MULHERES EM GUERRILHA:
PRÁTICAS E ESTRATÉGIAS FEMININAS NA GUERRA DOS CABANOS
ALAGOAS/PERNAMBUCO (1832-1850)
A presente pesquisa decorre sobre a história vista de baixo, a história das mulheres cabanas que viveram no contexto da Guerra dos Cabanos e que dela participaram. No âmbito da historiografia regional e nacional a Guerra dos Cabanos é estudada como uma insurreição que aconteceu durante o século XIX, entre os anos de 1832 a 1850, nas Províncias de Alagoas e Pernambuco. Embora fontes documentais que apresentem vestígios da presença das mulheres nesse conflito armado já tenham sido visitadas por historiadores que escreveram sobre a guerra, não foi encontrado registro de pesquisas históricas que tratem especificamente da questão, tanto no âmbito da história nacional como regional e, particularmente alagoana. Esta investigação parte do levantamento de fontes manuscritas e publicações em periódicos do século XIX, interpelando-as sobre quais as formas explícitas e implícitas de representações das mulheres naquele universo histórico da Guerra dos Cabanos (1834-1850). As narrativas acerca das mulheres que pertenceram ao mundo cabano são lacunares e residuais, o que me levou a adotar os métodos de análises de conteúdo de Laurence Bardin (2011) e o método microanalítico de Carlo Ginzburg (2017). Ambos buscam as afinidades nas técnicas para o desvelamento das pistas, dos vestígios atos falhos, os ditos das entrelinhas, os silêncios, as contradições que possuem os documentos. Tendo como fundamentação teórica a história cultural, demonstro como essas mulheres que estiveram embrenhadas nas matas, sofrendo as represálias das incursões militares naqueles tempos de guerra são protagonistas no cotidiano da guerra.
Mulheres. Práticas. Estratégias. Guerra dos Cabanos.