manifestam diante do fenômeno. Para tanto, optou-se pela análise das formas linguísticas dinhêro, diêro- como representantes da monotongação e soltano, como representante da assimilação; visto que tratam-se de traços graduais da língua, comparecendo, portanto, nas variedades estigmatizadas e prestigiadas. Esta pesquisa utiliza os pressupostos da Sociolinguística Educacional encontrados em Bortoni-Ricardo (2004, 2005), da Sociolinguística Variacionista, de acordo com Labov (2008), Bagno (2004, 2007,2019, 2020) e da Pedagogia da Variação Linguística, segundo Cyranka (2007), Faraco (2008), dentre outros. Os procedimentos metodológicos consistem na aplicação de testes de percepção e atitudes, a fim de se conhecer o comportamento linguístico dos alunos.

Em meio ao cenário contemporâneo, marcado pelas diferentes linguagens e pela multimodalidade dos textos, os quadrinhos aparecem como uma ferramenta pertinente para o trabalho com jovens nos processos de ensino e de aprendizagem, pois, além de ter popularidade no universo do público infantojuvenil, possuem uma linguagem própria, peculiar, que mescla recursos verbais e não verbais, sendo uma forma de comunicação muito rica, que requer do leitor uma ampla participação para a construção de sentidos. Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo geral promover estratégias que contribuam para o desenvolvimento da leitura e da escrita de alunos de uma turma de 8º ano de uma escola da Rede Pública do Estado de Alagoas, no município de Maceió, através de um trabalho voltado à utilização do hipergênero quadrinhos (RAMOS, 2009), numa perspectiva de multiletramentos. As orientações metodológicas seguem os procedimentos adotados em uma pesquisa de natureza qualitativa (LUDKE e ANDRÉ, 1986), aplicada, de cunho etnográfico. A utilização desse tipo, na prática escolar cotidiana, caracteriza-se por um contato direto do pesquisador com a situação a ser pesquisada, reconstruindo, assim, através de suas técnicas, as experiências que permeiam a prática de sala de aula (ANDRÉ, 2004). A partir da observação participante, houve uma prática interventiva de trabalho, realizada pela professora-pesquisadora, configurando também, dessa forma, uma pesquisa-ação (TRIPP, 2005). A prática interventiva foi baseada em uma sequência didática (SD) nos moldes de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), tendo também como embasamento teórico Ramos (2009; 2017; 2021), Vergueiro e Ramos (2020), Vergueiro (2018), Rama et al (2018), Barbieri (2017), Rojo e Moura (2012), Matencio (2002) e outros, que trazem valiosas contribuições sobre o hipergênero quadrinhos e para as práticas de leitura e de escrita na escola. A partir da análise de dados, observou-se que o trabalho com o hipergênero quadrinhos apresentou resultados bastante significativos, visto que, colaborativamente, os estudantes produziram uma HQ contemplando os mais diversos recursos utilizados pela linguagem dos quadrinhos – de forma criativa e eficiente, de acordo com a proposta – além de demonstrarem entusiasmo e motivação nos momentos de leitura de HQs e de análise comparativa entre uma HQ e sua adaptação cinematográfica. Pode-se concluir, portanto, que a utilização do modelo de sequência didática, além dos momentos de leitura em sala e análise comparativa, aparecem como eficazes nos processos de ensino e aprendizagem de gêneros, inclusive, multimodais.

