UTILIZAÇÃO DE BIOMARCADORES ENZIMÁTICOS E INDICADORES ECOLÓGICOS NA AVALIAÇÃO DE RECIFES DE CORAL EM ÁREA MARINHA PROTEGIDA
Biomarcadores, Estresse oxidativo, Recifes de corais, Área de Proteção Ambiental, Scleractinia.
Os recifes de corais são ambientes ricos em biodiversidade, importantes para conservação e manutenção da comunidade recifal, além de bens e serviços para comunidades tradicionais e economia regional. Apesar disto, os recifes vêm sofrendo com impactos globais e locais, que causam degradação. O tempo de exposição a agentes estressores podem causar alterações na biota desde o nível de indivíduos até comunidades, tais como mudanças nos padrões de diversidade e abundância, estresse oxidativo, branqueamento e morte nos corais. O objetivo deste trabalho foi e testar as seguintes hipóteses: 1) zonas recifais abertas às atividades humanas, como visitação turística e pesca, possuem cobertura bentônica diferente das zonas no-take; 2) o nível de atividade de enzimas antioxidantes (relacionadas ao estresse oxidativo) é maior em zonas recifais abertas que em zonas no-take e 3) A atividade de enzimas antioxidantes difere entre colônias saudáveis e colônias branqueadas. Estas hipóteses foram testadas estimando o percentual de cobertura bentônica, e coletando 42 amostras de corais pétreos, sendo 18 pólipos de Mussismilia harttii (Verril 1868) e 24 colônias de Siderastrea sp., para análise da atividade antioxidante das enzimas Superóxido Dismutase (SOD), Catalase (CAT), e Glutationa-S-Transferase (GST), além dos níveis do produto da Peroxidação Lipídica (LPO), relacionadas ao estresse oxidativo, utilizando um índice de resposta de biomarcador integrado (IBR). Verificou-se que a cobertura bentônica apresentou diferenças entre zonas em termos de composição e abundância de grupos funcionais, e similaridade maior entre a Zona de Visitação e a zona no-take, enquanto para a cobertura coralínea, a ZV apresentou maior taxa (9,33%). Quanto a resposta da atividade enzimática, a CAT foi mais alta pra M. harttii na zona no-take que nas outras zonas. Para Siderastrea sp. os valores foram significativamente diferentes apenas entre espécimes saudáveis e branqueadas, no qual indivíduos branqueados apresentaram maior atividade enzimática de GST e LPO. Conclui-se que os biomarcadores enzimáticos mostraram resultados promissores quanto aos corais branqueados, indicando já haver algum dano como resposta ao estresse oxidativo à nível celular, antes mesmo da resposta à nível de comunidade.