Síntese de adutos de Morita-Baylis-Hillman e avaliação de suas atividades biológica.
Síntese; Morita-Baylis-Hilmann; Atividade biológica; Ecotoxicidade.
A saúde pública a cada dia se depara com desafios complexos que exigem soluções abrangentes. Dois exemplos proeminentes são: a proliferação de arboviroses transmitidas por mosquitos e a crescente resistência de microrganismos patogênicos, como os fungos e protozoários. O Aedes aegypti é um artrópode hematófago responsável por arboviroses, tais como a Dengue (DENV), Zika (ZIKV) e a Chikungunya (CHIKV) que vêm se adaptando de forma a acarretar danos socioeconômicos e a saúde humana em decorrência ao aumento no número de casos no Brasil, por outro lado, agentes antifúngicos e antiparasitários que desempenham um papel crucial na saúde pública, se tornam ineficazes devido ao aumento da resistência destes patógenos. Desta forma, necessita-se a busca de medidas que contribuam para o controle destes problemas. A reação de Morita-Baylis-Hillman (MBH) é um tipo importante de reação que leva a formação de ligações carbono-carbono na química orgânica. Os produtos resultantes, conhecidos como adutos de Morita-Baylis-Hillman (AMBH), possuem grupos funcionais como alcenos, hidroxilas e grupos substituintes retiradores de elétrons, o que os torna blocos de construção versáteis para diversas transformações e reações orgânicas. As reações MBH são amplamente utilizadas na síntese de moléculas funcionalizadas de forma eficiente com diferentes atividades biológicas. Logo, o presente trabalho busca contribuir com o planejamento e desenvolvimento de AMBH, com potencial ação biológica frente ao vetor do Aedes aegypti e cepas patológicas. A síntese dos adutos de MBH foi realizada a partir de aldeídos aromáticos substituídos e caracterizados por técnicas espectroscópicas de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN ¹H) e Carbono (RMN ¹³C – DEPTQ). Dentre os adutos avaliados os compostos RA13, RA14, 4s e RA7 formam os mais ativos frente as larvas do 4º estágio do Aedes aegypti, apresentando CL50 entre 41 - 88,17 μg/mL. Os adutos RA15, RA2, RA7, 3p e 4r foram os mais promissores no teste da atividade antifúngica, com MICs variando de 0,40 a 0,47 μmol/mL frente as cepas de Cryptococcus neoformans, enquanto que para o ensaio da atividade leishmanicida, frente a Leishmania amazonensis, os adutos R3 e RA12 com CI50 de 118,7 μM e 133,0 μM, respectivamente, foram os compostos que apresentaram os melhores resultados, tendo o RA12 apresentado ser atóxico em concentração >400 μM. Diante do exposto, o que foi apresentado neste estudo nos motiva ainda mais a continuar explorando essa promissora classe de compostos e suas diferentes atividades biológicas.