A prática da leitura literária na sala de aula é desafiadora, na medida em que são priorizadas concepções informativas sobre o texto literário em detrimento da experiência da leitura e da interpretação do texto. Esta pesquisa foi motivada pelo objetivo de realizar oficinas de leitura de contos literários, de Lygia Fagundes Telles, para estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental II, focando no desenvolvimento de estratégias didáticas que buscassem estimular o aluno leitor a refletir e a participar da prática interpretativa que um texto literário pode proporcionar. Assim, realizamos leituras de dois contos abordando a recepção do texto literário na perspectiva de Jauss (1979), bem como na concepção do texto como jogo, de Iser (2002) e estratégias metodológicas fundamentadas em Bordini e Aguiar (1988), principalmente quando propõem uma abordagem do texto literário centrada no leitor. Os contos estudados foram “Biruta” e “A disciplina do amor”, de Lygia Fagundes Telles, os quais têm um elemento central em comum: o uso do mesmo animal (um cachorro) e a relação entre este e o ser humano. Investigaram-se, assim, perspectivas teóricas e metodológicas de abordagem do texto literário em sala de aula, analisando, particularmente, a recepção dos textos literários pelos leitores. Para essa problematização, utilizamos a metodologia da pesquisa qualitativa, e o estudo envolveu atividades de leitura compartilhada, a partir de perguntas que incentivassem o diálogo e a explicitação dos caminhos interpretativos dos alunos leitores e experiências de leitura em voz alta. Como base teórica fizemos os estudos de vários autores, dentre eles, Iser (2002), Jauss (1979), Geraldi (2010), Rangel (2007), Cosson (2006), Dalla-Bona & Tarachuk (2022), Antunes (2010), Silva (1984), Resende (2014), Bordini e Aguiar (1988), Zumthor (2007) e Oliveira (2018). Observou-se que as práticas da leitura compartilhada e as explorações de vocalização do texto permitem evidenciar que o jogo com o texto literário em sala de aula pode incentivar a participação dos leitores na exploração de múltiplas possibilidades de itinerários interpretativos, ratificando a importância do contato efetivo com o texto na formação do leitor literário.

RESUMO

Esta pesquisa de intervenção pedagógica em aulas de Língua Portuguesa, no período de 08/2022 a 05/2023, em turma de 9º ano do Ensino Fundamental (EF), de uma escola pública do município de Taquarana, no estado de Alagoas, e objetivou promover a reflexão sobre a prática de leitura literária em sala de aula; analisar as interações com os textos literários a partir do desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação dos/as educandos/as; além de incentivar a produção de minicontos e minirrelatos dos educandos/as sobre os efeitos estéticos experienciados com as leituras, considerando a perspectiva dos letramentos (FREIRE, 1981; SOARES, 1989; KLEIMAN, 1995; ROJO, 2012; STREET, 2014), em especial, o letramento literário (COSSON,2006) que adota estratégias de leitura, compreensão, interação e interpretação. Ainda, como base de reflexão, defendemos a literatura como um direito humano inalienável, por desenvolver uma sensibilidade transformadora e reflexiva (CANDIDO, 1995), além desses fundamentos, abordamos as similitudes e as diferenças entre os gêneros conto e crônica (GOTLIB, 1995; CANDIDO, 2003), discutindo sobre o papel da mulher na sociedade e estereótipos a partir da leitura de Saffioti (1987) e Louro (1997). Adotamos como abordagem metodológica a pesquisa-ação (PINTO, 1989), cujos procedimentos se desenvolveram a partir da participação dos/as educandos/as participantes da pesquisa durante todo o processo; para isso, foram promovidas rodas de leituras, discussões e análises dos textos literários que foram levados à sala de aula, com atividades e a produção do diário de campo da pesquisadora, professora da turma.

As tecnologias digitais surgiram como mecanismos que auxiliam a vida em sociedade, facilitando a comunicação e quebrando as barreiras de espaço e tempo devido ao rápido acesso às informações que podem ser vistas na palma da mão.  Além disso, o uso das tecnologias digitais possibilita a construção de conhecimentos no processo de aprendizagem, contribuindo de forma objetiva, interativa e prática nas aulas de Língua Portuguesa, visto que permite ao professor planejar aulas com atividades que podem ser realizadas ao telefone; avaliar e orientar os alunos, dentro e fora da sala de aula. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre a promoção do letramento digital em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental, de uma escola municipal da cidade de Poço das Trincheiras, Estado de Alagoas. Para fundamentação teórica buscou-se os estudos de Santos (2007), Geraldi (2002), BRASIL (1998), Rojo (2006; 2013), BRASIL/BNCC (2015), Koch (2002), Araújo (2017), Coscarelli (2016), Kenski (2000), Kleimen (2000), Unesco (2013) e Marcuschi (2008), entre outros, que abordam a respeito do uso de tecnologias da comunicação e informação na escola. Adotou-se a metodologia da pesquisa-ação qualitativa do tipo participativa, envolvendo quatro procedimentos: pesquisa bibliográfica; análise de propostas relacionadas às TDIC no LDP adotado na escola; desenvolvimento de atividades com o uso do celular; definição de critérios para análise e reflexão sobre as aprendizagens. No transcorrer das atividades, foi-se verificando como e em que condições o ambiente virtual funciona conforme a hipótese levantada. Nesse sentido, foi oferecida uma sequência didática para o trabalho didático com o gênero textual meme, através do uso do celular. Identificou-se, por meio do levantamento de dados, que a maioria dos alunos, mesmo oriundos da zona rural, possuíam aparelho celular e o utilizavam com frequência. Isso mostra uma possibilidade para a interação professor/aluno. No entanto, os resultados mostraram limites e dificuldades quanto ao uso   pedagógico   do aplicativo.

