EFEITO DA ORIENTAÇÃO DIETÉTICA CARDIOPROTETORA SOBRE O ESTADO ANTIOXIDANTE TOTAL (TAS) SÉRICO EM SOBREVIVENTES DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ATENDIDOS EM SERVIÇOS DE REFERÊNCIA DO SUS DO ESTADO DE ALAGOAS
Estresse oxidativo. Antioxidante. Infarto agudo do miocárdio. Acidente vascular encefálico. Alimentação saudável.
O estresse oxidativo (EO) é um mecanismo central na fisiopatologia das doenças cardiovasculares, contribuindo para a progressão e aumento do risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular encefálico (AVE). Dietas saudáveis, ricas em antioxidantes como a Dieta Cardioprotetora Brasileira (DICA-BR), podem reduzir o EO, promover proteção cardiovascular e impactar diretamente no Total Antioxidant Status (TAS) sérico ─ indicador abrangente do equilíbrio oxidativo do organismo, mais representativo do que a análise isolada de antioxidantes. Este é um subestudo derivado de um ensaio clínico maior, que avaliou o impacto da orientação dietética baseada na cartilha DICA-BR sobre o TAS sérico em sobreviventes de IAM e AVE atendidos em serviços de referência do SUS do estado de Alagoas. Participaram 119 indivíduos adultos e idosos (idade média ≈ 62 anos), predominantemente de etnia parda e baixa renda, com média de índice de massa corporal e circunferência abdominal compatíveis com excesso de peso ─ 70% apresentavam IAM e 30% AVE. Os participantes foram randomizados em grupo controle — recebendo orientação nutricional rotineira — e grupo intervenção — recebendo, adicionalmente, orientações baseadas na “Cartilha do Paciente – Alimentação Cardioprotetora Brasileira” na alta hospitalar. Dados antropométricos e amostras sanguíneas foram coletados durante a internação e seis meses após alta, sendo o TAS analisado por método cromogênico padronizado. Para a análise estatística, aplicaram-se o teste de Wilcoxon para comparações intragrupo e o teste U de Mann Whitney para comparações entre grupos, com nível de significância de 5%, Não houve diferença significativa na variação do TAS entre os grupos (U=1619, p=0,489), exceto no subgrupo do sexo masculino, que apresentou diferença significativa (p=0,043). Esses resultados evidenciam que orientações dietéticas baseadas na cartilha DICA-BR podem exercer impacto positivo sobre os níveis de TAS sérico em sobreviventes de IAM e AVE, no âmbito do SUS, especialmente em indivíduos obesos pertencentes a grupos sociais mais vulneráveis.