ELETROSSÍNTESE MICROBIANA DE RESÍDUO SUCROALCOOLEIRO: UMA ROTA SUSTENTÁVEL PARA O SEQUESTRO DE CARBONO.
Eletrossíntese microbiana; Melaço de cana; Bacillus; Biocátodo; Captura de carbono
A emissão crescente de dióxido de carbono (CO2) causada pelas atividades humanas gera sérios problemas ambientais, como aquecimento global e mudança climática. Este estudo avaliou o potencial do melaço de cana-de-açúcar como meio de cultura para eletrossíntese microbiana, visando a captura de CO₂ e sua conversão em compostos orgânicos energéticos. Análises microbiológicas revelaram uma comunidade diversificada, predominando espécies do gênero Bacillus, identificadas morfologicamente e confirmadas molecularmente via extração de DNA, amplificação do gene 16S rRNA por PCR e análise eletroforética, assegurando a compatibilidade funcional dos isolados com processos bioeletroquímicos. O melaço sustentou eficientemente o crescimento bacteriano e, sob aplicação de corrente elétrica, os microrganismos apresentaram aumento da atividade metabólica e assimilação de CO₂. Resultados eletroquímicos demonstraram que os biocátodos apresentaram aumento progressivo da corrente após inoculação, especialmente a potenciais de -0,8 V e -1 V vs. Ag/AgCl, atingindo picos de densidade de corrente negativa (-60 A/m²), indicativos de reações de redução robustas. Análises por FTIR confirmaram a formação de compostos como acetato, enquanto PCA e diagramas de Venn destacaram a diversidade funcional microbiana nos biofilmes. A integração de dados microbiológicos e eletroquímicos reforça o melaço como substrato estratégico para processos bioeletroquímicos, consolidando a eletrossíntese microbiana como abordagem sustentável para captura de carbono, produção de bioenergia e valorização de resíduos industriais.