Esta dissertação teve como objetivo geral refletir sobre o processo de revisão da prática docente da professora-pesquisadora da presente pesquisa, a partir do trabalho pedagógico com os letramentos, que considera a língua portuguesa como forma de enunciados concretos e únicos mobilizados por participantes cujo interesse é o da sua socialização no mundo, para além do domínio técnico da leitura e da escrita. Para tanto, foi desenvolvida uma proposta pedagógica de leitura e escrita em uma turma de 9º ano de uma escola pública municipal localizada no município de Olho d’ Água das Flores, sertão do Estado de Alagoas. Para alcançar o objetivo proposto, trilhamos a abordagem qualitativa de cunho etnográfico, que apontou para a necessidade de a professora-pesquisadora fazer uma revisão de sua prática docente que se encontrava cristalizada em uma concepção de trabalho com leitura e escrita desconectada dos elementos de tempo e espaço em que tais atividades estavam inseridas, desconsiderando a historicidade dos alunos-sujeitos com o contexto. E busca responder às seguintes questões de pesquisa: a) tomando a concepção bakhtiniana da linguagem, quem são os meus principais interlocutores, reais e discursivos, no contexto escolar da sala de aula? b) a minha prática docente tem possibilitado aos meus alunos uma compreensão da fala viva? Que tipo de falante meu aluno tem se tornado a partir de sua ativa posição responsiva em relação às minhas aulas? c) O trabalho com diferentes práticas de linguagem, incluindo as digitais, pode contribuir para desencadear o papel ativo dos meus alunos diante do mundo? Os resultados mostraram que o trabalho na perspectiva dos letramentos sociais, dialogando com a concepção dialógica da linguagem, instaurou uma aproximação dos meus alunos com a prática da língua viva, no sentido bakhtiniano do termo, dentro do contexto escolar. Aliado a essa perspectiva teórico-metodológica, a comunicação mediada pelas práticas de letramentos digitais desencadeada com maior intensidade em função da pandemia, trazendo para a sala de aula um contexto de maior multiplicidade de linguagens e culturas, trouxe uma realidade mais plurilíngue para a prática docente da professora- pesquisadora. Como consideração final da presente dissertação, a experiência de pesquisa realizada mostrou que o confronto de forças centrípetas – postas em circulação por meio das atividades oficiais propostas pela escola – e centrífugas – em circulação nas atividades elaboradas a partir da abordagem pedagógica dos letramentos sociais – pode resultar em um diálogo frutífero para nossa prática docente.

