Exposição à orientação sobre a dieta cardioprotetora e sua associação com os marcadores de risco cardiovascular em pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio.
Infarto do Miocárdio, Risco Cardiovascular, Dislipidemias, Prevenção Secundária
Os eventos cardiovasculares constituem a principal causa de morte no Brasil e no mundo, destacando-se o Infarto agudo do miocárdio (IAM). O IAM resulta da evolução da placa ateromatosa que se acompanha muito frequentemente de um processo inflamatório e das dislipidemias especialmente hipercolesterolemia (LDL elevado) e de níveis de HDL baixo, ambas, condições pró-aterogênicas. Contudo, tem sido defendido o uso de índices ou escores de risco cardiovascular, os quais combinam as diferentes frações lipídicas sanguíneas ao invés de apenas se analisar o perfil lipídico. Assim, existem evidências de que os índices de Castelli I e II, índice aterogênico plasmático e combinações lipídicas, utilizados como marcadores de risco para IAM, seriam melhores preditores deste desfecho em comparação à níveis de lipoproteínas isoladas. Neste sentido, este estudo teve o objetivo de analisar e estimar o risco de um segundo evento cardiovascular em indivíduos sobreviventes de IAM após serem expostos a orientação alimentar com a dieta cardioprotetora, através da análise dos Índices de Castelli 1 e 2 (IC1 e IC2), índice aterogênico plasmático (AIP) e índice aterogênico (AI). Trata-se de um estudo de intervenção com uso de dados secundários de um ensaio clínico randomizado com intervenção nutricional através da dieta cardioprotetora, no qual foram analisados o IC1, IC2, AIP, AI, circunferência da cintura, circunferência do pescoço e relação cintura-estatura no baseline (pré-intervenção) e no pós-baseline, o qual ocorreu seis meses após a intervenção com alimentação cardioprotetora (grupo intervenção) ou não (grupo controle). Participaram do estudo 106 indivíduos que estavam internados em dois hospitais públicos do estado de Alagoas. Observou-se uma redução significativa nos níveis de LDL (p = 0,002) e um aumento nos níveis de HDL (p < 0,001). Além disso, os índices de Castelli I e II e o Índice Aterogênico mostraram melhorias significativas (p < 0,001). O Índice Aterogênico do Plasma revelou diferenças significativas entre os grupos (p < 0,001), em que houve redução deste apenas no grupo controle. Conclui-se que a intervenção impactou significativamente sobre os diferentes parâmetros lipídicos e índices aterogênicos, preditores de risco cardiovascular. De tal forma, esses resultados ressaltam a eficácia da intervenção na melhoria do perfil lipídico e na diminuição do risco cardiovascular.