Territórios e escrevivências do e sobre o corpo de mulheres negras
Esta pesquisa tem o objetivo de problematizar o que o encontro dos corpos de uma mulher negra em situação de rua com uma mulher negra universitária pode produzir. Através desse encontro, são elaboradas reflexões e questões relacionadas ao corpo negro feminino, à forma como este é visualizado, a depender dos locais em que circula, e a como foi construído, socialmente, o estereótipo da mulher negra. Com base nas obras e na literatura de bell hooks, Angela Davis e Conceição Evaristo, discutimos como o corpo da mulher negra foi fabricado pelo ideal branco europeu e como os reflexos dessa idealização ainda afetam a mulher negra acadêmica e uma mulher negra em situação de rua. Os objetivos específicos são: a) identificar e analisar o que se produz quando o corpo da mulher negra ocupa o espaço da universidade; b) problematizar o que é fabricado socialmente sobre o corpo da mulher negra no território das ruas; c) discutir como o estereótipo racista e sexista da mulher negra afeta seus corpos e sua subjetividade. Através de análises e discussões feitas com a metodologia da escrevivência (EVARISTO, 2007), concluímos que o corpo feminino negro e o território se atrelam, edificando sujeitos e apontando valores para esses corpos. Da mesma forma que esses mesmos territórios são compostos racialmente, o que gera segregação e preconceito, a depender dos corpos que passam por esses espaços. Finalizamos refletindo, como o sexismo e o racismo, atrelados ao gênero, definem, preconceituosamente, o corpo da mulher negra.
Mulher negra. Território. Interseccionalidade. Subjetivação.