Esta pesquisa tem como objetivo principal levar o professor da Educação de Jovens e Adultos a ampliar suas práticas de ensino quanto ao processo de escrita do gênero narrativas de experiência pessoal, por meio do uso crítico e flexível do Caderno de Atividades. Como fundamentação teórica, autores como Antunes (2010), Koch (2014), Koch & Elias (2018) refletiram sobre a sequenciação do texto escrito numa visão interacionista e de interdependência entre suas partes; no estudo do gênero textual, na perspectiva da construção dos processos enunciativos e na formação do plano composicional, foram selecionados os trabalhos de Bakhtin (1992, 1997, 2003, 2010, 2016), Marcuschi, (2008), Marcuschi (2010) e Koch (2006). Escolhemos os fundamentos teóricos de Labov & Waletzky (1967), de Dolz, Gagnon e Decândio (2010), e mais uma vez Bakhtin (2016), nas relações dialógicas entre os sujeitos na narrativa, como também para o delineamento dos componentes estruturais da narrativa e da hierarquização das informações na atividade de escrita; quanto à lógica da formação/organização da escrita e aos sentidos, aplicamos as concepções de Fávero & Koch (2012), Koch & Elias (2018). Como metodologia de investigação, buscamos os trabalhos de Thiollent (1986) e Tripp (2005) sobre pesquisa-ação para a referência inicial do formato de pesquisa; finalmente, recorremos ao Ateliê de Escrita de Marquesi et al (2017), como suporte metodológico nas atividades de ensino do professor da EJA. Este trabalho apresenta como resultado uma proposta de ação pedagógica ao professor de língua portuguesa do ensino fundamental quanto à escrita processual, ao estudo da estrutura narrativa laboviana e aos aspectos de textualidade dos textos de seus alunos. Utilizamos o Ateliê de Escrita em observância à funcionalidade comunicativa do gênero narrativas de experiência pessoal, a partir dos recursos de uma sequência didática que permite ao professor identificar as bases de suas ações de ensinamento de forma consciente e ordenada em relação aos aspectos linguístico-social-discursivos percebidos nas leituras, nos exercícios e na escrita processual dos seus alunos.

Esta dissertação de mestrado profissional em Letras (PROFLETRAS/UFAL) resulta de pesquisa de cunho histórico-crítica sobre práticas de leituras literárias, realizada por professora de língua portuguesa de turmas do 9º ano de ensino fundamental, de escola pública do interior do estado de Alagoas, no período de 2019-2021, cujo objetivo geral é propor estratégias que estimulem o letramento literário em sala de aula, em especial, a leitura participativa da poesia, à qual denominamos de “leitura performática de poemas”. Tal objetivo é impulsionado pelas seguintes questões de pesquisa: que atividades estimularão o interesse dos/as educandos/as pela experiência de leitura dos poemas através de recursos como as figuras de linguagem? Quais estratégias didático-pedagógicas podem ser adotadas para que o/a educando/a possa conhecer, ressignificar e performatizar o texto literário? Como a “leitura performática dos poemas” pode aproximar o/a leitor/a do texto literário? E, para responder essas questões, adotou-se como fundamentação teórica, entre outros/as autores/as: Candido (1988), com a defesa da literatura como um direito humano; Street (2014), Cosson (2006) e Souza (2011), com as concepções de letramentos sociais, letramentos literários e letramentos de resistência, respectivamente; Solé (1998) e Pinheiro (2018), com contribuições acerca das estratégias para o ensino de literatura na escola; Lajolo (1994, 1999) e Zilberman (1984, 2009, 2010), com a reflexão acerca da historiografia literária nas escolas brasileiras; Freire (2019), através da posição sobre a leitura como ato humano e transformador; Zumthor (1993, 2010, 2018) e Oliveira (2011, 2012, 2018) com a concepção de performances da leitura. Como resultado, a proposta intitulada Drummond em muitas vozes, organizada em sete etapas por oficinas e elaborada como um encarte da dissertação, estimula a experiência estética nas aulas de língua portuguesa por meio da “leitura performática dos poemas” em sala de aula, para, desse modo, promover a formação de um sujeito leitor de poesias e, possivelmente, escritor.

