Avaliação das ameaças à tartaruga-verde (Chelonia mydas) em um recife costeiro
áreas protegidas; tartarugas marinhas; drones; conservação; Fibropapilomatose
Historicamente, as alterações antrópicas afetam profundamente a dinâmica costeira e a manutenção dos ecossistemas. Essas alterações e o crescimento da população humana são conhecidos por serem as origens de muitas ameaças às tartarugas verdes (Chelonia mydas), um megaherbívoro marinho, de vida longa. Aqui, buscamos entender a distribuição espacial de C. mydas na mais extensa unidade de conservação marinha federal brasileira - a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC) - e como ela está associada a diversas ameaças: pesca, fibropapilomatose, ingestão de lixo e empobrecimento da dieta. Para isso, usamos imagens aéreas obtidas por drones de pesquisa para identificar a localização das tartarugas, e um banco de dados de tartarugas encalhadas com informações sobre: presença/ausência e severidade de fibropapilomatose, quantidade de plástico ingerido e identificação de itens alimentares ingeridos. Também utilizamos dados de lixo nas praias e cobertura bentônica da APACC. As análises estatísticas escolhidas para esta pesquisa foram Correlação de Spearman, Teste-T e GLMs. Nossos achados demonstram que C. mydas apresenta uma distribuição heterogênea ao longo da costa, com áreas de alta concentração. As regiões central e sul da APACC são os locais de maior densidade de tartarugas. Por fim, destacamos as cidades de Maceió e Japaratinga como áreas prioritárias para a intensificação das ações conservacionistas, por apresentarem altos níveis de múltiplas ameaças e alta densidade de tartarugas.