Influência da área envidraçada na qualidade térmica de ambientes
internos em edifício residencial na orla marítima em Maceió-AL
Fachadas envidraçadas, Vidro, Clima tropical, Radiação solar, Pesquisa
experimental.
A presença do vidro em fachadas tem sido reconhecida como uma tendência mundial no
âmbito arquitetônico contemporâneo. Enquanto seu uso em edifícios comerciais já se
consolidou ao redor do globo, mais recentemente essa prática tem se estendido como uma
tendência, passando empregar o uso extensivo do vidro em fachadas de edificações verticais
residenciais. Este fenômeno é particularmente observado na cidade de Maceió, Alagoas,
localizada em uma região tropical costeira do Brasil, caracterizada por uma elevada incidência
de radiação solar ao longo de todo o ano. O presente trabalho tem como objetivo principal
analisar a presença dessa tipologia na arquitetura local e sua influência em fachadas,
focalizando especialmente a variabilidade térmica de ambientes internos em um edifício
residencial na orla marítima da cidade. A metodologia adotada para alcançar tal objetivo
consistiu em duas etapas de análise: qualitativa e quantitativa. Na análise qualitativa, foram
estudados diagramas nos quais foram delimitadas a penetração solar através das aberturas
envidraçadas em cada ambiente, traçados a partir dos ângulos azimutais e de altura solar. Este
método permitiu uma compreensão detalhada do padrão de incidência solar em diferentes
espaços dentro do edifício. Já a análise quantitativa baseou-se na coleta de dados por meio de
campanhas de monitoramento, as quais foram conduzidas com o auxílio de dataloggers para
registrar a temperatura do ar em intervalos horários em dias de verão. Esses dados forneceram
informações precisas sobre as variações térmicas ao longo do tempo, permitindo uma
avaliação quantitativa do impacto das fachadas envidraçadas na temperatura dos ambientes
internos. Os resultados sugerem a relação entre o percentual de área de abertura envidraçada e
o ganho térmico nos ambientes, com medições que chegam a valores de temperatura do ar
com diferenças de até 4,9 °C entre o ambiente com maior e menor porcentagem do uso do
vidro em sua esquadria de janela. Dessa forma, destaca-se que a utilização do vidro em
fachadas no clima tropical deve ser cuidadosamente planejada e combinada com dispositivos
de sombreamento e tecnologias de controle térmico.