Esta pesquisa se originou de uma inquietação pedagógica: como propor atividades de leitura literária com destaque ao letramento literário, refletindo acerca do letramento dominante, comum aos espaços institucionais, que, por vezes, menospreza o letramento ideológico, das práticas cotidianas dos espaços não institucionais, nos termos de Street (2014), haja vista que o processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita decorre das relações sociais na qual educandas e educandos estão inseridas/os. Com o objetivo de estudar e apresentar uma proposta à problemática lançada, parti da discussão acerca das estratégias de práticas de leitura, e produzi um caderno pedagógico intitulado “Trilhas de leituras literárias: propostas de estratégias de leituras de contos e crônica no ensino fundamental”, para aplicação em turmas de 6º ao 9ª anos do ensino fundamental, por professoras e professores de língua portuguesa, destacando os efeitos  estéticos do texto literário para a construção de um olhar sobre a realidade de forma crítica e transformadora. Como abordagem metodológica, foi adotada a pesquisa-ação, a qual fundamentou as etapas anteriores e posteriores ao desenvolvimento desta pesquisa, a partir da problemática supracitada e da minha prática cotidiana como professora de escola pública de Ensino Fundamental que demanda um processo de reflexão-ação constante. Para o estudo das concepções teóricas que norteiam esta pesquisa, destaco os conceitos e as autoras/os autores: leitura, escrita, alfabetização e letramentos, foram adotadas/os: Magda Soares (2009, 2011), Roxane Rojo (2009, 2012), Regina Zilberman (2003; 2009), Brian Street (2014), Paulo Freire (2019), Brian Street (2014), Rildo Cosson (2018); a literatura como aspecto humano e humanizador, Antonio Candido (2004), Ana Souza (2010); as estratégias de leitura, de Isabel Solé (1998), Renata Souza e Cyntia Girotto (2010), Ana Menin (2010).

Este trabalho de pesquisa apresenta uma proposta didática cujo objetivo é desenvolver a apreciação do texto poético através da audição, leitura e análise de letras de Canções da MPB na sala de aula de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual de Maceió/AL. O interesse pelo tema da pesquisa surgiu a partir da constatação de que as atividades de leitura e interpretação de poemas com alunos da referida série eram alvo de desinteresse na sala de aula.  Essa atitude pode decorrer da pouca prática de leitura literária significativa por parte dos alunos e consequentemente levando-os ao não entendimento da linguagem figurada e polissêmica própria do texto literário, dificultando, dessa forma, a compreensão e a atribuição de sentidos ao texto. O trabalho justifica-se, portanto, pela possibilidade de se oportunizar e incentivar os alunos para a apreciação e o prazer da leitura literária e assim melhorar a sua competência leitora. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, mais precisamente uma pesquisa-ação de cunho interventivo, cujo procedimento básico foi a realização de uma Unidade Didática para a audição das canções, seguida da leitura, análise e apreciação dos textos das letras, por meio de um caderno de atividades, visando à compreensão, à interpretação e à análise dos recursos linguísticos que conferem efeitos literários aos textos das letras de música, utilizando-se de técnicas de leitura e interpretação de textos.  O material básico foia presentado em forma de uma coletânea de Letras de Canções da MPB, previamente montada pela pesquisadora. Foram utilizados também questionários, diários de bordo, testes de compreensão de textos, entre outras atividades. A fundamentação teórica se baseou no estudo do gênero textual letra de música, especialmente da canção, suas origens e evolução (Manzoni e Rosas, 2010).  Do ponto de vista do cancioneiro da música popular brasileira, buscaram-se subsídios em de alguns pesquisadores da área, como Tinhorão (2017), Aguiar (1993) e Tatit (2016). Os resultados foram colhidos a partir da quantificação e da apreciação das respostas dos alunos no Caderno de Atividades e da aplicação do questionário de satisfação produzido e enviado por meio do Google forms, segundo o qual a maioria dos alunos evidenciaram envolvimento e satisfação com a Unidade Didática desenvolvida.

Esta dissertação discute a implementação de uma proposta de letramento em
uma escola
municipal em Girau do Ponciano, para alunos do 8º/9º anos do Ensino
Fundamental II. A
presente investigação buscou responder a duas questões: 1) Quais as
transformações no
letramento dos alunos diante do engajamento em uma abordagem pedagógica
que vise a
trabalhar a língua a partir da sua historicidade? 2) A produção de textos
multimodais,
utilizando a tecnologia digital em sala de aula, contribui para essa transformação?
Os 

