Fungos de solos e rochas da Antártica: potencial antimicrobiano frente a fitopatógenos
Biocontroladores. Fitopatógenos. Microbiologia agrícola.
A necessidade crescente por produtividades agrícolas sustentáveis tem levado ao aumento global no uso de defensivos agrícolas, resultando em impactos ambientais e de saúde pública significativos. Alternativas aos produtos químicos sintéticos são urgentemente necessárias, com foco na biotecnologia verde, destacando-se a pesquisa de metabólitos secundários de fungos antárticos como promissores agentes antimicrobianos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial antimicrobiano de fungos isolados de Solos e rochas antárticas contra fitopatógenos. Foram coletadas amostras de doze locais na Antártica, isolados fungos em três meios de cultura: Meio Ágar Extrato de Malte (MEA), Meio Ágar Extrato de Malte suplementado com Imidacloprid (EMI) e Meio Ágar Batata Dextrose (BDA). Foram isolados 108 fungos e seguido com a preservação em ultracongelamento a -80ºC. Os fungos filamentosos foram cultivados para produção de biomassa fúngica, seguido de posterior extração com acetato de etila. Foi realizada a produção de biomassa, extração e concentração de metabólitos, seguido pela identificação macroscópica e microscópica por microcultivo dos fungos. Os fungos foram testados quanto ao antagonismo em meio sólido e sensibilidade antimicrobiana por disco difusão, testes de otimização e atividade fotoprotetora dos extratos selecionados. Os fungos isolados mostraram alta diversidade morfológica e capacidade de produzir metabólitos com potencial bioativo. Destacaram-se Penicillium sp., Thelebolus sp., Antarctomyces sp. e Cladosporium sp. pela resistência ao Imidacloprid e produção de metabólitos bioativos. Os extratos F2.FBP2.EMI e F2.AL.EMI demonstraram significativa atividade contra fitopatógenos, o fungo Colletotrichum musae e bactéria Bacillus sp., comparável a controles positivos. Este estudo revela o potencial dos fungos antárticos na produção de metabólitos bioativos com aplicações promissoras na agricultura e farmácia. A diversidade encontrada sugere a possibilidade de novos biocontroladores e compostos farmacêuticos. Investigações futuras devem focar na identificação e otimização de compostos específicos para aplicações comerciais. Este trabalho contribui para o avanço da biotecnologia verde ao explorar recursos naturais da Antártica para o desenvolvimento sustentável de soluções agrícolas e farmacêuticas.