AS DIREITAS NO PODER (1961-1966): O governo Luiz Cavalcante em Alagoas e o Golpe Civil-Militar de 1964.
História política; Golpe civil-militar de 1964; Governo Luiz Cavalcante; Periódicos.
A presente dissertação tem como foco, o governo Luiz Cavalcante (1961-1966) em Alagoas. Abordamos a ascensão política desse governador, destacando sua inserção e participação política em meio aos grupos conservadores, latifundiários, empresariais e militares na conjuntura estadual. Analisamos seu governo, considerando o Seminário Sócio-Econômico como estratégia de elaboração de um plano de gestão com influência de organismos que expressavam interesses do governo norte-americano em Alagoas, a exemplo do IPES e IBAD. Historiscizamos a participação de Luiz Cavalcante no Golpe Civil Militar de 1964, analisando aspectos da crise política nacional no estado nos momentos que antecederam o golpe, as estratégias do governo estadual e do próprio governador em tratar algumas pautas sociais frente aos discursos dos grupos de esquerda e progressistas por reformas, e a própria participação do governador no rompimento da legalidade constitucional que derrubou João Goulart da presidência. Por fim, evidenciamos a autopromoção do governador alagoano na trama golpista. O referencial teórico e metodológico dessa dissertação parte da noção de Operação Historiográfica proposta por Michel de Certeau (2011). Em diálogo com Jacques Revel (1998), operamos na narrativa, um jogo de escalas, articulando a perspectiva "micro e local” das relações de poder local com a dimensão "macro e contexto nacional e internacional”. Esse estudo se enquadra na perspectiva da Nova História Política proposta por René Rémond (2003), dialogando ainda com estudos sobre poder (Michel Foucault, 2014). Historiograficamente, consideramos relevantes os estudos de História Política no Brasil, a exemplo de Ângela de Castro Gomes, Jorge Ferreira, Rodrigo Patto Sá Motta, Anderson da Silva Almeida e Marcelo Góes Tavares. Quanto às fontes, destacam-se os periódicos em circulação no período, representantes de diferentes espectros políticos, como o jornal alagoano A Voz do Povo, O Diário de Pernambuco, e o Diário Oficial do Estado de Alagoas, entre outros. Essa análise documental é igualmente fundamentada nas metodologias propostas por Tania Regina de Luca (2005).