ATIVIDADE FÍSICA E ÂNGULO DE FASE DE ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV: ASSOCIAÇÕES DIRETAS E MEDIADAS PELA APTIDÃO FÍSICA
Atividade física; Aptidão Física; Ângulo de fase; HIV; Adolescentes
O aumento da expectativa de vida em adolescentes vivendo com HIV, em virtude dos avanços na terapia antirretroviral combinada (TARV) traz consigo preocupações metabólicas associadas à doença e ao tratamento. Além disso, adolescentes vivendo com HIV têm apresentado baixos níveis de atividade física e aptidão física quando comparados aos pares saudáveis, fatores que podem agravar o perfil metabólico desses jovens. O presente estudo é justificado pois seus resultados podem mostrar ao serviço público de saúde a importância de variáveis físicas, comportamentais e metabólicas na sua rotina de atendimento. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo investigar a associação entre atividade física com o ângulo de fase e avaliar o papel mediador da aptidão física (força muscular, aptidão aeróbia e composição corporal) em adolescentes que vivem com HIV em Maceió-AL. Metodologia: Estudo Observacional, do tipo transversal, foram incluídos adolescentes (10 a 18 anos) com diagnóstico de |HIV atendidos no serviço de assistência especializada – SAE do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto – HEHA. A atividade física foi avaliada através de questionário, aptidão física (força de preensão manual, aptidão aeróbica e composição corporal) e ângulo de fase obtido através da bioimpedância elétrica tetrapolar. Foram utilizadas análises de correlação, regressões simples e multivariada, as análises foram estratificadas por sexo. Resultado: O presente estudo incluiu 47 participantes, com a média de idade 14,38 ± 2,25, sendo 25 (53,19%) do sexo feminino. Entre os participantes, 29 (61,70%) apresentaram valores inadequados de ângulo de fase, sendo estes, a maioria do sexo feminino 19 (65,52%) (X² = 4,6204; p = 0,032). Nas análises bivariadas das correlações entre variáveis investigada e ângulo de fase foi observada associação com atividade física (r = 0,39; p = 0,01) e área muscular do braço (r = 0,37; p = 0,01), porém não foram encontradas correlações significativas do ângulo de fase com força relativa (r= 0,27; p = 0,09) e VO2 pico (r = 0,20; p = 0,20). Nas análises simples e multivariadas foram encontradas relações positiva e significativa entre nível de atividade física e ângulo de fase nos modelos simples e ajustado (Simples: β = 0,791; p = 0,005 e ajustado: β = 1,087; p=0,001) também foram encontradas relações significativas quando estratificada por sexo nos modelos ajustados (feminino: β = 0,645; p = 0,022; masculino: β = 1,627; p = 0,005). Nos modelos simples apenas o sexo masculino apresentou associação significativa entre atividade física e ângulo de fase (β = 1,160; p = 0,015) enquanto a AMB apresentou associação significativa no sexo feminino nos modelos simples (β = 0,281; p = 0,000) e ajustado (β = 0,264; p = 0,001) apresentaram associações significativas com o ângulo de fase. Não foram encontradas associações significativas com outros componentes da aptidão física, como força relativa e VO2 pico .