Variabilidade Intrasazonal e Interanual dos Extremos de Chuva e Seca nas Regiões Hidrográficas de Alagoas.
chuva extrema, seca, regiões hidrográficas, SPI.
A variabilidade da chuva e seus extremos representa um desafio atual para o gerenciamento e o planejamento hídrico e socioambiental, principalmente em Alagoas. A gestão hídrica utiliza a delimitação de regiões hidrográficas (RH) para garantir a melhor utilização, distribuição e abastecimento dos recursos hídricos. O estudo tem como objetivo analisar os impactos da variabilidade intrasazonal e interanual dos extremos pluviométricos nas regiões hidrográficas de Alagoas. Utilizou-se dados mensais de 54 estações pluviométricas separadas em dez RH baseadas nas delimitações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o período de 1960 a 2016. A estatística aplicada a série temporal é baseada nas estatísticas descritiva e exploratória (boxplot). O Índice de Precipitação Padronizado (SPI) foi calculado por meio do software DrinC. Os mapas de chuva (sazonal) e seca anual (SPI-12) foram realizados a partir do software QGIS via método de interpolação IDW. Os resultados obtidos revelam alta heterogeneidade temporal e redução da chuva anual nas RH em Alagoas via regressão linear. As bacias litorâneas, tais como, Manguaba/Camaragibe, Mundaú e Una, registraram as maiores médias anuais de chuva e menor variabilidade interanual. Em contrapartida, as bacias do interior, tais como, Capiá, Traipu e Xingó, apresentaram registros médios de chuva menores e maior variabilidade, isso indica maior susceptibilidade à escassez hídrica. No boxplot mostrou que estação chuvosa se estende de abril a agosto, seguido do aumento da estação seca e a ocorrência dos outliers em todas as estações, isso se deve aos eventos extremos de chuvas provocados por sistemas meteorológicos em multiescala. A análise anual da série histórica destacou o papel das fases do ENOS na variabilidade das chuvas nas RH. A análise espacial do SPI-12 confirmou que eventos de La Niña (1975 e 1989) foram associados a condições de umidade acima da média, enquanto eventos de El Niño (1983 e 1987) foram responsáveis por secas severas, principalmente nas regiões interioranas. A maior variabilidade interanual e a vulnerabilidade aos extremos pluviométricos nas bacias interiores, somadas a menores densidades demográficas, destacam os desafios específicos para a gestão de recursos hídricos nessas áreas.