ASSOCIAÇÃO ENTRE AMBIENTE PERCEBIDO, FRAGILIDADE FÍSICA E ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER EM PESSOAS IDOSAS NO ESTADO DE ALAGOAS
Envelhecimento; Vizinhança; Áreas Verdes; Calçadas.
A Fragilidade Física está associada a Atividade Física e as características do ambiente, deste modo se faz necessário investigar os mecanismos que perpassam a relação entre essas variáveis. O objetivo principal desta dissertação é testar a associação entre o ambiente percebido com a fragilidade física na pessoa idosa e verificar se essa associação é mediada pela atividade física no lazer. Esta dissertação está estruturada com os seguintes tópicos: apresentação, revisão de literatura, coletânea de artigos, considerações finais, referências bibliográficas, os anexos e apêndices. Em relação ao Artigo 1, utilizou-se as bases de dados PUBMED, SCOPUS, EMBASE, Web of Science, Scielo e Google Acadêmico como literatura cinzenta. Foram incluídos estudos com idosos não institucionalizados com 60 anos ou mais que testaram a relação com a vizinhança percebida e ambiente construído e com fragilidade física ou sarcopenia, bem como estudos observacionais publicados em inglês, português e espanhol. Nos resultados dezoito estudos foram incluídos na síntese qualitativa (n=102.789 participantes). Três estudos avaliaram a relação entre ambiente construído e percebido e a sarcopenia, e quinze estudos com a fragilidade física. Quanto ao delineamento dos estudos, cinco estudos foram de coorte e treze foram transversais. Os resultados constataram que a falta de acesso ao transporte público, o acesso precário a instalações recreativas, a ausência de destino, morros perigosos e a ausência de segurança no trânsito foram fatores de risco para sarcopenia. Caminhabilidade, segurança contra crimes, instalações recreativas/instalações para caminhada e ciclismo/instalações para exercícios, estética do bairro e acesso a parques e calçadas/disponibilidade de parques foram características ambientais que mostraram associações consistentes com fragilidade física. Em relação ao Artigo 2, trata-se de um estudo observacional, analítico e descritivo do tipo transversal. A amostra deste estudo é composta por pessoas idosas, de 60 anos ou mais, residentes em onze municípios do estado de Alagoas. Para avaliar o desfecho foi utilizado o fenótipo da fragilidade modificado. Para analisar a variável de mediação foi Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), apenas o domínio do lazer, e para avaliar a exposição utilizamos a Escala de Percepção do Ambiente (EPA) adaptada. Para associar as características do ambiente com a fragilidade física foi realizada uma Regressão Logística Binária, adotando intervalo de confiança de 95%, ajustado por sexo, idade, comorbidades, escolaridade e AF no lazer. Realizamos uma análise de mediação com as características do ambiente associadas com a fragilidade física e a AF no lazer. Devido a natureza das variáveis, utilizamos o estimador Weighted Least Square (WLS) nas análises. Foram analisadas 489 pessoas idosas, sendo 56,6% da amostra do sexo feminino, com idade média de 68 anos (DP=7,76), 69,3% são de baixa escolaridade e 41,1% residem em municípios de baixo Indice de Desenvolvimento Humano (IDHM). Em relação a fragilidade 48,7% são frágeis e 61,0% não fazem AF no lazer. No modelo ajustado da regressão logística a presença de áreas verdes está associada a fragilidade física (OR: 0,61; IC95%: 0,36 – 0,94). Na análise de mediação a presença de áreas verdes apresentou um efeito indireto (β=−0.055; IC95%: −0.102, −0.008) e total (β: -0.180; IC95%: -0.310, -0.051) significativo, indicando que esta associação é mediada pela AF no lazer. Porém não foi encontrada associação com a presença de calçadas (β: -0.034; IC95%: -0.072, 0.005). Concluímos que pessoas idosas que vivem em ambientes construídos com maior caminhabilidade, acesso a instalações recreativas/instalações para caminhada e ciclismo/instalações para exercícios, estética do bairro e acesso a parques e calçadas/disponibilidade de parques são menos propensos a desenvolver fragilidade física e sarcopenia. Além do que a presença de áreas verdes reduz as chances da pessoa idosa ser frágil, e pode implicar na redução da fragilidade por meio da prática de AF no lazer.