POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE FUNGOS FILAMENTOSOS DA CAATINGA: PROSPECÇÃO, PRODUÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE CELULASE POR FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO DE RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS
Biotecnologia microbiana, cana-de açúcar, enzimas, fermentação sólida.
Atualmente, os fungos são as principais fontes de enzimas hidrolíticas extracelulares devido a sua ampla aplicação industrial, com destaque para a celulase. Isso porque esses microrganismos são capazes de produzir e secretar enzimas em quantidades significativas para a degradação do substrato de interesse. Enquanto fungos de ambientes extremos, como o da Caatinga, são capazes de produzir enzimas mais estáveis, com caraterísticas importantes para tolerarem os processos industriais. Além disso, resíduos ligonocelulósicos podem ser utilizados como substratos indutores para a produção enzimática, contribuindo para a valorização de resíduos e barateamento dos processos de produção. Desse modo, esse estudo teve como objetivo prospectar a produção de celulase de fungos filamentosos da Caatinga com potencial aplicação industrial. Fungos isolados da Caatinga foram prospectados quanto a capacidade de produção das enzimas celulase, amilase e pectinase, enquanto um teste de hidrólise em diferentes temperaturas foi realizado. Os melhores resultados seguiram para a produção da enzima por fermentação em estado sólido (FES) utilizando resíduos lignocelulósicos (bagaço de cana-de-açúcar, palha de milho e farelo de trigo) como fonte de carbono, e os fungos selecionados seguiram para a otimização dos processos de produção. Os isolados apresentaram atividade apenas para celulase, embora os 3 selecionada para a produção por FES demostrou atividades de endoglucanase e amilase, principalmente ao utilizar bagaço de cana-de-açúcar como fonte de carbono. Esses três fungos foram identificados de forma preliminar como pertencentes ao gênero Penicillium, Na etapa de otimização, uma atividade ótima de endoglucanase de 11,77 UI/mL foi obitada em 60 ºC de incubação da enzima ao utilizar 7,83g de substrato, 60% de umidade, em uma suspenção de 0,68x107 conídios/g e 27 ºC de cultivo, enquanto um teor de umidade acima de 70% apresentou influencia negativamente na produção enzimática. Embora novos ensaios sejam necessários, os resultados obtidos se demostraram animadores e contribuem para o incentivo de modelos alternativos de produção enzimática utilizando matérias-primas alternativas e tecnologias de produção menos intensivas em energia e insumos.