Banca de DEFESA: SHEILA OLIVEIRA DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SHEILA OLIVEIRA DE SOUZA
DATA : 21/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Reuniões do IQB
TÍTULO:

Alterações estruturais e funcionais da hemoglobina na presença de acetato de fenilmercúrio: de proteínas isoladas a modelos biológicos

PALAVRAS-CHAVES:

Mercúrio; Fenilmercúrio,; Sangue; Eritrócitos; Hemoglobina; Heme; Toxicidade; Estresse oxidative; Peroxidação lipídica.

PÁGINAS: 88
RESUMO:

A contaminação por metais potencialmente tóxicos, como o mercúrio e seus derivados representam um sério risco à saúde humana e ao meio ambiente. O mercúrio pode causar efeitos adversos, como distúrbios neurológicos, comprometimento do sistema imunológico e doenças cardiovasculares. O fenilmercúrio (PM), um composto orgânico derivado de mercúrio usado em fungicidas e pesticidas. Os eritrócitos (Ery) são células sanguíneas ricas em hemoglobina, uma proteína que se liga ao oxigênio e permite sua entrega eficiente aos tecidos e a remoção de dióxido de carbono. A exposição à metais potencialmente tóxicos podem provocar alterações nas proteínas devido à geração de espécies reativas de oxigênio (EROs), danificando proteínas, lipídios e DNA, e contribuindo para diversas patologias. A literatura científica atual apresenta uma lacuna significativa sobre os impactos da exposição do PM em células sanguíneas. Por isso, este estudo visa investigar alterações estruturais, funcionais, redox e toxicidade. Para isso utilizamos três modelos experimentais: hemoglobina comercial pura, eritrócitos humanos e zebrafish, que foram expostos ao PM. Na hemoglobina pura, o PM causou alterações no anel porfirínico, comprometendo a ligação ao oxigênio e reduzindo sua mobilidade eletroforética. Observamos que o PM se liga ao grupo heme ou à cisteína 93, afetando a funcionalidade da proteína. Em eritrócitos humanos de voluntários, a exposição ao PM (0,125–1,0 µM) provocou uma diminuição de até 34% na captação de oxigênio dos Ery. A geração de EROS e Espécies Reativas de Nitrogênio (ERNS) foi verificada por meio de sondas fluorescentes (H2DCF-DA, Amplex Red e DAF). Verificamos um aumento de mais de 100% na geração de espécies reativas globais em comparação com o controle utilizando H2DCF-DA. Ademais, a notamos que a produção de H2O2, utilizando Amplex Red, aumentou 11% em relação ao controle, e ainda a produção de óxido nítrico, utilizando DAF, aumentou 90% na presença de PM. As atividades das enzimas antioxidantes mostraram uma diminuição de 25% na catalase e de 49% na glutationa peroxidase, enquanto a atividade da superóxido dismutase aumentou 13% na presença da concentração de 1uM de PM. A análise de marcadores secundários de estresse oxidativo revelou uma redução de 34% na razão GSH/GSSG e uma diminuição nos grupos sulfidrila em 44%, sugerindo depleção dos mecanismos de defesa antioxidante. Salientamos, também, que não foram detectadas diferenças significativas na peroxidação lipídica, mas houve um aumento de mais de 100% nos níveis de proteínas carboniladas, refletindo oxidação de proteínas. A exposição ao PM resultou em alterações estruturais no grupo heme da hemoglobina, conforme evidenciado pela análise da banda de Soret. No ensaio de fragilidade da membrana, observamos mudanças estruturais em Ery expostos a PM, indicando dano à membrana. Nessa linha, a análise por microscopia de força atômica revelou alterações na morfologia dessas células. Por fim, os ensaios de toxicidade, demonstraram que o PM possui efeitos tóxicos significativos no desenvolvimento embrionário de zebrafish (Danio rerio). Diante do nosso conjunto de resultados, concluímos que a exposição ao PM prejudica a funcionalidade, devido à um possível comprometimento da estrutura da hemoglobina, bem como leva à danos na morfologia dos Ery humanos e sua toxicidade.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2022362 - ANA CATARINA REZENDE LEITE
Interno(a) - 3182336 - EDEILDO FERREIRA DA SILVA JUNIOR
Interno(a) - 1613338 - JOSUE CARINHANHA CALDAS SANTOS
Externo(a) ao Programa - 1974414 - OLAGIDE WAGNER DE CASTRO - null