A OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA CONSTRUÇÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR
Atendimento Educacional Especializado. Ensino Médio. Inclusão Escolar. Educação Especial.
A presente pesquisa tem o objetivo de analisar como o Atendimento Educacional Especializado vem sendo ofertado no Ensino Médio da rede estadual de Alagoas, problematizando seus desafios e possibilidades na garantia do acesso, permanência, participação e aprendizagem dos estudantes público-alvo da Educação Especial. Para compreender dialeticamente em que medida as orientações pedagógicas, os recursos disponíveis e a atuação dos profissionais envolvidos favorecem e limitam a construção de práticas inclusivas no cotidiano escolar, a investigação fundamenta-se no referencial teórico-metodológico do materialismo histórico-dialético e adota o estudo de caso como sua operacionalização organizacional. A delimitação do caso para pesquisa de campo se deu em uma escola estadual situada na periferia de Maceió, capital de Alagoas, que oferta o AEE no Ensino Médio. A partir de Paulo Netto (2011), para a construção de uma pesquisa que respeite a dinamicidade e contradição da realidade, adotou-se a ideia de sucessivas aproximações em relação ao objeto investigado. Esse movimento de aproximações sucessivas ocorreu em três etapas: análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação participante. A análise documental contemplou as Normas Técnicas da Educação Especial (2022), o Protocolo de Educação Especial para o AEE (2025), o Plano de Ação Estratégica da escola (2022) e seu Projeto Político-Pedagógico. As entrevistas foram realizadas com professores da sala comum, professores de apoio, professor do AEE e coordenadora pedagógica. A observação participante permitiu acompanhar práticas, interações e recursos utilizados tanto no AEE quanto na sala regular. A análise dos dados seguiu a análise temática para os documentos e a análise de conteúdo para as entrevistas, orientada pela categoria de contradição e posteriormente triangulação de dados. Os resultados preliminares indicam fragilidades estruturais, pedagógicas e organizacionais, expressas na pouca articulação entre o AEE e a sala comum, na insuficiência de recursos que atendam as necessidades dos alunos do Ensino Médio e na compreensão limitada do papel do atendimento. Ficou evidenciada também a falta de institucionalização do AEE na dinâmica escolar e a ausência de diálogo sistemático entre gestão e equipe pedagógica, o que interfere na inclusão no Ensino Médio.