IMPACTO DA RESTRIÇÃO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS NA RESISTÊNCIA À INSULINA E COLESTEROL NÃO-HDL DE INDIVÍDUOS ADULTOS COM OBESIDADE SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO ENERGÉTICA: UM ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO
Alimentos ultraprocessados; Resistência à insulina; Colesterol; Obesidade; Fatores de risco; Restrição calórica.
O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) está associado à desregulação metabólica e a doenças crônicas não transmissíveis. O guia alimentar para a população brasileira recomenda evitar o consumo desses alimentos para prevenir doenças, mas evidências de ensaios clínicos aleatórios nesse sentido são escassas. Este projeto tem por objetivo investigar o impacto da restrição de AUP na resistência à insulina por HOMA-IR e colesterol não-HDL (mg/dl) de indivíduos com obesidade submetidos à restrição energética (RE). Trata-se de um ensaio clínico aleatório com 12 meses de duração e dois braços de investigação. Ambos os grupos foram submetidos à RE para perda de 10% do peso inicial, baseada em calorimetria indireta e acelerometria. Porém, um foi submetido à RE com restrição de AUP (RE-AUP) e o outro à RE genérica (RE-G), ambos com acompanhamento nutricional periódico por 12 meses. Amostras de sangue foram obtidas por um profissional capacitado antes da intervenção, aos 6 e 12 meses, com os participantes em jejum de 12h. Um laboratório credenciado foi contratado para realizar as análises. Os dados foram analisados por modelos lineares mistos generalizados com os fatores fixos sendo o grupo (RE-AUP ou RE-G) e o momento de mensuração (0, 6 e 12 meses). Às variáveis dependentes foram HOMA-IR e colesterol não-HDL. 149 indivíduos iniciaram as intervenções, porém apenas 91 finalizaram o estudo. HOMA-IR e colesterol não-HDL diminuíram significativamente ao longo do tempo, porém sem diferenças entre os grupos tanto para HOMA-IR como colesterol não-HDL. Esses resultados negam a hipótese de que a restrição de AUP junto da RE é superior à RE-G na melhora da resistência à insulina e o colesterol não-HDL de indivíduos com obesidade. Espera-se que essa investigação contribua para o avanço científico acerca do impacto dos AUP na saúde metabólica, contribuindo para diretrizes na prática clínica e decisões de saúde pública em relação a este grupo de alimentos.