AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE BIOMARCADORES DA BIOLOGIA REDOX NO FÍGADO DE FÊMEAS DE ZEBRAFISH EXPOSTAS AO METILPARABENO E AO ÁCIDO 4-HIDROXIBENZÓICO
defesa antioxidante, ecotoxicologia, parabenos, peixes, poluição aquática
Os parabenos têm sido amplamente utilizados em produtos industriais, cosméticos e alimentícios, devido à sua eficácia na prevenção de contaminação microbiológica e na preservação de produtos. Contudo, o crescente uso desses compostos tem gerado preocupações sobre seu impacto na saúde animal, humana e ambiental. Embora os parabenos sejam habitualmente detectados em diferentes ambientes aquáticos, a compreensão de seus efeitos sistêmicos sobre organismos aquáticos ainda é limitada. O presente estudo utilizou como modelo animal fêmeas adultas de fêmeas de zebrafish (Danio rerio) para avaliar os efeitos ecotoxicológicos da exposição subaguda ao metilparabeno (MeP), um dos parabenos mais utilizados e detectados, bem como ao ao ácido-4 hidroxibenzóico, seu principal metabólito. Após a exposição das fêmeas à concentrações ambientalmente relevantes de MeP e 4-HB (1,0 e 10,0 µg/L) por 7 dias, foram avaliados múltiplos biomarcadores no fígado, tais como parâmetros biométricos e índice hepatossomático, de desbalanço redox e estresse oxidativo no fígado. Os dados biométricos e o IHS não apresentaram alterações após o curto período de exposição.A atividade antioxidante foi alterada, com um aumento significativo na produção de espécies reativas de oxigênio (EROS) em todos os grupos expostos a ambos parabenos. Os animais expostos ao MeP e o 4-HB apresentaram uma redução na atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), com reduções mais acentuadas associadas ao 4-HB, especialmente na maior concentração. Já os níveis de tiol total (T-SH), biomarcadores da capacidade antioxidante, bem como a atividade da enzima glutationa-S-transferase (GST) não tiveram qualquer tipo de alteração em relação ao grupo controle. A peroxidação lipídica, avaliada pelos níveis de malondialdeído (MDA), aumentou significativamente nos grupos expostos ao 4-HB e a maior concentração de MeP, indicando dano oxidativo às diferentes membranas celulares. Por outro lado, o aumento nos níveis de proteína total nos grupos tratados com 4-HB indica possíveis respostas adaptativas do organismo. A Nossos achados corroboram estudos prévios nos quais o MeP provoca desequilíbrio redox e danos oxidativos. Entretanto, de forma inédita, demonstramos que a exposição ao 4-HB causou maior toxicidade hepática em comparação ao MeP, com efeitos mais expressivos na redução das defesas antioxidantes e no aumento da peroxidação lipídica.Os resultados demonstraram que o 4-HB causou maior impacto no fígado das fêmeas de zebrafish em comparação ao MeP. Os resultados sugerem que a exposição subaguda a ambos parabenos, e especialmente ao ao 4-HB, representa um maior impacto no homeostase redox e possivelmente ao metabolismo hepático em peixes, evidenciando a necessidade de investigações mais aprofundadas sobre os ecotoxicológicos da exposição ao 4-HB, visto que se trata de um metabólito comum aos diferentes parabenos parentais e também tem sido ubiquamente detectado no ambiente e amostras de organismos aquáticos.