IMPACTO DA RESTRIÇÃO DE ENERGIA ADVINDA DE ALIMENTOS ULTRA PROCESSADOS NA SENSIBILIDADE À INSULINA E COLESTEROL NÃO-HDL DE INDIVÍDUOS COM OBESIDADE: UM ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO
Alimentos ultraprocessados; Resistência à insulina; Colesterol; Obesidade; Fatores de risco; Restrição calórica.
O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) está associado à desregulação metabólica e a doenças crônicas não transmissíveis. O guia alimentar para a população brasileira recomenda evitar o consumo desses alimentos para prevenir doenças, mas evidências de ensaios clínicos aleatórios nesse sentido são escassas. Este projeto tem por objetivo investigar o impacto da restrição de energia advinda de AUP na sensibilidade à insulina e função de células beta medidas por HOMA-%S e HOMA-β; e colesterol não-HDL de indivíduos com obesidade submetidos à restrição energética (RE). Trata-se de um ensaio clínico aleatório com dois braços de investigação, onde ambos foram submetidos à RE baseada em dados de calorimetria indireta e acelerometria, porém, um foi submetido à RE-AUP e o outro à RE genérica (RE-G), com acompanhamento nutricional periódico por 12 meses. Foram incluídos indivíduos adultos de ambos os sexos, com obesidade definida por ao menos dois dos seguintes critérios: IMC e/ou percentual de gordura corporal medido por impedância bioelétrica e/ou circunferência da cintura. Não foram incluídos aqueles em uso crônico de medicamentos, com condições que impedem antropometria ou mensuração do gasto energético, estão na menopausa, grávidas, lactantes ou que passaram por cirurgia para perda de peso. Amostras de sangue foram obtidas por um profissional capacitado antes da intervenção e aos 6 meses, com os participantes sob jejum de 12h e um laboratório credenciado será contratado para realizar as análises. Foram utilizadas análises de covariância mistas, com os fatores grupo (RE-AUP ou RE-G) e momento de mensuração (0, 6, 12 meses) do HOMA-%S, HOMA-β(%) e colesterol não-HDL (mg/dL); com a diferença na massa gorda (0-6 meses) como covariável de ajuste. Espera-se que essa investigação traga evidências mais robustas do impacto dos AUP na saúde metabólica, contribuindo para novas diretrizes na prática clínica e decisões de saúde pública em relação a esse grupo de alimentos.