ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DEPRESSIVOS, FRAGILIDADE E VULNERABILIDADE NA PESSOA IDOSA NO ESTADO DE ALAGOAS
Depressão. Fragilidade. Vulnerabilidade em Saúde. Pessoa Idosa. Enfermagem.
Este estudo tem como objetivo geral identificar a associação de sintomas depressivos com fragilidade e vulnerabilidade em pessoas idosas que vivem em comunidade no Estado de Alagoas. Trata-se de uma pesquisa transversal de base populacional vinculada ao projeto matriz “I Diagnóstico alagoano sobre saúde, nutrição e qualidade de vida da pessoa idosa”. Os dados foram coletados entre os meses de março de 2022 e outubro de 2023, por meio de visitas domiciliares, utilizando questionário previamente estabelecido. A presença de sintomas depressivos foi investigada por meio da Escala de Depressão Geriátrica. A amostra final foi composta por 992 pessoas idosas (≥60 anos) residentes de onze municípios de Alagoas. A análise dos dados revelou uma relação significativa entre sintomas depressivos, fragilidade e vulnerabilidade na população idosa. Mulheres idosas demonstraram uma probabilidade quase duas vezes maior de desenvolver depressão em relação aos homens (OR: 1.9; p<0,001). Em análise isolada, idade, baixa escolaridade, diagnóstico prévio de câncer, prática insuficiente de atividade física e dependência funcional se associaram com a presença de sintomas depressivos. De modo semelhante, a fragilidade física aumentou em 3,3 vezes as chances de ocorrência de sintomas depressivos (p<0,001) e quando esse fenótipo coexiste com vulnerabilidade as chances de a pessoa idosa apresentar sintomas depressivos aumentam para quase quatro vezes (OR: 3,7; p<0,001). A análise multivariada destacou variáveis como sexo, escolaridade, prática de atividade física e capacidade funcional como fatores significativamente associados à presença de sintomas depressivos. Observa-se que a fragilidade e a vulnerabilidade potencializam os sintomas depressivos e que o isolamento social, especialmente na pandemia, intensificou essa realidade. Conclui-se que a atuação da enfermagem é essencial para o desenvolvimento de intervenções de saúde integradas, que promovam a autonomia e o bem-estar dos idosos. A pesquisa fornece dados relevantes para políticas públicas de saúde voltadas para a promoção da saúde mental e prevenção da fragilidade e vulnerabilidade entre os idosos.