O IMPACTO DO JOGO DE FUTEBOL SOBRE O PERFIL METABOLÔMICO E SUAS INTERAÇÕES COM A INGESTÃO DE MICRONUTRIENTES ANTIOXIDANTES EM ATLETAS DO SEXO FEMININO
Metabolômica; Efeito antioxidante; Futebol
Sabe-se que o futebol é um dos esportes mais praticados do mundo, sendo uma prática de alta intensidade para atletas homens e mulheres. Consequentemente, o desempenho do atleta nessa modalidade pode ser influenciado por fatores como: composição antropométrica; composição metabólica (com possíveis oscilações nas concentrações de lactato, hormônios, aminoácidos, enzimas, corpos cetônicos no pré e pós treino) estresse oxidativo e aporte energético advindo do padrão alimentar dos jogadores. Tendo em vista tais alterações corporais e a exponente popularidade do futebol feminino viu-se a necessidade de uma análise mais aprofundada do padrão alimentar de mulheres atletas de futebol em associação com a ciência metabolômica, já que as necessidades fisiológicas e metabólicas entre ambos os sexos são distintas. Sendo assim, o objetivo da presente dissertação foi avaliar o perfil metabolômico das atletas nos momentos pré e pós-jogo, além da influência do consumo alimentar na prática esportiva e seus possíveis efeitos nos metabólitos envolvidos no metabolismo oxidativo/antioxidante de praticantes de futebol feminino da Universidade Federal de Alagoas. O estudo caracterizou-se como descritivo, transversal, cuja amostra foi composta por 14 jogadoras (de idades entre 19-32 anos) que formam o time União Desportiva Alagoana (UDA) e foram acompanhadas durante uma temporada que compreendeu 6 jogos (competindo a nível estadual e regional). A partir disso, foram avaliados seus respectivos valores de composição corporal, ingestão alimentar (através dos inquéritos de recordatório alimentar de 24h e registro/diário alimentar) e coleta de urina. As amostras de urina foram analisadas por ressonância magnética nuclear para verificar os metabólitos presentes e se esses teriam relação com nutrientes antioxidantes (vitaminas A, C e E e os minerais magnésio, zinco e selênio) provenientes da alimentação das atletas na pré-temporada e durante os jogos. Pós análises, verificou-se que as atletas tinham consumo adequado em apenas 3 dos 6 micronutrientes avaliados (vitamina A, C e selênio). Foram identificados 43 metabólitos nas amostras de urina, os quais mostraram separação significativa nos momentos pré e pós-jogo em gráficos de OPLS-DA e metabólitos discriminantes relacionados principalmente aos metabolismos energético e proteico. Além disso, correlações de Pearson e gráfico de PLS-DA demonstraram correlações significativas e positivas entre os micronutrientes antioxidantes e alguns dos metabólitos identificados, com destaque para ácido malônico e piruvato e os nutrientes selênio, zinco e vitamina E. Visto que o presente estudo é de caráter descritivo, mais estudos se fazem necessários para avaliar essas e outras correlações e compreender mais detalhadamente tais achados.