objetivos estabelecidos foram: a) desenvolver uma proposta pedagógica de
letramento
elaborada a partir de uma abordagem teórico-metodológica que leve em conta os
processos de
socialização nos quais meus alunos possam construir sentidos, mobilizando assim
diferentes
usos das diferentes linguagens, bem como se reconhecerem como sujeitos
pertencentes a um
bairro, a uma escola e a uma história, coletiva e individual. b) Utilizar a pedagogia
transmídia
e a multimodalidade na sala de aula, articulando as práticas de escrita com as
exigências do
mundo contemporâneo e, consequentemente, da tecnologia digital. Para tanto,
como
metodologia, recorri à noção do modelo ideológico de letramento proposto por
Street
(1998/2014). Busquei também utilizar a Pedagogia Transmídia (GOMES e
PEREIRA, 2019)
e a multimodalidade na sala de aula, articulando as práticas de escrita com as
exigências do
mundo contemporâneo e, consequentemente, da tecnologia digital. A abordagem
metodológica da etnografia no contexto escolar orientou a condução do trabalho
de campo
durante o processo das duas fases estabelecidas na proposta: fase de exploração
e fase de
aplicação. A fase de exploração trouxe como produto nove Narrativas digitais, a
partir das
quais observamos cinco aspectos: 1- o discursivo; 2- o estrutural da narrativa; 3- a
da estrutura
argumentativa; 4- o da articulação entre as diferentes linguagens e 5- o da
construção do estilo
culto. Na segunda fase, foram criados memes, tirinhas, paródias e novas
narrativas digitais;
cuja análise foi realizada à luz dos princípios fundamentais dos letramentos
sociais: a) o
deslocamento metodológico a partir do qual o centro do trabalho com leitura e
escrita não
esteja nas questões metalinguísticas (técnicas de língua); b) o da recusa à
Grande Divisão; c) a
abertura para o trabalho com a oralidade; d) o trabalho a partir da natureza
ideológica da linguagem. Os resultados mostraram que o fator funtamental desencadeador de
uma postura
ativa dos alunos em relação à leitura e à escrita apontou para a mudança da
abordagem teórico-metodologica que fez dialogar aspectos linguístico-gramaticais em estreita

consonância e relação de equilíbrio com a realidade sociocultural dos alunos,
lugar onde
habita a vitalidade da língua a partir dos textos.

As práticas desenvolvidas, no âmbito escolar, a partir de uma perspectiva de
letramento, visam a um processo de ensino-aprendizagem que estabeleça
interfaces com questões culturais e situações sociocomunicativas variadas,
tomando os saberes trazidos pelos alunos (conhecimento prévio) e os novos
saberes sistematizados pela escola. Nessa perspectiva, esta pesquisa tem
como objetivo analisar a construção de argumentos nos “Diários de Leituras”
escritos por alunos de duas turmas do 6º ano do ensino fundamental II, de uma
escola da Rede Pública Estadual de Maceió - AL. Para desenvolver a
investigação, elegemos a pesquisa qualitativa na modalidade pesquisa-ação,
buscando observar,de forma longitudinal, por um semestre letivo, os avanços
nas reflexões dos alunos, a partir de discussões em sala sobre as temáticas
sociais abordadas nos textos lidos. Analisamos 21 textos de acordo com
categorias definidas a partir de algumas singularidades. Ademais, apresentamos cinco processos de escrita, composto de quatro textos por aluno, a fim de observar as presenças de marcas/índices de argumentação pelo uso de modificadores e operadores discursivos. Tomamos como aporte teórico para o desenvolvimento do estudo, as reflexões sobre: língua e linguagem (BAKHTIN, 2014); leitura e texto (KOCH E ELIAS, 2015; ANTUNES, 2009); o conceito de gêneros textuais/discursivos e sua abordagem na escola (BAKHTIN, 2014; MARCUSCHI 2008; DOLZ E SCHNEUWLY 2004; PCNs, 2001; e BNCC, 2017); a importância do gênero diário de leituras (MACHADO,1998); práticas de produção textual na escola (GERALDI, 1997; FERRAREZZI E CARVALHO, 2015; KOCH E ELIAS, 2015; DOLZ, GAGNON E DECÂNDIO, 2010) e argumentação (ASCOMBRE E DUCROT,1988). Os resultados desta pesquisa apontam que o trabalho com a leitura de diferentes gêneros e a discussão sistematizada, em sala de aula, contribuíram para a ampliação do senso crítico dos alunos a cada etapa das propostas de produção textual. Além disso, as marcas linguísticas presentes nos textos mostraram a força argumentativa das palavras e a orientação dos enunciados.

