O ACOMPANHAMENTO E A PRÁTICA EDUCATIVA DOS RESIDENTES DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NA ALTA DE PACIENTES PÓS CESÁREA
Infecção de Ferida Operatória; Alta da Paciente; Enfermeira Obstétrica e Controle de Infecção.
Introdução: O cuidado prestado às mulheres no período pós-parto não se limita apenas ao período de internação, a assistência obstétrica também engloba o puerpério no pós-alta. (CONDINHO, 2022). De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doença (CDC), as Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) são uma causa importante de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Segundo o CDC, 14% das IRAS são ISC e quase 5% dos pacientes operados desenvolveram ISC. No entanto, as ISC são geralmente subestimadas nos estudos de incidência, uma vez que muitas delas ocorrem após a alta hospitalar do paciente. Observa-se fragilidade nas orientações de alta e ausência de acompanhamento sistematizado no pós-alta, impactando na recuperação das pacientes. Um sistema de vigilância de pacientes nos pós alta valida a assistência prestada pelo serviço de saúde por ter seus índices de infecção fidedignos. Metodologia: O estudo trata da prática educativa e do acompanhamento de puérperas, focando na sistematização de orientações realizadas por residentes de Enfermagem Obstétrica. Teve como objetivo compreender o acompanhamento e a prática educativa dos residentes de Enfermagem Obstétrica na alta de pacientes pós cesárea. A pesquisa foi conduzida na Maternidade Escola Santa Mônica, utilizando a metodologia qualitativa de pesquisa-ação com a abordagem de Aprendizagem Baseada em Investigação (ABI) e Sequência de Ensino Investigativa (SEI). Participaram da pesquisa oito residentes de Enfermagem Obstétrica, e as etapas metodológicas incluíram brainstorming, fase criativa e fase crítica, elaboração e validação de materiais didáticos e fluxograma de busca ativa de infecção de sítio cirúrgico no pós-parto. Resultados: Nos produtos educacionais se destacam a importância da humanização e da clareza nas orientações prestadas às puérperas. Foi desenvolvido um artigo mapeamento sistemático, um aplicativo Guia prático de cuidados pós-parto que aborda orientações pós-cesárea; sinais de alerta e possíveis complicações; cuidados com ferida operatória e higiene; autocuidado e prevenção e incentivo ao aleitamento materno, um fluxograma de busca ativa de infecção de sítio cirúrgico e um E-book para didático. Discussão: A construção colaborativa de materiais educativos, como aplicativos e fluxograma e e-book, contribui para melhorar a comunicação e o autocuidado de puérperas. Conclusão: A padronização das orientações, aliada ao uso de ferramentas didáticas, fortalece a prática educativa e promove uma assistência mais segura e humanizada, contribuindo para a formação dos residentes e a qualidade do cuidado obstétrico. A implementação de um sistema de vigilância estruturado no pós-alta pode aprimorar a assistência prestada, permitindo a obtenção de índices mais fidedignos de complicações, como infecções, e contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de saúde.