Aptidão aeróbia, ângulo de fase e a análise do vetor de bioimpedância elétrica em adolescentes que vivem com HIV: um estudo transversal
Aptidão cardiorrespiratória. Aptidão física. HIV. Impedância bioelétrica. Saúde do adolescente.
Adolescentes que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), comumente apresentam alterações nutricionais e níveis inadequados de aptidão aeróbia. A aptidão aeróbia é considerada um importante marcador de saúde, assim como a composição corporal, que pode ser interpretada pelo ângulo de fase e a análise do vetor de bioimpedância elétrica (BIVA). O objetivo deste estudo foi analisar a associação entre aptidão aeróbia, ângulo de fase e a BIVA em adolescentes que vivem com HIV. Trata-se de um estudo transversal, com participação de 34 adolescentes (10 a 18 anos) com diagnóstico de HIV atendidos no Serviço de Atendimento Especializado em HIV/AIDS (SAE) do Hospital Escola Dr. Helvio José de Farias Auto (HEHA). A Aptidão aeróbia foi avaliada pelo modified canadian fitness test (mCAFT), o ângulo de fase e a BIVA por impedância bioelétrica (BIA). A BIVA foi avaliada nas elipses de confiança e tolerância considerando uma população italiana de referência. Foram realizadas análises de regressão linear multivariável para testar a associação entre consumo de oxigênio (VO2 pico) e ângulo de fase, considerando p<0,05. Os valores médios de VO2 pico e ângulo de fase foram de 49,3 ± 7,3 ml.kg−1.min−1; 4,7 ± 0,9 graus, respectivamente. Na análise multivariável, o modelo 1 ajustado por atividade física, carga viral, tempo de tela, linfócitos TCD4+ e regime de terapia antirretrovial (TARV) explicou 31% da variação do ângulo de fase. As elipses da BIVA apresentaram maior desidratação e menor massa celular corporal no sexo feminino comparado ao masculino HIV (p<0,05) e na comparação entre HIV e população italiana de referência (p<0,05). Não existiram diferenças significativas entre os subgrupos de aptidão aeróbia (p>0,05). Conclui-se que VO2 pico e covariáveis explicam cerca de um terço das alterações no ângulo de fase. Ainda, adolescentes que vivem com HIV apresentam, alterações na hidratação e baixa massa celular corporal comparado a população de referência.