Sabe-se que o domínio da leitura é condição fundamental para a
plena participação social do cidadão. Entretanto, pesquisas alertam
que o nível de leitura dos estudantes brasileiros é insuficiente.
Dessa forma, faz-se necessário rever as práticas de ensino-
aprendizagem de leitura nas aulas, principalmente, de Língua
Portuguesa para garantir uma aprendizagem eficaz, na qual os
alunos façam uso efetivo e significativo da leitura. Nesse contexto,
uma importante ferramenta para auxiliar os professores durante
esse processo é o texto literário. Portanto, esta pesquisa, de
natureza interventiva, tem como principal objetivo contribuir para a 

formação do leitor literário a partir do desenvolvimento de atividades
da sequência básica de letramento literário e da utilização das
fichas de função, estratégias propostas por Cosson (2019).
Pretende-se, também, como objetivos específicos, estimular o
interesse discente pela leitura literária, observar a recepção de
textos literários por jovens leitores e analisar as experiências
relacionadas à aplicação dessa proposta de letramento literário.
Para a aplicação da proposta foram selecionados alguns contos e o
livro Aqualtune e as histórias da África, de Ana Cristina Massa. No
que se refere à metodologia, adotou-se uma abordagem qualitativa
do tipo pesquisa-ação, com levantamento de sondagem de leitura,
aplicação de estratégias de leitura literária, anotações em diários de
bordo e cadernos de registros. O arcabouço teórico foi
fundamentado nos pressupostos de Cosson (2019), Soares (2009),
Kleiman (2008), Cândido (1995), Koch e Elias (2017), Colomer
(2003), entre outros. Os resultados mostram que é possível
estimular o interesse dos alunos pela literatura por meio de
estratégias motivadoras e que despertem neles o gosto pela leitura.

O tema central deste trabalho relaciona-se à prática escolar da
leitura e a motivação inicial da pesquisa foi a constatação do baixo
nível de compreensão leitora dos alunos do 9o ano do Ensino
Fundamental de uma escola pública municipal da zona rural de
Arapiraca, Alagoas. Com efeito, na qualidade de professora de
Língua Portuguesa há mais de vinte anos, tanto em escolas
particulares quanto em escolas públicas, vinha percebendo que
nestas, os níveis de proficiência leitora dos estudantes têm sido, ao
longo dos anos, cada vez mais
preocupantes. Diante deste problema, apresentamos uma proposta 

de intervenção pedagógica que teve como objetivo desenvolver as
habilidades necessárias ao incremento da compreensão leitora
entre os referidos alunos. Trata-se, mais especificamente, de uma
pesquisa-ação realizada ao longo do primeiro semestre de 2019 em
duas turmas – 9o Ano A, com 33 alunos, no turno
matutino e no 9o Ano B, com 29 alunos, no turno vespertino. O
procedimento básico realizado foi a aplicação de experiências
graduadas de leitura por meio de testes de compreensão leitora
com questões de múltipla escolha (TCQME), seguido de sessões
para a discussão dos resultados numa tentativa de se promover
uma mediação entre os educandos e a professora pesquisadora,
visando levar os alunos a refletirem sobre seus próprios
desempenhos. A fundamentação teórica da pesquisa baseia-se na
abordagem sociocognitiva da
leitura com foco específico num componente do sistema cognitivo, a
metacognição, cujos pressupostos teóricos são amplamente
defendidos por Kleiman (2013), Silveira e Oliveira (2015);
Cavalcante e Ribeiro (2017), Cruz (2007), entre outros; em cotejo
com descritores de habilidade de leitura que compõem a Matriz de
Referência em Língua Portuguesa utilizada pelo Sistema de
Avaliação do Ensino Básico (Saeb). Foram aplicados quatro testes
utilizando textos de tipologia e gêneros variados. Os dados
quantitativos (notas obtidas)
foram analisados, receberam um tratamento estatístico e foram
dispostos em quadros, bem como foram analisados e discutidos do
ponto de vista qualitativo. Essas análises evidenciaram uma certa
heterogeneidade no desempenho dos alunos, mas observamos um
progresso considerável não só nos níveis de compreensão, mas
também na atitude dos alunos participantes, que demonstraram
interesse e boa vontade na realização das tarefas e nas
discussões mediadas pela pesquisadora após a devolutiva dos
testes. Diante dessas evidências, podemos inferir que boa parte do
relativo sucesso até agora alcançado se deveu à rotina das atividades: os alunos participantes

