Perfil metabólico e nutricional de mulheres em vulnerabilidade social com excesso de peso
Obesidade. Vulnerabilidade social. Consumo alimentar.
Nos últimos anos, as alterações nos hábitos alimentares dos brasileiros resultaram em mudanças significativas na sua dieta e impactaram negativamente em seu estado nutricional (EN). Essas transições estão associadas ao aumento do consumo de alimentos hiperpalatáveis - ricos em açúcares, gorduras e sódio - somados a prática insuficiente de atividades físicas, as quais contribuíram para o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como a obesidade. A obesidade é uma doença metabólica e um problema de saúde pública, causada pelo desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético, ocasionando o acúmulo de gordura corporal, o qual está relacionado com o desenvolvimento de outras DCNTs, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e dislipidemias. Ainda, provoca outros impactos negativos à saúde, sejam sociais sejam individuais, além de reduzir a qualidade e a expectativa de vida. Neste contexto, esse projeto visa traçar o perfil metabólico e nutricional de mulheres em situação de vulnerabilidade social que apresentam excesso de peso. O estudo faz parte da pesquisa “Perfil nutricional, endócrino e saúde bucal de mulheres que vivem em aglomerados subnormais em Maceió/AL”. Para isso, foram incluídas 25 mulheres com idades entre 18 e 59 anos, com índice de massa corporal igual ou superior a 25 kg/m², residentes nas comunidades próximas ao Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN) em Maceió/AL. Os acompanhamentos nutricionais foram realizados em um período de seis meses no CREN, onde foram aplicados os protocolos: avaliação antropométrica, exames bioquímicos, aferição da pressão arterial, recordatório 24h e intervenção nutricional com déficit calórico entre 500 a 1000 calorias. Os dados foram tabulados pela plataforma do Google Forms por meio de dupla entrada independente, e posteriormente validados no Excel através de uma fórmula específica. A análise estatística foi realizada através do programa Jamovi Project (2022), versão 2.3. Para realização da estatística, foram calculadas as frequências absolutas (em %) e as frequências relativas, que incluíram a média, a mediana, desvio padrão e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%). A maioria das participantes tinham mais de 30 anos, com média de idade de 40,64 anos, e 92% tinham filhos. Quanto ao estado nutricional, a média do IMC inicial foi de 37,58 kg/m², com alta prevalência de obesidade. O Índice de Adiposidade Corporal (IAC) médio foi de 43,06%, com pouca variação ao longo do estudo. O consumo alimentar apresentou consumo calórico moderado, com alta variação de carboidratos e proteínas, além de inadequações no consumo de micronutrientes como cálcio e vitamina D, essenciais para a saúde óssea. A análise do perfil endócrino mostrou variações de glicose e insulina, indicando possíveis desordens metabólicas.