IMPACTOS DAS CONCENTRAÇÕES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS E QUALIDADE DO AR NOS MUNICÍPIOS DE ALAGOAS
Qualidade do ar, poluição atmosférica, saúde pública, SISAM.
Este estudo avaliou a distribuição espaço-temporal dos impactos das concentrações de
poluentes atmosféricos nos municípios de Alagoas. No estudo utilizou dados de PM 2.5 , O 3 ,
SO 2 , NO 2 e CO, com resolução de 6 horas, oriundos do Sistema de Informações Ambientais
Integrado à Saúde Ambiental (SISAM), em um período de vinte anos (2000-2019), sendo
os dados submetidos a estatística aplicada (descritiva, exploratória e não-paramétrica) e
espacializados via SIG com base no método IDW. Os resultados revelaram uma tendência
significativa de diminuição na mesorregião do Sertão Alagoano para PM 2.5 , SO 2 , NO 2 e CO
via teste de Mann-Kendall (MK). As concentrações de PM 2.5 ultrapassaram os limites
diários, com 1.191,00 µg/m³ em Delmiro Gouveia em 2000, seguido de 686 µg/m³ em Mata
Grande em 2001e 999 µg/m³ em Feliz Deserto em 2002. Tais valores violaram o limite de
padrão de qualidade do ar (PQAr) do CONAMA e OMS. As concentrações anuais de PM 2.5
violaram PQAr, com 20,00 µg/m³ entre os anos 2000 a 2002, segundo as recomendações do
CONAMA (10 µg/m³) e OMS (5 µg/m³). O CO, com 0,008 ppm, e o NO 2 , com 0,0008
ppm, foram baixos e estáveis, enquanto o SO 2 obteve valores médios anuais abaixo da
mediana. O O 3 obteve um aumento significativo de 176,9% a partir de 2003, no entanto,
dentro do PQAr. Medidas de controle e políticas públicas são essenciais para melhorar a
qualidade do ar e proteger a saúde pública, especialmente no Leste e o Agreste de Alagoas
que registram altas taxas de mortalidade por doenças respiratórias e cardiovasculares, as
quais podem ter sido agravadas por poluentes atmosféricos Os resultados apresentados
indicam a necessidade urgente de implantação de estações de monitoramento e qualidade
do ar, uma vez que não há medidas ou relatórios de qualidade do ar disponíveis em
Alagoas.