Risco de sarcopenia e associação com desfechos clínicos em idosos hospitalizados com COVID-19: estudo de coorte multicêntrico no nordeste brasileiro
SARS-CoV-2. Envelhecimento. Força muscular. Mortalidade
Alterações fisiológicas do envelhecimento como imunosenescência, modificações no sistema respiratório e a carga de doenças crônicas não-transmissíveis, foram relacionadas com a mortalidade desta população durante a pandemia ocasionada pelo coronavírus. Além disso, a sarcopenia, doença predominantemente geriátrica também pode se relacionar com desfechos desfavoráveis nesta população. Sabe-se que a presença de sarcopenia em pacientes hospitalizados pode contribuir com o maior tempo de internamento, maior incidência de infecções e mortalidade. Desta forma a população idosa parece estar mais susceptível a COVID-19 grave e seus piores desfechos clínicos. Essa dissertação está estruturada em três seções, sendo um capítulo de introdução, um capítulo de revisão da literatura e um capítulo composto por um artigo científico. O artigo original intitulado “Associação entre risco de sarcopenia e complicações clínicas da COVID-19 em idosos hospitalizados: resultados de um estudo de coorte multicêntrico”, teve como objetivo verificar se o risco de sarcopenia avaliado pela questionário Sarcopenia Risk Screening, em idosos diagnosticados com COVID-19, se associa com demanda por cuidados intensivos, ventilação mecânica e óbito. Trata-se de um estudo de coorte multicêntrico realizado em todos os estados da região nordeste do Brasil. Que incluiu idosos (> 65 anos) hospitalizados com COVID-19 confirmado por exames laboratoriais. O risco de sarcopenia foi associado a variáveis de desfechos: demanda por cuidados intensivos, necessidade de ventilação mecânica e óbito. Para isso foram realizadas regressões logísticas com as seguintes variáveis de ajuste: idade, sexo, renda familiar, hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, doença pulmonar obstrutiva crônica e índice de massa corporal. O risco de sarcopenia em idosos hospitalizados com COVID-19 aumentou em mais de 2 vezes as chances de internamento na UTI (p<0,001), em cerca de 5 vezes as chances de ventilação mecânica (p<0,001) e em mais de 3 vezes as chances de óbito (p<0,001). Desta forma, conclui-se que a pré-existência do risco de sarcopenia foi preditor de desfechos clínicos desfavoráveis em idosos hospitalizados com COVID-19.