Risco Cardiovascular em Adolescentes com Cardiopatias Congênitas: Associações transversais com fatores clínicos, comportamentais e fatores sociodemográficos
Adolescente, cardiopatia congênita, estilo de vida saudável, fatores de risco cardiovascular
Introdução: Adolescentes com cardiopatia congênita (CC) apresentam maior risco cardiovascular (RCV), influenciado por fatores clínicos, comportamentais e socioeconômicos. O sedentarismo excessivo, a inatividade física e condições socioeconômicas desfavoráveis podem agravar esse risco. No entanto, a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, o controle do peso e parâmetros lipídicos são fatores protetores essenciais. Objetivo: Analisar a relação entre fatores clínicos, comportamentais e sociodemográficos e o RCV em adolescentes com CC. Método: Foi conduzido um estudo transversal na Casa do Coraçãozinho, em Alagoas, com adolescentes com CC, de idade entre 10 e 18 anos completos atendidos no local. Foram utilizados questionários validados para avaliar a atividade física e comportamento sedentário e coleta de amostra de sangue para determinar perfil lipídico e glicêmico sérico, pressão arterial sistólica e diastólica, e subsequentemente, calcular o escore de risco cardiovascular Pathobiological Determinants of Atherosclerosis in Youth (PDAY). Resultados: Participaram 75 adolescentes, dos quais 62,6% apresentaram baixo RCV. No entanto, 82,7% exibiram comportamento sedentário excessivo e 90,7% foram classificados como fisicamente inativos, ambos associados a alterações lipídicas. O sexo feminino apresentou menor odds ratio (OR) 0,32 (IC95% = 0,11; 0,91) de maior RCV PDAY (p=0,033), enquanto a complexidade alta da CC apresentou OR 4,38(IC95% = 1,02; 18,69) de níveis elevados de LDL-c (p=0,046). Adolescentes de menor renda apresentaram OR de 3,29 (IC95% = 1,20; 9,08) níveis reduzidos de HDL-c (p=0,021). Conclusão: Apesar do baixo risco cardiovascular observado na maioria dos adolescentes, a prevalência de comportamentos sedentários e as desigualdades sociais estão associadas ao risco cardiovascular e reforçam a urgência de intervenções e políticas públicas direcionadas para essa população vulnerável.