Fauna de ácaros edáficos em diferentes sistemas de cultivo e em áreas de reflorestamento e pastagem no agreste alagoano
Acarofauna, Taxonomia de ácaros, Diversidade
A fauna edáfica desempenha um papel crucial para a microbiota do solo, especialmente em processos como a decomposição da matéria orgânica, a ciclagem de nutrientes e o equilíbrio das cadeias tróficas. Dentro desse grupo, os ácaros da ordem Mesostigmata destacam-se pela diversidade ecológica e pelo potencial como bioindicadores ambientais. O objetivo para esse trabalho foi comparar a fauna de ácaros edáficos nos diferentes sistemas agrícolas e áreas de conservação na região Agreste do Estado de Alagoas, buscando compreender quais os possíveis impactos que as áreas de cultivo e ambientes naturais podem exercer sobre a população desses ácaros. As coletas foram realizadas de forma trimestral em diferentes períodos sazonais, permitindo a avaliação da influência do uso do solo e da sazonalidade sobre a estrutura da comunidade de Mesostigmata. Sendo compostas por serrapilheira e solo em quatro áreas ecologicamente distintas de ambientes de menor impacto ambiental, até áreas com maior atividade antrópica durante o período de um ano. As amostras foram coletadas nas seguintes áreas: Mata Atlântica e Pastagem no município de Coité do Nóia; Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD) e na área experimental de leguminosas do Campus UFAL Arapiraca. Para cada coleta foram tomadas 15 amostras de solo (0-5 cm de profundidade). As amostras foram encaminhadas para o laboratório de Entomologia e Acarologia da Universidade Federal de Alagoas - Campus de Arapiraca. Os ácaros foram extraídos das amostras usando "funis de Berlese" modificados e posteriormente encaminhado para triagem, onde as diferentes espécies de ácaros foram montadas em lâminas com meio de Hoyer, os espécimes encontrados foram identificados através de chaves dicotômicas e comparações com lâminas disponíveis no museu de acarologia da ESALQ/USP, divididos em morfoespécies e identificados, sempre que possível, até o nível de gênero. Foram identificados, 18 táxons, sendo eles, Ameroseiidae, Ascidae, Blattisociidae, Digamasellidae, Laelapidae, Macrochelidae, Melicharidae, Ologamasidae, Pachylaelapidae, Pharolaspididae, Phytoseiidae, Podocinidae, Pyrosejidae, Rhodacaridae, Rhodacaroidea, Uropodina e Zigoseius pertencente ao gênero da família Ologamasidae. Vários táxons foram registrados pela primeira vez na região, e espécimes não identificados até o nível de espécie foram classificados como morfoespécies. Os resultados evidenciam a importância da vegetação nativa para a manutenção da diversidade de ácaros do solo e reforçam a relevância de práticas agrícolas sustentáveis na conservação dos serviços ecossistêmicos.