ÁREAS PROTEGIDAS SÃO EFETIVAS PARA A CONSERVAÇÃO DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM MANGUEZAIS? UM ESTUDO DE CASO COM OS ESTOQUES DE CARBONO DA COSTA BRASILEIRA
Palavras-chave: serviços ecossistêmicos, estoque de carbono, manguezal,
unidades de conservação.
Os serviços ecossistêmicos são os benefícios oferecidos para a espécie
humana através dos processos ecossistêmicos. Serviços ecossistêmicos
proeminentes, como os serviços de regulação, são gerados a partir da
regulação natural do ecossistema, e propiciam a mitigação das mudanças
climáticas, especialmente no que diz respeito ao armazenamento do Carbono.
Os manguezais são ecossistemas fornecedores do serviço de estocagem de
carbono, além de serem reconhecidos nas esferas socioeconômica e
ecológica. A degradação dos mangues acaba gerando diminuição na
possibilidade de captura de carbono, levando a maiores emissões de CO 2 ,
agravando os desbalanços entre absorção e emissão de Carbono, contribuindo
para as mudanças climáticas. A implantação de Unidades de Conservação
(UCs) surge como uma das estratégias que podem ser feitas para minimizar
esses impactos e promover a conservação de áreas ameaçadas,
principalmente nos Manguezais. Técnicas em sensoriamento remoto, podem
auxiliar em um melhor gerenciamento e nos estudos sobre esse ecossistema,
além de ajudar nas tomadas de decisão de UCs da costa brasileira. Dito isto, o
objetivo geral deste trabalho é analisar a efetividade da presença das Unidades
de Conservação para a manutenção da quantidade do estoque de carbono nos
manguezais do Brasil. Foram avaliadas as áreas de mangue de toda a costa
brasileira, que foram classificadas quanto à sua inserção ou não em unidades
de conservação. Foram utilizadas técnicas de fotointerpretação usando
imagens de satélite para aplicação de cálculos de Índices de vegetação, que
permitiram verificar a dinâmica do carbono nessas áreas através da plataforma
Google Earth engine. De acordo com nossos resultados, as médias dos índices
que refletem no estoque de carbono foram maiores nos mangues localizados
dentro das Unidades de Conservação em relação àqueles localizados fora das
UCs, mostrando que as áreas protegidas estão sendo efetivas para a
conservação dos estoques de carbono nos manguezais. Das UCs, as Reservas
Particulares do Patrimônio Natural, de uso sustentável, destacaram-se por
obterem os maiores valores no estoque de carbono. As Áreas de Proteção
Ambiental e Reservas Extrativistas demonstraram serem menos efetivas na
assimilação de carbono nos mangues, o que gera preocupação, pois são as
principais categorias proposta à conservação e proteção dos manguezais.
Assim sendo, esta pesquisa demonstra, a necessidade de criação e/ou
ampliação de unidades de conservação de diferentes categorias como um dos
métodos mais relevantes para reforçar a proteção dos manguezais, incluindo
assim, novos fragmentos de florestas de mangue para aumentar o estoque de
carbono. Manifesta também a importância de instituições públicas que
garantam a efetividade da gestão além da proteção legal dessas áreas.