O MENINO E O MESTRE: APRENDÊNCIA E ENSINAGEM EM FILOSOFIA: um diálogo com Albert Camus
Filosofia. Educação. Sala de aula. Mundo da vida. Albert Camus
O objetivo desta tese é analisar a sala de aula de filosofia na educação básica a partir da correspondência (Cartas) entre o professor Luis Germain e o filósofo franco-argelino Albert Camus, presentes na autobiografia “O primeiro homem, (2022)”. Atravessado pelas memórias do mundo da vida, o personagem Jacques Cormery descreve a infância na escola comunal situada na periferia de Argel, na Argélia. Como fenômeno da vida, descreveremos a partir da sala de aula do professor Luis Germain, o fenômeno inconcluso da aula de filosofia na escola diante de uma infância vulnerável num contexto pós primeira guerra mundial. Sendo assim, é fundamental compreendermos a presença pouco numerosa de pesquisas sobre Albert Camus nas instituições acadêmicas presentes nas cinco regiões do Brasil e em suas respectivas estruturas curriculares. Diante desse contexto, será a partir da autobiografia O primeiro homem (Camus, 2022), da fenomenologia existencial (Luijpen, 1973) e do livro “esperando não se sabe o quê: sobre o ofício de ser professor” (Larrosa, 2018), que teceremos os nossos achados sobre a criança-filósofa, atravessada pelas realidades plurais do cotidiano (Brougère & Ulmann, 2012). A filosofia na escola como lugar de fala (Larrosa, 2018; Ribeiro, 2019) e da escrita da vida e do cotidiano, num contexto em que o aprender e o ensinar (Freire, 2021) estão atravessados por experiências e tremores (Larrosa, 2014) diante da vida por acontecer, dialogando com a memória de Jacques Cormery ao descrever transição da Escola para o Liceu enfatizando as contribuições do professor para esse novo contexto educativo. Ressaltamos a importância do ensino de filosofia na educação básica mediado pelas experiências (Larrosa, 2014, 2018) e atravessamentos do cotidiano, de uma educação instituída e dialogada com os sujeitos e saberes presentes no mundo da vida (Freire, 2020a, 2020b, 2021).