Banca de DEFESA: LUCIA VANESSA ROCHA SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUCIA VANESSA ROCHA SANTOS
DATA : 28/08/2025
HORA: 09:00
LOCAL: sala virtual
TÍTULO:

DISPONIBILIDADE, ESCOLHA E ENGANO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA E EXPERIMENTAL SOBRE INGESTÃO DE PLÁSTICOS


PALAVRAS-CHAVES:

Armadilha evolutiva, Poluição por plástico, Zebrafish


PÁGINAS: 105
RESUMO:

A poluição por plásticos representa uma das maiores ameaças ambientais atuais, especialmente para os ecossistemas marinhos e de água doce, onde ocorre a ingestão inadvertida desses materiais por peixes. Esta tese aborda a ingestão plástica como uma armadilha ecológica, na qual peixes confundem partículas plásticas com presas naturais devido a características visuais e comportamentais, resultando em impactos negativos para sua saúde e para a dinâmica das cadeias tróficas aquáticas. Por meio de uma revisão global, foi constatado que 53,3% das espécies marinhas e estuarinas estudadas apresentaram ingestão de plástico, principalmente na forma de fibras, abrangendo todas as categorias tróficas analisadas: carnívoros marinhos (MCAR), insetívoros (SINV), invertívoros (MINV), planctívoros (PLANK) e herbívoros (HERB). Os dados indicam que a disponibilidade ambiental de plástico é determinante para os níveis de ingestão, sendo que peixes planctívoros exibem uma ingestão mais estável e menos sensível às variações na quantidade de plástico disponível, provavelmente em função de sua alimentação filtradora. Em contrapartida, outros grupos tróficos apresentam maior variação na ingestão conforme a disponibilidade ambiental. Além disso, áreas com má gestão de resíduos plásticos demonstraram maiores níveis de ingestão, evidenciando o impacto direto das práticas humanas na contaminação alimentar desses animais. Complementando essa análise, estudos experimentais com zebrafish (Danio rerio) reforçaram o conceito da armadilha evolutiva, ao mostrar que a ingestão de microplásticos está relacionada não apenas à semelhança visual entre partículas plásticas e alimentos naturais — especialmente considerando a cor das partículas — mas também ao estado de saciedade do animal e à disponibilidade ambiental de partículas plásticas. Observou-se que zebrafish ingerem microplásticos em diferentes condições de fome, e que partículas plásticas de cores distintas (azul e vermelho) são ingeridas mesmo quando misturadas a alimentos naturais, indicando uma falha nos mecanismos de reconhecimento alimentar, com maior preferência pela cor vermelha. Esses resultados contribuem para o entendimento dos fatores que influenciam a ingestão plástica, destacando a complexidade das interações entre comportamento alimentar e contaminação ambiental. Os achados desta tese enfatizam a necessidade urgente da implementação de políticas e programas eficazes de gestão, redução e reciclagem de resíduos plásticos, visando reduzir a emissão desses materiais e minimizar seus efeitos nocivos sobre os peixes e os ecossistemas aquáticos. A compreensão integrada da ingestão plástica como uma armadilha evolutiva ecológica oferece subsídios fundamentais para a conservação da biodiversidade e a manutenção da saúde ambiental em um contexto de crescente poluição global.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2269625 - ROBSON GUIMARAES DOS SANTOS
Interno(a) - 1756620 - MARCIO AMORIM EFE
Interno(a) - 2882780 - RICHARD JAMES LADLE
Externo(a) à Instituição - JACQUELINE SANTOS SILVA CAVALCANTI - UFRPE
Externo(a) à Instituição - RYAN CARLOS ANDRADES
Notícia cadastrada em: 26/08/2025 16:18
SIGAA | NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação - (82) 3214-1015 | Copyright © 2006-2025 - UFAL - sig-app-3.srv3inst1 16/09/2025 06:09