A MILITARIZAÇÃO DA VIDA SOCIAL NO BRASIL: UMA EXPRESSÃO DA BARBÁRIE NA CONTEMPORANEIDADE
Palavras-chave: Militarização. Estado brasileiro. Neoliberalismo. Crise estrutural do capital.
RESUMO
A pesquisa que ora apresentamos trata sobre a militarização da vida social no Brasil, enquanto expressão da barbárie na contemporaneidade. Supomos que esse fenômeno decorre das estratégias neoliberais que tentam dirimir os efeitos da crise estrutural do capital mundialmente e no Brasil. Para tanto, tem o objetivo de investigar como a militarização da vida social no Brasil se configura numa expressão da barbárie contemporânea em tempos de crise estrutural do capital. A pesquisa tem cunho exploratório, bibliográfico e documental, é orientada pela leitura imanente das obras centrais e das fontes secundárias, por meio da teoria social de Marx e do método materialista, histórico e dialético, para entender os fundamentos ontológicos do objeto e suas expressões no capitalismo contemporâneo. Abordamos a relação entre economia e complexo militar, buscando entender o controle militarizado sobre a força de trabalho, apreendendo a reciprocidade dialética entre capital e Estado nessa imbricação. A pesquisa perpassa pela ascensão do militarismo no período colonial, a lógica capitalista da escravidão e o violento tratamento dado aos de povos originários e aos negros escravizados. Além disso, é visto que o capitalismo dos monopólios e o capital imperialista impulsionam o complexo industrial-militar, que cresce consideravelmente durante o Estado de bem-estar e no Brasil se expande com a ditadura civil e militar. A relação entre economia e esse complexo se aprofunda em tempos de crise estrutural e neoliberalismo na condução das políticas econômicas intensifica a lógica destrutiva do capital, principalmente nos países periféricos, que no Brasil se expressa pelos altos índices de mortes, da letalidade policial, do encarceramento em massa, da produção e posse de armas, dos recursos direcionados para o complexo industrial-militar em detrimento de políticas públicas que visam as necessidades básicas de reprodução material de populações miseráveis, do aumento das escolas cívico-militares e da crescente apologia à violência, que atinge majoritariamente as populações periféricas e negras do país, sob o discurso de segurança e proteção individual, num cenário de guerra cotidiana infindável.