Consórcio milho-braquiária e fontes fosfatadas afetando o acúmulo de massa e nutriente e a dinâmica do fósforo em sistema de não revolvimento do solo
Cultivo consorciado; fosfato reativo; Rendimento de massa; Ciclagem de nutrientes; Labilidade de fósforo.
O uso de plantas de cobertura associado a sistemas de manejo mais conservacionistas é uma estratégia promissora para o cultivo em regiões tropicais, pois favorece a produção de biomassa para cobertura do solo, melhora a ciclagem de nutrientes, contribui para a qualidade do solo sendo capaz de otimizar a eficiência de fertilizantes fosfatados. Este estudo objetivou-se avaliar os efeitos do consórcio do milho com espécies de braquiárias associado a fonte de P solúvel e reativa na produtividade de palhada, grãos, disponibilidade de nutrientes e dinâmica do fósforo no solo em sistema de agricultura conservacionista, na região produtora de grãos de Alagoas. O experimento foi conduzido durante dois ciclos de cultivo do consórcio milho-braquiária em sistema de semeadura direta. O delineamento adotado foi em blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram duas fontes de P (superfosfato simples e fosfato natural reativo) e um controle sem adição de P e sistema de consórcio do milho com braquiária decumbens e ruziziensis e solteiro (controle). Avaliou-se o acúmulo de biomassa e a extração de nutrientes das coberturas e do milho a cada ano e o fracionamento de P dois anos após a implantação do sistema conservacionista do solo. A massa para formação de palhada para a semeadura do milho foi influenciada apenas pela adição de P em 2023 (1° ciclo) enquanto em 2024 predominou o efeito das coberturas. A extração de N, P, Mg e S na palhada das coberturas acompanhou a adição de P; K foi maior na fonte solúvel ou para o ruziziensis; na fonte reativa, o Ca, foi maior para decumbens e na solúvel, o ruziziensis foi superior em 2023 e, em 2024 predominou o efeito das coberturas. A produtividade do milho foi 21% maior para fonte solúvel e em 2023 foi 40% maior que em 2024 em função das condições climáticas, da limitação por N no sistema e a maior competição entre as espécies no consórcio no ano de 2024. Na ausência de P, o milho solteiro extraiu mais N que no consórcio, que necessitou da adição de P para aumentar a extração do N. No sistema de consórcio, a extração, pelo milho de P, K e Mg foi maior com adição de P via fonte solúvel, principalmente para o ruziziensis. Do total de nutriente extraído pela parte aérea do milho, são exportados no grão cerca de 2/3 do N, P e S, 1/3 do K e Mg e 1/6 do Ca. A maior quantidade de nutriente que retorna ao solo na palhada é de K. O P lábil e moderadamente lábil do solo aumentou com a adição de P ao solo na camada de 0-5 e 5-10 cm, mas a fonte solúvel foi superior para o P lábil enquanto o inverso ocorreu para o P moderadamente lábil. Na camada de 10-20 cm, na fonte reativa, o ruziziensis foi mais eficiente que o decumbens em aumentar o P lábil e reduzir os teores de P não lábil. A interação do consórcio do milho com ruziziensis e fertilização com superfosfato simples, mostrou-se como alternativa mais eficiente para promover a absorção e exportação de nutrientes pelo grão de milho em sistema de plantio direto. Ainda, o uso de fosfato reativo pode ser uma estratégia eficiente para o fornecimento de P em sistema conservacionistas, especialmente quando associado a plantas com alta capacidade de exploração radicular, como as braquiárias.