TRATAMENTO DO SORO DO LEITE UTILIZANDO MICROALGA E FUNGO FILAMENTOSO POR REATOR TUBULAR AERADO EM MODO SEMICONTÍNUO
Biorremediação, consórcio microalga-fungo, semicontínuo, soro do leite
O setor de laticínios tem fundamental importância para o agronegócio, assim como para a alimentação humana, e o Brasil tem pioneirismo em sua participação mundial, conseguindo também gerar diversos produtos derivados como iogurte, queijos, leite fermentado e etc. O principal subproduto, especificamente; da produção de queijo, é o soro do leite, produzido em grande quantidade. Estima-se que até 10 L de soro do leite pode ser gerado por quilo de queijo processado e que há um significativo potencial poluidor em termos de Demanda Química de Oxigênio (DQO), Nitrogênio Total (NT) e Fósforo Total (FT). Nesse sentido, o tratamento biológico de efluentes é um dos métodos mais utilizados para o soro do leite, seja aeróbio que anaeróbio, visto sua alta biodegradabilidade. As microalgas, tem sido utilizadas para tratamento do soro do leite visto sua capacidade mixotrófica (autotrófica e heterotrófica) conseguindo assimilar compostos orgânicos, além de compostos nitrogenados e fosfatos com eficiência. Nesse sentido, sabendo que o tratamento de efluentes com microalgas, visando a viabilidade técnica e econômica, ocorre em reatores abertos, e pode ser potencializada com outros microrganismos. Entre as vantagens da simbiose entre microalgas e fungo filamentoso, há a troca gasosa, resultado entre fotossíntese e respiração, além da estabilização de pH da cultura durante o tratamento. Há também complementação da capacidade degradativa de ambas as espécies. O objetivo desse trabalho é avaliar o tratamento de soro do leite em reator de coluna de bolhas utilizando a simbiose microalga-fungo filamentoso. A microalga utilizada será a Tetradesmus obliquus LCE-01 e o fungo filamentoso será o Cunninghamella echinulata. Os reatores serão operados inicialmente em modo batelada com taxa de aeração de 1,5 vvm, agitados pneumaticamente, a 30-35ºC, avaliando-se sob intensidade luminosa de 100 µmol/(m2·s)), soro do leite em 5 diferentes concentrações (0,5, 1, 2, 4 e 8%) e, em seguida, reatores sob operação em sistema semicontínuo com configuração de realimentação em 20, 40, 60 e 80%. Serão analisadas a melhor taxa de reposição volumétrica, a formação de massa microbiana e dos contaminantes residuais de DQO, NT e FT. Espera-se alcançar elevadas taxas de remoção em um processo com estabilidade operacional e bioquímica além de delimitar o tempo de retenção hidráulica.