DIVERSIDADE GENÉTICA DE BEGOMOVÍRUS ASSOCIADOS A FAVA CULTIVADAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO FAMILIAR EM ALAGOAS
Geminiviridae, variabilidade genética, Phaseolus lunatus
O feijão é um alimento básico de fundamental importância para segurança alimentar e nutricional como fonte de proteínas, além de renda para pequenos produtores de alagoas. Praticamente toda a produção de feijão do Estado de Alagoas é proveniente da agricultura familiar, que utiliza para consumo próprio e comercializa o seu excedente, suprindo as demandas do mercado interno. A produção se baseia no cultivo do feijão-comum (P. vulgaris) e fava (P. lunatus), e em menor extensão, feijão-caupi (Vigna unguiculata) e feijão-guandú (Cajanus cajan). A produtividade dessas culturas é considerada baixa, devido principalmente a baixa adoção de tecnologia e ocorrência de problemas fitossanitários, com destaque para as viroses que pertencem ao gênero Begomovirus (Família Geminiviridae). Estes têm limitado a produção e reduzido a qualidade dos grãos em feijoeiros cultivados em todas as áreas do Brasil. Diversos begomovírus têm sido relatados naturalmente infectando leguminosas cultivadas e não cultivadas, porém Bean golden mosaic virus (BGMV) e Macroptilium yellow spot virus (MaYSV) são os de maior importância econômica no país. Essas espécies ocorrem em Alagoas desde 2005 nas culturas de feijão e fava, e plantas não cultivadas como Macroptilium spp., sendo MaYSV o vírus prevalente. Nesse contexto, o objetivo dessa pesquisa é determinar a diversidade genética de begomovírus associados a P. lunatus em sistema de produção familiar em Alagoas. Amostras foliares de P. lunatuss foram coletadas em diferentes áreas de cultivo familiar do estado de Alagoas. O DNA total de cada amostra foi extraído e utilizado, inicialmente, como molde para detecção de begomovírus, utilizando primers degenerados. Posteriormente, foi realizada a detecção dos componentes genômicos DNA-A e DNA-A de BGMV e MaYSV, utilizando primers espécie-específicos. Amostras que testaram negativa para os begomovírus BGMV e MaYSV tiveram os seus componentes genômicos amplificados, via RCA, clivados com enzimas de restrição, ligados no vetor pBluescript KS+ e clonados em Escherichia coli DH10B. Os clones contendo vetores recombinantes foram selecionados para sequenciamento por primer walking. 2 clones do DNA-B foram obtidos e submetidos a análises de comparações pareadas do genoma completo com outros begomovírus previamente relatados. Estes foram relacionados mais proximamente com a espécie BGMV BR:Pai8:11 proveniente de Palmeira dos Índios - ALcom 95,72% de identidade nucleotídica. No entanto,não foi possível atribuir corretamente taxonomia aos novos isolados, devido a ausência do DNA-A. O relacionamento filogenético entre os isolados caracterizados, foi determinado pela reconstrução de árvores filogenéticas de inferência Bayesiana para o conjunto de dados dos componentes genômicos DNA-A e DNA-B. Possíveis eventos e locais de recombinação entre os begomovírus encontrados e outros armazenados em bases de dados também foram determinados.