QUEM TEM MEDO DA BIXA TRAVESTY? Invenções utópicas em Linn da Quebrada
Linn da Quebrada; teoria cuir; teoria queer; travesti; utopia.
A opressão e as violências a que a comunidade LGBTQIA+ tem sido submetida ao longo dos anos,no Brasil, são evidências inquestionáveis do caráter fundante que o heterossexismo e a cisheteronormatividade assumem na construção de nossa sociedade. O país tem figurado nas posiçõesmais altas dos rankings de lgbtfobia, recebendo o título de país que mais mata travestis etransexuais no mundo, de acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais(ANTRA). Apesar disso, alguns impulsos têm sido tomados, com o objetivo de traçar rotas de fugaa esta realidade e de romper com a lógica lgbtfóbica em que estamos inseridas/os. Linn daQuebrada, artista multimídia brasileira, tem utilizado seu corpo – através de suas composições,
performances, discursos etc. –, como palco para enfrentamento das ameaças que o cisheterossexismo, as masculinidades e a branquitude impõem sobre corpos dissidentes. Diante disso,proponho, a partir de uma ética pajubariana (FAVERO, 2020), um transviadecimento (ou umacuirização) bibliográfico(a) e rotas de aproximação entre os estudos de gênero e cuir e os estudoscríticos da utopia para analisar um recorte de canções da artista, com foco em seu álbum de estreia,
Pajubá, refletindo sobre as formas como o seu corpo, a sua arte e o seu artivismo (SANT’ANA,2017) nos permitem (ou nos intimam a) sonhar novas possiblidades de ser/estar no mundo.