Banca de QUALIFICAÇÃO: JESSICA MAYARA BERNARDO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JESSICA MAYARA BERNARDO DA SILVA
DATA : 19/09/2025
HORA: 15:00
LOCAL: meet
TÍTULO:

“CRISE ECONÔMICA”, “CRISE CLIMÁTICA”: DESLIZAMENTOS DE SENTIDO E EFEITOS IDEOLÓGICOS NO DISCURSO DA SUPERINTERESSANTE

PALAVRAS-CHAVES:

Análise do Discurso; crise climática; crise econômica; Discurso da Divulgação Científica.

PÁGINAS: 54
RESUMO:

O presente trabalho é fundamentado na Análise do Discurso Materialista de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, que compreende o sentido como produzido a partir das posições ideológicas colocadas em jogo em determinadas condições históricas. Devido à conjuntura sócio-histórica que vivenciamos, marcada por conflitos geopolíticos, neoliberalismo, desigualdades sociais, desemprego, precarização do mundo do trabalho, avanços tecnológicos e mudanças climáticas, a questão ambiental tem sido posta na ordem do dia.. E dada as mudanças drásticas no meio ambiente e no clima, discursos sobre as “mudanças climáticas” e “crises ambientais” são, novamente, realocados para o centro das discussões em várias esferas da sociedade na busca por um “desenvolvimento sustentável”. Interessa-nos, inicialmente, compreender o movimento dos sentidos de “crise climática/ambiental” articulados à “crise econômica”. Nosso aporte teórico também se sustenta a partir do materialismo histórico dialético de Marx e Engels, a fim de refletir sobre a formação social que vivemos - o modo de produção capitalista - e a forma sujeito das práticas discursivas em jogo. Ademais, para ampliar e aprofundar a noção de Sujeito social e ideologia, recorremos à concepção de Ser Social numa perspectiva marxiana em Georg Lukács (2017). Também mobilizamos a concepção de crise estrutural do capital proposta por István Mészáros (2011). Por fim, situamos nossa discussão numa perspectiva “ecossocialista” a partir das discussões precursoras de Karl Marx e Friedrich Engels, e que tem sido aprofundadas e consolidadas por pesquisadores marxistas como Foster (2023), Saito (2021) e Sá Barreto (2022) num viés radical de crítica a sociedade capitalista e seu caráter destrutivo ao meio ambiente. Nosso objetivo é analisar como os sentidos de “crise climática” se articulam à “crise econômica” no discurso hegemonicamente veiculado pela revista Superinteressante, a partir de dizeres produzidos no lugar discursivo da divulgação científica, buscando compreender de que modo esse discurso se materializa, funciona e produz efeitos de sentido que, contraditoriamente, se vinculam à reprodução dos interesses ideológicos do capital. Delimitamos o corpus a partir de matérias publicadas entre os anos de 2008-2021, tomando como palavras-chave no link de busca termos como: “crise” e/ou “crise econômica”, “crise climática/ambiental” e “mudanças climáticas”. A análise está organizada em quatro blocos analíticos que levam em consideração não apenas o recorte temporal, mas a metodologia da teoria da qual nos filiamos. Assim, o recorte discursivo demonstra os deslocamentos de sentidos da questão ambiental em seus momentos predominantes: 2008 - crise econômica e sustentabilidade > 2010-2013 - sustentabilidade e cotidiano > 2015 - mudanças climáticas > 2021 - Crise climática. Para mobilizar a investigação levantamos alguns questionamentos: Como articulam a relação capital-trabalho e meio ambiente? O que esses discursos sugerem como solução para a “crise” climática/ambiental? Quais as bases ideológicas que sustentam esses discursos? 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2534411 - HELSON FLAVIO DA SILVA SOBRINHO
Interno(a) - 3317913 - LIDIA MARIA MARINHO DA PUREZA RAMIRES
Interno(a) - ***.196.304-** - MARIA DO SOCORRO AGUIAR DE OLIVEIRA CAVALCANTE - UFAL
Externo(a) à Instituição - EVANDRA GRIGOLETTO - UFPE