Das margens do rio às margens da sociedade: A percepção de riscos relacionados ao trabalho a partir do olhar das marisqueiras da Barra de Santo Antônio (AL).
Pesca artesanal; Agroindústria; Conflitos ambientais.
A cana-de-açúcar é a principal cultura de Alagoas e a presença da agroindústria canavieira se estende por diversos municípios do estado. Esses empreendimentos, frequentemente, despejam seus resíduos nos rios, locais de uso comum, comprometendo a qualidade de suas águas. Essa situação, além de causar mortandade de peixes e mariscos e impactar diretamente a comunidade local e a atividade pesqueira, afeta especialmente as mulheres pescadoras que trabalham com seus corpos imersos na água e, portanto, tornam-se ainda mais vulneráveis. Dessa forma, esta pesquisa busca compreender como as marisqueiras percebem os riscos ambientais e seus efeitos sobre sua saúde e em que medida elas associam esses riscos ao seu ambiente de trabalho, que é o rio Santo Antônio. A coleta de dados está sendo realizada a partir de entrevistas com as marisqueiras da região. As entrevistas tiveram início no segundo semestre de 2024, com o reconhecimento de campo e aplicação do questionário piloto. Até o momento, foram entrevistadas: Claudete, Izabel e sua mãe, Ana Paula, Elza, Genilda, Maria Aparecida e sua mãe Sônia, Adriana, Creuza e Duvergina. Com exceção de Elza e Genilda, que moram no Chié, as entrevistas foram realizadas na Ilha da Croa. Nos próximos campos, pretendo ampliar a pesquisa
com as marisqueiras do Chié e de Caiana. Dessa forma, os relatos e informações coletados até agora, incluídos no Capítulo 1, poderão ser complementados à medida que novas entrevistas forem sendo realizadas nessas outras localidades.