Papel funcional do triterpeno natural friedelina sobre células epiteliais tímicas senescentes
células epiteliais tímicas, estresse oxidativo, produtos naturais, imunomodulação
O timo, órgão fundamental para a maturação de linfócitos T, sofre involução com a idade, resultando em declínio da função imune. A senescência celular induzida pelo estresse oxidativo é um mecanismo chave na involução tímica e na disfunção das células epiteliais tímicas (TECs). O acúmulo de danos oxidativos contribui para a perda da função tímica. A friedelina, um triterpeno com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, apresenta potencial para modular a biologia das TECs e combater a senescência. Diante desses argumentos, o presente trabalho investigou os efeitos da friedelina sobre TECs murinas em condições normais e de senescência induzida. TEC murinas da linhagem 2BH4 foram cultivadas em diferentes condições: controle (sem tratamento), tratadas com friedelina (0,1 e 1 µM) e submetidas à indução de senescência por D-galactose (40 mg/mL), com ou sem tratamento com friedelina. Foram avaliadas a viabilidade celular, a proliferação, a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a expressão do marcador de senescência p16 por PCR. A produção de laminina e fibronectina foi verificada por imunofluorescência. A função das TECs foi avaliada por ensaio de adesão e ensaio de sobrevivência de timócitos. A friedelina não apresentou toxicidade para as TECs nas concentrações testadas. Em células não senescentes, a friedelina aumentou a produção de laminina e promoveu a adesão de timócitos, principalmente os duplo-positivos (CD4+CD8+) e simples-positivos (CD4+). No entanto, a friedelina não foi capaz de reverter a senescência induzida por D-galactose, marcada pela redução da proliferação celular, o aumento de ROS e da expressão de p16. Em cocultura com TECs senescentes, a friedelina não alterou significativamente a adesão e a sobrevivência de timócitos. Os resultados deste estudo demonstram que a friedelina possui potencial para modular a biologia das TECs, aumentando a produção de laminina e a adesão de timócitos, o que pode ser benéfico para a função tímica. No entanto, em nosso modelo experimental, a friedelina não foi eficaz em reverter a senescência induzida por estresse oxidativo. Mais estudos são necessários para elucidar os mecanismos de ação da friedelina e seu potencial terapêutico no contexto da involução tímica e do envelhecimento, incluindo a investigação de diferentes doses, vias de administração e combinações com outros compostos bioativos.