pareciam estar consideravelmente se beneficiando de uma prática
sistemática de leitura. Entretanto, ao analisar os resultados em
termos de notas, convém assinalar a existência de alunos que não
conseguiram realizar as inferências necessárias para a leitura eficaz
do texto. É importante relembrar que esses alunos chegaram
ao 9o ano com defasagem em competências básicas de leitura, o
que prejudicou seu desenvolvimento. Esses dados indicaram que,
se a pesquisa interventiva tivesse se prolongado por mais tempo,
provavelmente possibilitaria a eles maiores chances de sanarem
suas deficiências em leitura.

Na nossa realidade educacional, os alunos dos últimos anos do Ensino
Fundamental apresentam um acentuado desconhecimento do vocabulário
que aparecem nos textos utilizados na prática da leitura na sala de aula. Isso
é preocupante, pois sabe-se que a compreensão leitora depende da
habilidade do leitor de reconhecer palavras e seus significados, bem como
sua capacidade de fazer inferências lexicais a partir da ativação do
conhecimento prévio. Além disso, como professores também
de língua inglesa, percebemos que o ensino explícito do vocabulário é
muito
presente no ensino de línguas estrangeiras, mas é muito escasso, e até
mesmo
negligenciado no ensino da língua materna. A pesquisa-ação aqui
apresentada
realizou uma experiência de intervenção didática com alunos do 9º Ano do
Ensino Fundamental com o objetivo de ampliar a competência lexical dos 

alunos participantes por meio do ensino explícito de elementos de
morfologia (estrutura e formação de palavras; radicais gregos e latinos),
mecanismos de conversão (família de palavras) em frases e textualizações
(nominalização), elementos de semântica lexical (sinonímia, antonímia,
hiperonímia, hiponímia, paronímia e homonímia), além
da noção de polissemia. Nesta perspectiva, foram elaboradas apostilas,
testes e exercícios de aplicação, além de outras atividades significativas e
até lúdicas (jogos); utilizando também atividades envolvendo frases, textos
lacunados, e outros
exercícios já testados e aprovados no ensino de língua inglesa e
perfeitamente
adaptáveis ao ensino de Língua Portuguesa. Como procedimentos
metodológicos
formais, utilizaram-se, no início da pesquisa, um questionário para
levantamento do
perfil dos alunos e um teste, para diagnosticar a situação dos alunos quanto
à
questão específica – domínio de vocabulário/competência lexical – em que
os
alunos obtiveram 64% de acertos, assim distribuídos: sinonímia - 67%,
antonímia –
70%, polissemia – 51%, hiperonímia 82%, estrutura e formação de palavras
48%.
Outros procedimentos incluíram uma entrevista com os participantes, no
momento
intermediário da pesquisa, para avaliar o andamento da experiência de
intervenção
e para concluir e avaliar a unidade didática foram aplicados um teste final e
um
questionário de satisfação. O embasamento e a racionalidade teórica da
pesquisa
situam-se em estudos de Lexicologia (ABDABE, 2011); de Semântica
Lexical
(CANÇADO, 2016; POLGUÉRE, 2018; FERRAREZI Jr, 2008); sobre
Ensino de
Vocabulário (BEZERRA, 2004); e de competência lexical (LEFFA, 2000;
GIL, 2016),
dentre outros. O resultado da pesquisa foi colhido por meio da aplicação de
um teste
final em que os alunos obtiveram 81% de acertos (assim distribuídos: assim
distribuídos: sinonímia - 85%, antonímia – 60%, polissemia – 87%,
hiperonímia 91%,
estrutura e formação de palavras 85%), e de um questionário de satisfação,
em que
ficaram constatados o desempenho dos alunos e suas opiniões sobre a
contribuição
da pesquisa para o incremento de sua competência lexical. Segundo o
referido
questionário, cerca 85% dos alunos participantes afirmaram que as
atividades 

desenvolvidas contribuíram para melhorar seu desempenho na leitura e na
produção de texto.