Banca de DEFESA: NEDSON ANTÔNIO MELO NOGUEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NEDSON ANTÔNIO MELO NOGUEIRA
DATA : 17/12/2025
HORA: 09:30
LOCAL: atividade remota
TÍTULO:

AFROVIVENCIAMENTOS IDENTITÁRIOS E EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE ALAGOAS: O AGIR RESPONSIVO E OS DISCURSOS ENVOLVENTES

PALAVRAS-CHAVES:

Afrovivenciamentos identitários. Agir responsivo. Discursos Envolventes. Educação Antirracista. Educação Básica.

PÁGINAS: 182
RESUMO:

Nesta tese, apresento uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico (Lüdke e André, 1986; Flick, 2009; Godoy, 1995), de viés interpretativista dos sentidos (Souto Maior, 2023), situada na área do saber da Linguística Aplicada Implicada (doravante LAI) (Souto Maior, 2023). Ela é constituída tanto pela concepção dialógica de linguagem à luz do Círculo de Bakhtin (2011; 2020; 2021; 2022), como pelos estudos étnico-raciais (Silva, 2024; Munanga, 2003; 2020; Nascimento, 2019; Gomes, 2002; 2017; Melo e Jesus, 2022; Melo, 2023; Souza, 2021; hooks, 2013) e identitários (Hall, 2006; 2009; Fanon, 2008; Souza, 2021; Cavalleiro, 2012; Moita Lopes, 2002). Com este estudo, trago como categorias teóricas os discursos envolventes (Souto Maior, 2009; 2018; 2020; 2023), que se tratam de discursos que envolvem o nosso cotidiano, funcionando, muitas vezes, como “impressões de verdades” (Souto Maior, 2023); o agir responsivo (Nogueira, 2023), baseado na noção de compreensão ativamente responsiva de Bakhtin (2011), que pressupõe responsividade e respondibilidade à palavra do outro, e na categoria afrovivenciamentos identitários, enquanto perspectiva implicada e situada para discutirmos como as questões étnico-raciais e seus impactos encontram-se construídos nas relações sociais e situacionais, afetando as pessoas. Entendo que esse movimento de pesquisa pode promover uma conscientização histórica (Munanga, 2020) e antirracista (Ferreira, 2006; 2015; hooks, 2013; Carneiro, 2011; Carine, 2023). Mediante isso, tenho como objetivo geral refletir sobre as constituições identitárias negras nas práticas de ensino e aprendizagem de uma turma de 1ª série do ensino médio de uma escola da rede pública de Maceió/AL, tendo como objetivos específicos: i) identificar os discursos envolventes sobre raça e etnia; ii) problematizar as implicações sócio-históricas, culturais, políticas e ideológicas dos sentidos étnico-raciais interpretados dos discursos envolventes enunciados; iii) compreender, através dos discursos envolventes, como os/as participantes dão sentidos a sua identidade étnico-racial no contexto da pesquisa; iv) analisar as concepções étnico-raciais associadas as categorias raciais utilizadas pelos/as participantes em relação a sua compreensão identitária. Em paralelo aos objetivos já enunciados, parto das seguintes questões de pesquisa: a) quais discursos envolventes sobre raça e etnia foram identificados?; b) quais implicações sócio-históricas, culturais, políticas e ideológicas podem ser interpretadas através dos discursos envolventes enunciados? c) quais sentidos são atribuídos pelos/as participantes a sua identidade étnico-racial? d) que concepções étnico-raciais são associadas as categorias raciais utilizadas pelos/as participantes no tocante a sua compreensão identitária? Para tanto, a construção metodológica empreendeu: i. leituras teóricas para uma melhor compreensão da temática étnico-racial nas práticas de ensino e aprendizagem; ii. observação de campo; iii. construção dos instrumentos de pesquisa (diário de pesquisa, questionário de identificação e sondagem, questionário de caracterização social, autorretrato e produção textual). Com base nos dados obtidos e até então analisados, posso observar que, no segmento negro (preto/a e pardo/a), ainda há uma compreensão muito elementar da constituição étnico-racial, o que impossibilita um agir responsivo situado nas condições de preconceito e violência ora vivenciadas na sociedade. Da mesma forma, durante as discussões em sala de aula, percebi que os/as participantes demostraram possuir conhecimento muito elementar sobre as implicações sócio-históricas, políticas, culturais e ideológicas acerca de sua constituição identitária. Essas constatações nos impelem a requerer da educação um papel mais ativo nesse reconhecimento para o desenvolvimento de uma educação antirracista mais engajada. Para tal, acredito ser necessário depreender discursos envolventes que estão no cotidiano e nos discursos oficiais, a fim de problematizá-los. No resultado do questionário de identificação e sondagem, por outro lado, observei que há compreensão de raça e etnia associada principalmente a esses dois fatores: origem familiar (ascendência) e aos traços físicos ou ao fenótipo racial (cor de pele, textura capilar, traços faciais).

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2546193 - RITA DE CASSIA SOUTO MAIOR SIQUEIRA LIMA
Interno(a) - 3145736 - DEBORA RAQUEL HETTWER MASSMANN
Interno(a) - 1414920 - LORENA ARAUJO DE OLIVEIRA BORGES
Externo(a) à Instituição - ANTONIO CARLOS SANTOS DE LIMA - IFAL
Externo(a) à Instituição - KELLY BARROS SANTOS - UFRB
Externo(a) à Instituição - KLEBER APARECIDO DA SILVA - UnB