ANÁLISE DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS PARA RESTAURAÇÃO NA CAATINGA ATRAVÉS DE VIVEIROS FLORESTAIS NO AGRESTE E SERTÃO ALAGOANO
Caatinga; Viveiros florestais; Produção de mudas; Restauração ecológica; Semiárido.
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, caracterizado por condições semiáridas e por espécies adaptadas à escassez hídrica. Nesse contexto, os viveiros florestais desempenham papel essencial na conservação da biodiversidade e na restauração de áreas degradadas, sobretudo por meio da produção de mudas nativas. Este trabalho teve como objetivo analisar a capacidade produtiva e a diversidade de espécies cultivadas em viveiros comunitários e institucionais localizados no Semiárido alagoano, avaliando suas contribuições ecológicas e sociais. O estudo abrangeu seis viveiros situados nas regiões do Agreste e do Sertão de Alagoas, incluindo iniciativas comunitárias, governamentais, privadas e indígenas. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários estruturados, visitas de campo e análise documental. Os resultados apontaram variação na produção, de 800 a 150.000 mudas anuais, e uma diversidade composta por 104 espécies distribuídas em 27 famílias botânicas, com destaque para Fabaceae, Bignoniaceae e Anacardiaceae. Espécies como Anadenanthera colubrina (Angico), Tabebuia aurea (Craibeira), Aspidosperma dispermum (Catingueira) e Erythrina velutina (Mulungu) foram recorrentes nos viveiros. Além da produção de mudas, constatou-se que os viveiros atuam como espaços de educação ambiental, valorização da flora nativa e integração social e produtiva das comunidades envolvidas. Conclui-se que os viveiros florestais representam centros estratégicos de conservação e restauração da Caatinga, sendo fundamental seu fortalecimento técnico e institucional para ampliar o impacto ecológico e socioeconômico da restauração no Semiárido alagoano.