A dinâmica e fotoquímica da produção de ozônio na região amazônica: um estudo de modelagem com WRF-Chem
Ozônio, Fotoquímica, WRF-Chem, Região Amazônica.
A região de Manaus, capital do Estado do Amazonas, localizada em meio à floresta amazônica, possui uma interação complexa entre fatores geográficos, climáticos e ecossistêmicos que a tornam única e de grande importância para estudos científicos em várias áreas do conhecimento, incluindo estudos atmosféricos. De acordo com estudos anteriores, simulações utilizando WRF-Chem mostraram que o pico de concentração de O₃ acontece a sudoeste de Manaus, atingindo uma concentração um pouco maior que 47 ppbv às 14h do horário local (UTC-4), com uma distância de cerca de 150-200 km da cidade de Manaus e a favor do vento, que teve um importante papel nesse estudo e transporta a pluma de poluição da cidade de Manaus em direção à floresta. Este trabalho investigou o papel da radiação solar na formação de ozônio troposférico (O₃), com base na simulação controle de Nascimento et al. (2022). As análises descritivas indicaram que a radiação solar em superfície apresentou pouca variabilidade entre os locais avaliados, com valores máximos em torno de 1000 W/m² em cenário de céu limpo e 800 W/m² com variação de nebulosidade. Percebeu-se, também, que parcelas de ar que saíram de Manaus pela manhã em direção a sudoeste da cidade, devido à dinâmica local, tiveram maior disponibilidade de radiação solar, o que contribuiu para o seu desenvolvimento ao longo do dia e o encontro da pluma de poluição de Manaus, carregada de óxidos de nitrogênio (NOx), com compostos orgânicos voláteis biogênicos (COVBs) da floresta, principalmente o isopreno, juntamente com a radiação solar, contribuiu para a formação de O₃, atingindo valores até maiores que 50 ppbv no período da tarde (~15h). Além disso, as grandes concentrações de O₃ corrente abaixo de Manaus podem ser prejudiciais para a flora local e este trabalho visou contribuir para o entendimento desses danos à vegetação devido ao O₃, considerando valores de concentração acima do limiar de 25 ppbv potencialmente nocivos para a vegetação. Com base nisso, foram feitos experimentos utilizando o modelo WRF-Chem, com o objetivo de manter um valor fixo de radiação e analisar como ocorreu a interação da radiação na formação de O₃ e pontuar as diferenças encontradas em relação à simulação controle, onde houve a variação de radiação normalmente.