NOVAS CONFIGURAÇÕES NA POLÍTICA DO AGRESTE PERNAMBUCANO: LEIS ESTADUAIS DE EMANCIPAÇÃO (1962-1964)
História Política, Emancipação, Agreste, Pernambuco.
Não é de hoje que a historiografia pernambucana contribui de forma singular na produção de conhecimento histórico sobre o Brasil Colônia e o Brasil Império, e enriqueceu o debate sobre esse período da sociedade escravista brasileira. Em contrapartida, a história do povoamento do interior do estado foi pouco estudada e debatida durante muitos anos, com poucas produções historiográficas, principalmente quando se trata do século XX. Desta maneira, a presente pesquisa tem o intuito de evidenciar o interior do estado. A partir de autores como Nunes Leal, Cristina Donner, Le Goff e Foucault, busca-se analisar em diálogo com a história política os processos de emancipação, investigando a constituição do poder local em vilas emancipadas entre os anos de 1962 e 1964, no chamado agreste meridional, especificamente as pertencentes a Garanhuns-PE. O fenômeno de emancipação em bloco que ocorreu no estado de Pernambuco durante os anos de 1960 despertou um desejo de análise e debate acerca desse acontecimento, partindo do interior e posteriormente contextualizando com a conjuntura estadual. No entanto, existe também um contexto nacional justamente em 1964 com o encerramento do regime democrático devido ao golpe perpetrado pelos civis e militares que agrega e incorpora ainda mais elementos nestes acontecimentos. A metodologia que envolve o trabalho com fontes orais e memórias foi essencial até aqui no sentido de interpretar e ouvir as vozes de personagens que participaram ou que herdaram "memórias" sobre o processo histórico aqui investigado. Além de também, utilizar da análise documental, de registros, atas, decretos, leis e noticiários de jornal.