Parasitos do peixe-leão (Pterois volitans) (Linnaeus, 1758) coletados no Nordeste do Brasil: Um caso de introdução e dispersão de espécies de parasitos?
Espécie Invasoras. Hipótese da Perda do Inimigo. Parasitologia. Potencial Zoonótico.
O peixe-leão Pterois volitans (Linnaeus, 1758), espécie invasora do Indo-Pacífico, encontra-se amplamente estabelecido no Atlântico Ocidental, incluindo o Nordeste do Brasil. Este estudo investigou a composição e as métricas da fauna parasitária associada a 191 espécimes coletados entre 2023 e 2024 em Fernando de Noronha (n = 180), Pernambuco (n = 7), Alagoas (n = 2) e Paraíba (n = 2). Foram identificados cinco táxons metazoários: Rocinela signata (Isopoda), Lecithochirium floridense (Digenea), Raphidascaris sp. e Terranova sp. (Nematoda; ambos de relevância zoonótica) e Trachelobdella lubrica (Hirudinea). Rocinela signata apresentou a maior prevalência (53,25%) e intensidade média (2,36 ± 0,20), enquanto os demais parasitos exibiram prevalência inferior a 1%. A análise multivariada (NMDS e agrupamento hierárquico) evidenciou distinção entre a fauna parasitária de áreas nativas e invadidas, corroborando a Hipótese da Perda do Inimigo. Os achados indicam perda de parasitos originais e aquisição limitada de espécies generalistas, mas destacam riscos potenciais relacionados a nematoides zoonóticos. Conclui-se que a baixa diversidade e carga parasitária podem favorecer o sucesso invasor de P. volitans, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo e de protocolos sanitários adequados antes da liberação para consumo humano como medida de manejo.