DESENVOLVIMENTO DE NUTRACÊUTICO CONTENDO EXTRATO DE
Própolis. Compostos fenólicos. Gelificação iônica. Microencapsulação. Nanopartículas.
Os nutracêuticos são alimentos ou parte dos alimentos que irão proporcionar
benefícios de saúde e farmacológicos, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças e podem abranger desde os nutrientes isolados até produtos projetados. Um produto natural classificado com alimento é a própolis vermelha, que vem sendo estudada por todo o mundo e é muito utilizada na forma de extrato, na terapia humana, devido às suas propriedades farmacológicas. No entanto, a própolis é bastante instável a fatores como oxigênio, luz, calor e umidade, o que compromete a sua atividade funcional, sendo necessário alternativas tecnológicas para melhorar a sua conservação e os métodos de encapsulação podem ser empregados a fim de aumentar a sua estabilidade, quando exposta a condições adversas. A própolis também vem sendo utilizada como material para a produção de sistemas nanoestruturados, dentre os quais nanopartículas inorgânicas, como as metálicas. Atualmente, tem-se utilizado o óxido de zinco e a prata na produção de compostos nanoestruturados, que vem chamando a atenção de pesquisadores de diferentes áreas. Neste contexto, o trabalho tem como objetivo desenvolver nutracêuticos a partir da encapsulação de própolis vermelha, nanocristais de óxido de zinco (NCsPV/ZnO) e nanocompósitos de óxido de zinco e prata (NCs-PV/ZnOAg) pelo processo de gelificação iônica. Nesse estudo foi desenvolvido seis formulações denominadas de F1 (alginato), F2 (alginato+ZnO), F3 (alginato+ZnOAg), F4 (alginato+PV), F5 (alginato+PV+ZnO) e F6 (alginato+PV+ZnOAg) a partir do método de gelificação iônica utilizando-se alginato de sódio (2%) e cloreto de cálcio (3%). Posteriormente, avaliou-se o peso médio das microcápsulas obtendo valores semelhantes; quantificou a eficiência de encapsulação, onde verificou-se que F4, F5 e F6 apresentaram eficiência de 92,51, 94,12 e 95,92%, respectivamente; avaliou-se a atividade antioxidante, no qual F4 e F5 obtiveram os melhores resultados; para a atividade antimicrobiana frente as cepas Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922) e Candida albicans (ATCC 90028), F4, F5 e F6 tiveram os melhores halos de inibição; a caracterização por MEV revelou que F5 e F6 resultou em microcápsulas com formato e superfície mais uniforme; a avaliação quanto a degradação e compatibilidade por análise termogravimétrica (TGA) e calorimetria exploratória diferencial (DSC), revelou homogeneidade e compatibilidade para as formulações F4 e F5. Desta forma, foi possível concluir quea técnica de encapsulação é promissora, permitindo o desenvolvimento do estudo com êxito, além de oferecer uma base para ampliar o escopo da pesquisa.