APLICAÇÃO DE PCA E CLUSTERING NA AVALIAÇÃO DE BIOESTIMULANTES EM SEMENTES DE ALFACE
Algas marinhas; Análise multivariada; Dendrograma; Embebição; Hormônios vegetais.
A crescente demanda por alimentos saudáveis impulsiona o cultivo da alface, exigindo práticas que garantam produtividade e qualidade. Para isso, é essencial adotar estratégias eficazes desde as fases iniciais do cultivo. Nesse contexto, a embebição de sementes associada ao uso de bioestimulantes vegetais destaca-se por acelerar e uniformizar a germinação, favorecendo o estabelecimento mais vigoroso das plantas. E diante da complexidade dos dados gerados, a análise multivariada torna-se indispensável para interpretar os resultados de forma integrada e precisa. Este trabalho teve como objetivos avaliar o potencial fisiológico de sementes de alface submetidas a diferentes concentrações e períodos de embebição com bioestimulantes, e validar a aplicabilidade da análise multivariada, por meio da análise de componentes principais (PCA) e do dendrograma, visando identificar agrupamentos de tratamentos com respostas fisiológicas semelhantes e permitir uma classificação mais precisa dos efeitos dos bioestimulantes. O experimento foi conduzido no Laboratório de Fitotecnia (CECA-UFAL) com sementes de alface crespa tratadas com dois bioestimulantes (extrato de alga marinha e hormônios vegetais sintéticos) diluídos em água destilada nas concentrações de 0 (controle), 4, 8, 12 e 16 mL.L⁻¹. As sementes foram embebidas nas soluções por 8 e 16 horas, sendo incubadas em câmara B.O.D. a 20 °C. Avaliaram-se as variáveis: germinação (G), primeira contagem de germinação (FGC), índice de velocidade de germinação (GSI), tempo médio de germinação (AGT), índice de sincronia (ISG), comprimento (SL) e massa seca de plântula (SDM). O delineamento foi inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 5 × 2 (concentrações × períodos), com quatro repetições de 25 sementes. Utilizou-se o software RStudio (v. 4.4.1) e os pacotes Easynova, ExpAnalysis3D, GGally e ggplot2. Os resultados mostraram que o extrato de algas marinhas foi mais eficaz nas variáveis G e FGC de alface com 8 horas de embebição, destacando-se as concentrações de 4 e 16 mL.L⁻¹. Concentrações e tempos elevados prejudicaram a GSI e o AGT. A maior ISG ocorreu com 16 horas nas concentrações de 8 e 12 mL.L⁻¹. A matriz de correlação mostrou que a germinação teve forte correlação com as demais variáveis. Para os hormônios vegetais sintéticos, os melhores resultados de G, GSI e AGT foram obtidos com 4 mL.L⁻¹ por 8 horas. Concentrações extremas e períodos curtos ou longos afetaram negativamente a FGC. A ISG foi maior entre 8 e 16 horas nas concentrações intermediárias. A matriz de correlação indicou relações negativas entre algumas variáveis. A PCA apontou que hormônios vegetais sintéticos a 4 e 12 mL.L⁻¹ e o extrato de algas a 4 mL.L⁻¹ foram mais eficazes. O dendrograma evidenciou que os tratamentos de 4 mL.L⁻¹ dos bioestimulantes por 8 horas apresentaram respostas fisiológicas mais semelhantes entre si, enquanto as concentrações de 8 e 16 mL.L⁻¹ para os hormônios sintéticos demostraram maior dissimilaridade. Com isso, conclui-se que o período de embebição de 8 horas proporcionou os melhores resultados, independentemente do bioestimulante. O extrato de algas foi mais eficaz nas concentrações de 4 e 16 mL.L⁻¹, enquanto os hormônios sintéticos se destacaram em 4 e 8 mL.L⁻¹. As análises multivariadas (PCA e dendrograma) foram essenciais para identificar padrões de resposta, o dendrograma com o mapa de calor evidenciaram diferenças claras e precisas entre os tratamentos e as variáveis avaliadas.